QUEM SÃO AS DETENTAS? VIDA, FORMAÇÃO, PROFISSIONALIZAÇÃO E ENCARCERAMENTO FEMININO

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Resumo

O artigo trata sobre a vida de mulheres encarceradas em decorrência do cometimento de crimes, que estavam privadas de liberdade na Cadeia Pública do Crato, Ceará. Objetiva-se compreender o contexto de vida das mulheres encarceradas na prisão feminina do Crato-CE considerando o envolvimento com o crime, a escolarização, a profissionalização e a situação de privação de liberdade. Amparando-se metodologicamente na história oral temática, os dados foram coletados, no final de 2018, mediante entrevistas semiestruturadas, gravadas, transcritas e textualizadas, logo, as narrativas, de cinco presidiárias, foram o objeto de estudo analisado. Constatou-se que a Cadeia Pública do Crato era mista e aprisionava 17 mulheres em ala separada da masculina, no entanto, em mesma estrutura predial. As detentas eram mães, com baixa escolarização, que atuaram profissionalmente como domésticas, garçonetes, vendedoras ambulantes ou exclusivamente no comércio ilegal de substâncias psicotrópicas. Ainda que a violência contra às mulheres este ja aumentando, esse não foi o motivo para estarem presas, pois todas foram detidas por tráfico de drogas. O ingresso na criminalidade havia decorrido da possibilidade de aumentar a renda familiar adquirindo dinheiro de maneira considerada mais fácil. A escolarização não era valorizada como caminho para galgar uma vida melhor, em decorrência, apenas uma detenta estudava no sistema prisional. As presas mantinham um bom relacionamento entre si e se sentiam acolhidas na cadeia, todavia, com o contato familiar restrito e acometidas pela saudade da vida em liberdade, asseveravam a vontade viver uma vida cidadã em consonância com as leis após a saída da prisão.

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Publicado

2020-06-30

Como Citar

FIALHO, L. M. F.; QUEIROZ, Z. F. de; PAIVA, M. M. QUEM SÃO AS DETENTAS? VIDA, FORMAÇÃO, PROFISSIONALIZAÇÃO E ENCARCERAMENTO FEMININO. Revista Internacional de Educação de Jovens e Adultos, [S. l.], v. 2, n. 04, p. 57–74, 2020. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/rieja/article/view/8938. Acesso em: 18 maio. 2024.