Gabriela Mistral: algumas considerações metodológicas para pensar seus estudos biográficos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1147

Palavras-chave:

Gabriela Mistral, Biografia, Memoria, Rizoma, Experiência

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões e considerações metodológicas para pensar os estudos biográficos sobre Gabriela Mistral (1889-1957). Assim, na primeira parte se apresentam algumas notas biográficas da autora, dando destaque à importância das viagens e das experiências na sua trajetória formativa. Na segunda parte se analisa a operação cosmética que sofreram a autora e sua obra no seu país natal, Chile, a qual possibilitou que, na Ditadura liderada por Augusto Pinochet (1973-1989), se decretassem formas de leitura sobre uma Mistral oficial. Finalmente, propõem-se algumas considerações metodológicas que, considera-se, permitiriam reconhecer uma Mistral criadora, plural e conectada, em que se destacam seu reconhecimento como sujeito histórico; o romper o engessamento e ler o rizoma, ler as chaves na sua própria obra; o uso das metáforas; e a recuperação do conceito de experiência.

Palavras-chave: Gabriela Mistral. Biografia. Memoria. Rizoma. Experiência.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carola Sepúlveda Vásquez, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É professora adjunta da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

Referências

ARTIÈRES, Philippe. Arquivar a própria vida. Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 9-34, jul. 1998.

ASSMAN, Aleida. A luta das recordações nas histórias de Shakespeare. In: ASSMAN, Aleida. Espaços da recordação: formas e transformações da memória cultural. Tradução: Paulo Soethe. Campinas: Unicamp, 2011.

BENJAMIN, Walter. O narrador. In: BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Obras Escolhidas. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BLANCO, José Joaquín. Se llamaba Vasconcelos. Una evocación crítica. Ciudad de México: Fondo de Cultura Económica, 1993.

CANO, Gabriela. Gabriela Mistral: la dura lección de que existen patrias. Debate Feminista, Ciudad de México, v. 13, p. 133-139, abr. 1996.

CARVALHO, José Murilo. A formação das almas: o imaginário da República do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CHAMON, Carla Simone; FARIA FILHO, Luciano Mendes de. A educação como problema, a América como destino: a experiência de Maria Guilhermina. In: VENANCIO MIGNOT, Ana Chrystina; GONÇALVES GONDRA, José (org.). Viagens pedagógicas. São Paulo: Cortez, 2007.

CITELI, Maria Teresa. O feminismo mudou a ciência?. Cadernos Pagu, Campinas, n. 17-18, p. 373-377. 2002.

DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 1994.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Rizoma. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.

DELORY-MOMBERGER, Christine. Experiencia y formación. Biografización, biograficidad y heterobiografía. Revista Mexicana de Investigación Educativa, Ciudad de México, v. 19, n. 62, p. 695-710, jul./set. 2014.

DOSSE, François. O desafio biográfico: escrever uma vida. São Paulo: USP, 2009.

GINZBURG, Carlo. Olhos de madeira: nove reflexões sobre a distância. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

GRANDÓN, Olga. La prosa poética de Gabriela Mistral: identidad y discurso. 2004. 119 páginas. Tese. (Doctorado en Literatura con mención en Literatura chilena e Hispanoamericana) – Facultad de Filosofía y Humanidades, Universidad de Chile, Santiago, 2004.

GRANDÓN, Olga. Gabriela Mistral: identidades sexuales, etno-raciales y utópicas. Atenea, Concepción, n. 500, sem. II 2009.

LADRÓN DE GUEVARA, Matilde. Gabriela Mistral, rebelde magnífica. Santiago: Editorial Emisión, 1999.

LAGARDE, Marcela. Los cautiverios de las mujeres: madresposas, monjas, putas, presas y locas. Ciudad de México: UNAM, 2005.

LARROSA, Jorge. Sobre la experiencia. Aloma – Revista de Psicologia, Ciències de l'educació, Barcelona, n. 19, p. 87-112, 2006.

LÓPEZ, Oresta. Alfabeto y enseñanza domésticas: el arte de ser maestra rural en el valle del Mezquital. Ciudad de México: Consejo Estatal para la Cultura y las Artes de Hidalgo, 2001.

LORIGA, Sabina. O pequeno x: da biografia à história. Tradução Fenando Scheibe. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

MANZANO, Rolando. Recorrer la vida desde la vereda contraria. DIBAM – Revista Patrimonio Cultural, Santiago, n. 6, año XIII, 2008.

MISTRAL, Gabriela. Carta a mi biógrafo. El Mercurio, Santiago, 8 de Julio de 1934.

MISTRAL, Gabriela. Viajar. In: SCARPA, Roque Esteban (org.). Gabriela anda por el mundo. Santiago: Editorial Andrés Bello, 1978.

MISTRAL, Gabriela. Niña errante: cartas a Doris Dana. Santiago: Lumen, 2009.

MISTRAL, Gabriela. Como escribo. In: REAL ACADEMIA ESPAÑOLA. Gabriela Mistral en verso y prosa. Antología. Lima: Santillana Ediciones Generales, 2010.

MORAES, Dislane Zerbinatti; LUGLI, Rosario Genta (org.). Docência, pesquisa e aprendizagem: (auto) biografias como espaços de formação/investigação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010.

PIZARRO, Ana. Gabriela Mistral: El proyecto de Lucila. Santiago: LOM Ediciones; Embajada de Brasil en Chile, 2005.

PIZARRO, Ana. Con identidad transgresora. Referente simbólico de la nación. DIBAM – Revista Patrimonio Cultural, Santiago, n. 46, año XIII, 2008.

ROCKWELL, Elsie. Metáforas para encontrar historias inesperadas. In: ROCKWELL, Elsie. Vivir entre escuelas: relatos y presencias. Antología esencial. Compilado por Nicolás Arata, Juan Carlos Escalante e Ana Padawer. Buenos Aires: CLACSO, 2018.

SAID, Edward. Fora do lugar: memórias. Tradução: José Geraldo Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

SCOTT, Joan. El problema de la invisibilidad. In: KLEINBERG, Jay (comp.). Retrievieng women’s history. Paris: Unesco/Berg, 1989.

SCOTT, Joan. El género: una categoría útil para el análisis histórico. In: LAMAS, Marta (comp.). El género. Construcción cultural de la diferencia sexual. Ciudad de México: PUEG-UNAM, 1996.

TEITELBOIM, Volodia. Gabriela Mistral: pública y secreta. Santiago: Editorial Sudamericana, 1996.

TELLES, Norma. Escritoras, escritas, escrituras. In: DEL PRIORE, Mary; BASSANEZI, Carla. (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000.

TODOROV, Tzvetan. El hombre desplazado. Madrid: Editorial Taurus, 2008.

VENANCIO MIGNOT, A. C.; CAMARA BASTOS M. H.; SANTOS CUNHA, M. T. Tecendo educação, história, escrita autobiográfica. In: VENANCIO MIGNOT, A. C.; CAMARA BASTOS, M. H.; SANTOS CUNHA, M. T. (org.). Refúgios do eu: educação, história e escrita autobiográfica. Florianópolis: Mulheres, 2000.

VON SIMSON, Olga R. de Moraes. A construção de narrativas orais sugeridas e incentivadas pela visualidade. A conjugação de depoimentos orais e fotografias históricas em pesquisas que visam reconstruir a história do tempo presente. À espera de publicação pelo Grupo de Pesquisa Memória e Fotografia (GPMEF) do CMU- UNICAMP.

VON SIMSON, Olga R. de Moraes; PARK, Margareth Brandini; FERNANDES, Renata Sieiro. Educação não formal: um conceito em movimento. In: VON SIMSON, Olga R. de Moraes et al. Visões singulares, conversas plurais. São Paulo: Itaú Cultural, 2007.

Sites consultados

http://salamistral.salasvirtuales.cl

http://www.memoriachilena.cl

Downloads

Publicado

2024-03-05

Como Citar

SEPÚLVEDA VÁSQUEZ, C. Gabriela Mistral: algumas considerações metodológicas para pensar seus estudos biográficos. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 9, n. 24, p. e1147, 2024. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2024.v9.n24.e1147. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/9677. Acesso em: 27 abr. 2024.