PENSAMENTO ESPACIAL E RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO COMO ELEMENTOS DE LEGITIMIDADE DA GEOGRAFIA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

Autores

Palavras-chave:

Currículo, Base Nacional Comum Curricular, Pensamento Espacial, Raciocínio Geográfico

Resumo

A edição da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em 2017/18 deslocou o centro das discussões acadêmicas e curriculares sobre/para a Geografia na escola em direção às análise e práticas sobre o pensamento espacial e o raciocínio geográfico. Isso ocorreu devido a proeminência de tais elementos legada pela Base ao discutir o papel e o fundamento da Geografia na educação básica. Essa centralidade possui coerência com a organização da proposta da base em torno de habilidades e competências. Além disso frente uma secundarização das disciplinas escolares, bem como de um estímulo a contextualização do conhecimento produzida pela base, a Geografia ao reclamar para si um conjunto de competências e habilidades específicas, legitimou como necessária sua autonomia. Dessa maneira, o presente artigo, derivado da tese de doutorado do autor, se dedica a investigar as relações entre os sentidos mais gerais para educação e aprendizagem da BNCC e como esses foram traduzidos em elementos que legitimam a autonomia da Geografia na escola, o pensamento espacial e o raciocínio geográfico.

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Biografia do Autor

Philipe Braga André, Professor no Instituto Federal Fluminense - Brasil

Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Espírito Santo

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Publicado

2023-06-06

Como Citar

Braga André, P. (2023). PENSAMENTO ESPACIAL E RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO COMO ELEMENTOS DE LEGITIMIDADE DA GEOGRAFIA NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Cenas Educacionais, 6, e16357. Recuperado de https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/16357

Edição

Seção

Dossiê Temático ENSINO DE GEOGRAFIA: O PENSAMENTO GEOGRÁFICO E A VISIBILIDADE DA