Meu destino é ser onça e o projeto modernista brasileiro

Possíveis diálogos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v15i1.10763

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar de que forma a prosa contemporânea de Meu destino é ser onça (2009), de Alberto Mussa, dialoga com o projeto modernista brasileiro. Para estabelecer esse diálogo, traçaremos um comparativo da referida obra em relação ao romance Macunaíma (1928), de Mário de Andrade (1893-1945), e ao conto “Meu tio o Iauaretê” (1969), de Guimarães Rosa (1908-1969), pois as três obras são criações artísticas que, em certa medida, remetem ao conceito de antropofagia, além de absorverem e reelaborarem cosmologias indígenas. Concernente a Macunaíma, observaremos como as duas obras utilizam fontes que reproduzem narrativas de origem indígena na concepção de seus respectivos projetos literários. A respeito de “Meu tio o Iauaretê”, destacaremos temas comuns como a figura da onça e a metamorfose. Para dar suporte à discussão, tomaremos, entre outros, o livro Literaturas da floresta – textos amazônicos e cultura latino-americana (2012), de Lúcia Sá, no qual a autora analisa como as cosmogonias indígenas são reelaboradas em obras da tradição literária brasileira e latino-americana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ingred Pereira, Universidade Federal do Pará

Doutoranda em Estudos Literários do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Pará e professora efetiva da Secretaria Municipal de Educação de Belém e da Secretaria de Educação do Estado do Pará.

Pablo Ramos, Universidade Federal do Pará

Mestrando em Estudos Literários pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Possui graduação em
Letras (habilitação em língua portuguesa) pela mesma Universidade.

Mayara Guimarães, Universidade Federal do Pará

Doutora em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora de
Literatura Brasileira na Universidade Federal do Pará, editora-chefe da Revista MOARA, revista do Programa
de Pós-Graduação em Letras da UFPA, atua também como professora no PPGL da UFPA na área de Estudos
Literários, com ênfase em Literatura Brasileira do século XX, Teoria Literária e Tradução. Coordena o Grupo
de Pesquisa Estudos de Literatura, Tradução e Imagem, certificado pelo CNPQ.

Referências

ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Edição crítica coordenada por Telê Porto Ancona Lopez. Paris de: ALLCA XX; Brasília: CNPq, 1988.
ANDRADE, O. Manifesto antropófago. In: ______. Do pau-brasil à antropofagia e às utopias. Obras completas. v. 6. Rio Janeiro: Civilização Brasileira, 1970. p. 11-19.
BATAILLE, G. Documents. Trad. João Camillo Penna e Marcelo Jacques de Moraes. Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2018.
CAMPOS, H. A linguagem do Iauaretê. In: ______. Metalinguagem – Ensaios de teoria e crítica literária. Petrópolis: Vozes, 1967. p. 47-53.
CARNEIRO DA CUNHA, M.; VIVEIROS DE CASTRO, E. Vingança e temporalidade: os Tupinambá. Journal de la Société des Américanistes. Tome 71. p. 191-208, 1985.
CURY, M. Z. F. Novas Geografias Narrativas. Letras de Hoje. Porto Alegre, v. 42, n. 4, p. 07-17, dezembro 2007.
GARRAMUÑO, F. Frutos Estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014.
JARDIM, E. A brasilidade modernista: sua dimensão filosófica. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1978.
MUSSA, A. Meu destino é ser onça. Rio de Janeiro: Record, 2009.
NUNES, B. Antropofagia e utopia. In: ANDRADE, O. Do pau-brasil à antropofagia e às utopias. Obras completas. v. 6. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1970. p. XXXVI – LIII.
OLIVIERI-GODET, R. Estranhos estrangeiros: poética da alteridade na narrativa contemporânea brasileira. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 29, p. 233-252, jan./jun. 2007.
ROSA, G. Meu tio o Iauaretê. In: ______. Estas Estórias. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969. p. 126 - 159.
SÁ, L. Literaturas da Floresta – Textos amazônicos e cultura latino-americana. Rio de Janeiro: EdUerj, 2012.
WEY, V. Entrar para a tribu literária: a tradução de “Meu tio o Iauaretê”. Scripta, Belo Horizonte, v. 9, n. 17, p. 340-355, jul./dez. 2005.

Downloads

Publicado

2021-07-01

Como Citar

PEREIRA, I.; RAMOS, P.; GUIMARÃES, M. Meu destino é ser onça e o projeto modernista brasileiro: Possíveis diálogos. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 55–68, 2021. DOI: 10.35499/tl.v15i1.10763. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/10763. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS