AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES FÍSICAS E SEDENTÁRIAS DE ESCOLARES: EXISTE ASSOCIAÇÃO COM O TURNO ESCOLAR?

Autores

Palavras-chave:

Atividade motora, Estilo de vida sedentário, Estudantes

Resumo

Objetivo: analisar a associação entre turno escolar e as atividades físicas (AF) e comportamentos sedentários (CS) desempenhados dentro e fora do ambiente escolar em escolares do segundo ao quinto ano do ensino fundamental. Método: Estudo transversal com estudantes de uma escola pública (n=390; 50,3% meninas; 9,53±1,53 anos), que relataram AF e CS através de um questionário baseado na internet (Web-CAAFE). Informações sobre turno e ano escolar, idade e gênero foram obtidas na secretaria da escola e a massa corporal e a estatura foram mensuradas para o cálculo do índice de massa corporal, utilizado para classificação do estado nutricional. Resultados: Estudantes do turno matutino relataram 23% a mais de AF diárias, sobretudo de intensidade moderada (RP= 1,32; IC95%: 1,13-1,54). Quando comparados aos estudantes do turno vespertino, os do turno matutino relataram 27% a mais de AF pela manhã (RP= 1,27; IC95%: 1,07-1,51) e 36% a mais pela tarde (RP= 1,36; IC95%: 1,12-1,65), quando também relataram 62% a mais de CS (RP= 1,62; IC95%: 1,26-2,10). Não houve diferença nas AF e CS desempenhados à noite. Conclusão: O turno escolar matutino mostrou-se positivamente associado à maior quantidade de AF diárias entre os estudantes, ainda que eles tenham relatado simultaneamente maior quantidade de CS.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gilmar Mercês de Jesus, Professor na Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Estadual de Feira de Santana - Brasil

Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Santa Catarina

Lara Daniele Matos dos Santos Araujo, Mestranda em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana - Brasil

Graduada em Nutrição pela Faculdade Nobre

Lizziane Andrade Dias, Analista Universitário na Universidade Estadual de Feira de Santana - Brasil

Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Feira de Santana

Juliana Silva e Silva, Universidade Estadual de Feira de Santana - Brasil

Licenciada em Educação Física 

Maria Alice Altenburg de Assis, Professora no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina - Brasil

Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pós-doutora em Epidemiologia Nutricional pelo Institut Scientific de la Nutrition et Alimentation e pela London School of Hygiene and Tropical Medicine

Referências

Warburton DER, Bredin SSD. Health benefits of physical activity: a systematic review of current systematic reviews. Curr Opin Cardiol 2017;32(5):541-556.

Carson V, Rinaldi RL, Torrance B, Maximova K, Ball GDC, Majumdar SR, et al. Vigorous physical activity and longitudinal associations with cardiometabolic risk factors in youth. Int J Obes 2014;38(1):16-21.

Bull FC, Al-Ansari SS, Biddle S, et al. World Health Organization 2020 guidelines on physical activity and sedentary behaviour British Journal of Sports Medicine 2020;54:1451-1462.

Carson V, Hunter S, Kuzik N, Gray CE, Poitras VJ, Chaput J-P, et al. Systematic review of sedentary behaviour and health indicators in school-aged children and youth: an update. Appl Physiol Nutr Metab 2016;41:S240-S265.

Mitchell JA, Byun W. Sedentary behavior and health outcomes in children and adolescentes. American Journal of Lifestyle Medicine 2014;8(3):173-199.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015 Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

Farooq MA, Parkinson KN, Adamson AJ, Pearce MS, Reilly JK, Hughes AR, et al. Timing of the decline in physical activity in childhood and adolescence: Gateshead Millennium Cohort Study Br J Sports Med 2018;52:1002-1006.

Lau EY, Dowda M, McIver KL, Pate RR. Changes in physical activity in the school, afterschool, and evening periods during the transition from elementary to middle school. J Sch Health 2017;87:531-537.

Steenholt CB, Pisinger VSC, Danquah IH, Tolstrup JS. School and class-level variations and patterns of physical activity: a multilevel analysis of Danish high school students. BMC Public Health 2018;18:255.

Zimmo L, Abdulaziz F, Almudahka F, Ibrahim I, Al-Kuwari MG. School-time physical activity among Arab elementar schoolchildren in Qatar. BMC Pediatrics 2017;17(76):2-7.

Brittin J, Frerichs L, Sirard JR, Wells NM, Myers BM, Garcia J, et al. Impacts of active school design on school time Sedentary behavior and physical activity: A pilot natural experiment. PLoS ONE 2017;12(12).

da Costa BGG, Silva KS, George AM, Assis MAA. Sedentary behavior during school-time: Sociodemographic, weight status, physical education class, and school performance correlates in Brazilian schoolchildren. J Sci Med Sport 2017;20:70-74.

Cristofoletti M, Del Duca GF, Gripa LT, Assis MAA. Comportamento sedentário no lazer e sua associação com atividade física no contexto escolar de crianças no sul do brasil. J Phys Educ; 2016;27:e2755.

Jago R, Wallis CM, Moore ES, Thompson JL, Lawlor A, Sebirel SJ. Associations between participation in organised physical activity in the school or community outside school hours and neighbourhood play with child physical activity and sedentary time: a crosssectional analysis of primary school aged children from the UK. Jago R, et al. BMJ Open 2017;7:e017588.

Silva DAS, Chaput J-P, Tremblay MS. Participation frequency in physical education classes and physical activity and sitting time in Brazilian adolescentes. PLoS one 2019; 14(3):e0213785.

Taylor SL, Curry WB, Knowles ZR, Noonan RJ, McvGrane B, Fairclough SJ. Predictors of segmented school day physical activity and sedentary time in children from a Northwest England low-income community. Int J Environ Res Public Health 2017;14:534.

Hubbard K, Economos CD, Bakun P, Boulos R, Chui K, Mueller M, et al. Disparities in moderate-to-vigorous physical activity among girls and overweight and obese schoolchildren during school-and out-of-school time. Int J Behav Nutr Phys Act 2016;13:39.

Poitras VJ, Gray CE, Borghese MM, Carson V, Chaput J-P, Janssen I, et al. Systematic review of the relationships between objectively measured physical activity and health indicators in school-aged children and youth. Appl Physiol Nutr Metab 2016;41: S197-S239.

Bel-Serrat S, Ojeda-Rodriguez A, Heinen MM, Buoncristiano M, Abdrakhmanova S, Duleva V, et al. Clustering of multiple energy balance-related behaviors in school children and its association with overweight and obesity-Who European Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI 2015-2017). Nutrients 2019;11:511.

Biddle SJH, Gorely T, Pearson N, Bull FC. An assessment of self-reported physical activity instruments in young people for population surveillance: Project ALPHA. Int J Behav Nutr Phys Act 2011;8:1.

Costa FFD. Desenvolvimento e avaliação de um questionário baseado na web para avaliar o consumo alimentar e a atividade física de escolares. Tese [Doutorado em Educação Física] – Universidade Federal de Santa Catarina; 2013.

Jesus GM, Assis MAA, Kupek E, Dias LA. Avaliação da atividade física de escolares com um questionário via internet. Rev Bras Med Esporte 2016;22(4): 261-6.

Caetano IT, Albuquerque MR, Mendes EL, Nascimento FR, Amorim PRS. Associação do sexo, rede de ensino e turno escolar com os níveis de intensidade das atividades diárias de crianças medidos por acelerometria. Rev Bras Ciênc Esporte 2017;39(3):299-306.

Caetano IT, Albuquerque MR, Nascimento FR, Mendes EL, Amorim PRS. Análise do comportamento sedentário de escolares por sexo, tipo de escola e turno escolar. R Bras Ci e Mov 2016;24(1):16-26.

Teixeira FCF, Soares SL, Ferreira HS. A realidade dos professores de Educação Física no Ensino Fundamental I e II, em uma escola pública da sede do município de Massapê – CE. Revista on line de Política e Gestão Educacional, v.22, n.2, p.572-587, 2018.

Jesus GM, Assis MAA, Kupek E. Validade e reprodutibilidade de questionário baseado na Internet (Web-CAAFE) para avaliação do consumo alimentar de escolares de 7 a 15 anos. Cad Saúde Pública 2017;33(5):e00163016.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama de Feira de Santana: IBGE, 2018.

Lohman TG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Champaign, IL: Human Kinetics Books; 1988.

de Onis M, Onyango AW, Borghi E, Siyam A, Nishida C, Siekmann J. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bull World Health Organ 2007;85(9):660-667.

Ridley K, Ainsworth BE, Olds TS. Development of a compendium of energy expenditures for youth. Int J Behav Nutr Phys Act 2008;5:45.

Pate RR, Pratt M, Blair SN, Haskell WL, Macera CA, Bouchard C, et al. Physical activity and public health. A recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. JAMA 1995;273(5):402-7.

Hower IM, Harper SA, Buford TW. Circadian rhythms, exercise, and cardiovascular health. J Circadian Rhythms 2018;16(1):1-8.

Marshall SJ, Biddle SJH, Sallis JF, McKenzie TL, Conway TL. Clustering of sedentary behaviors and physical activity among youth: a cross-national study. Pediatric Exercise Science 2002;14(4):401-417.

Rezende LFM, Lopes MR, Rey-López JP, Matsudo VKR, Luiz OC. Sedentary behavior and health outcomes: an overview of systematic reviews. PLoS one 2014;9(8):e105620.

Christofaro DGD, Andersen LB, Andrade SM, Barros MVG, Saraiva BTC, Fernandes RA, et al., Adolescents’ physical activity is associated with previous and current physical activity practice by their parents. J Pediatr 2018;94(1):48-55.

Jesus GM, Dias LA, Cerqueira PA, Assis MAA, Kupek E. Diferenças de gênero na avaliação qualitativa de atividades físicas e sedentárias de escolares de 7 a 10 anos no nordeste brasileiro. Rev Bras Ciênc Esporte 2019. https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.11.002.

McGivern RF, Mutter KL, Anderson J, Wideman G, Bodnar M, Huston PJ. Gender differences in incidental learning and visual recognition memory: support for acess difference in unconscius environmental awareness. Personality and Individual Differences 1998;25:223-32.

McGivern RF, Huston JP, Byrd D, King T, Siegle GJ, Reilly J. Sex differences in visual recognition memory: support for a sex-related difference in attention in adults and children. Brain Cogn 1997;34(3):323-36.

Elmesmari R, Martin A, Reilly JJ, Paton JY. Comparison of accelerometer measured levels of physical activity and Sedentary time between obese and non-obese children and adolescents: a systematic review. BMC Pediatrics 2018;18(1):106.

Atkin AJ, Gorely T, Clemes AS, Yates T, Edwardson C, Brage S, et al. Methods of measurement in epidemiology: sedentary behaviour. Int J Epidemiol 2012;41: 1460-1471.

Strath SJ, Kaminsky LA, Ainsworth BE, Ekelund U, Freedson PS, Gary RA, et al. Guide to the assessment of physical activity: clinical and research applications: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation 2013; 128(20):2259-2279.

World Health Organization. Global action plan on physical activity 2018–2030: more active people for a healthier world. Geneva: World Health Organization; 2018. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

Downloads

Publicado

2023-03-09

Como Citar

Mercês de Jesus, G., Matos dos Santos Araujo, L. D., Andrade Dias, L. ., Silva e Silva, J., & Altenburg de Assis, M. A. (2023). AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES FÍSICAS E SEDENTÁRIAS DE ESCOLARES: EXISTE ASSOCIAÇÃO COM O TURNO ESCOLAR?. Práticas E Cuidado: Revista De Saúde Coletiva, 4, e14796. Recuperado de https://www.revistas.uneb.br/index.php/saudecoletiva/article/view/14796

Edição

Seção

Artigos (FLUXO CONTíNUO)