Educação política das sensibilidades e arquitetura escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p859-873

Palavras-chave:

Arquitetura escolar, Educação política das sensibilidades, História da Educação

Resumo

Este artigo aborda a relação entre educação política das sensibilidades na modernidade e a arquitetura escolar do início do século XX no Brasil. Toma-se como mote para esse exercício o prédio onde atualmente funciona o Colégio Marcelino Champagnat, em Londrina (PR). Dialogamos com documentos referentes ao edifício que abriga tal colégio, inserindo-os no cenário cultural dessa construção. Partiu-se do pressuposto de que os edifícios da escola moderna foram construídos de forma a dar visibilidade à modernidade e fixar no espaço urbano as novas formas de civilização. A arquitetura escolar faz parte do esforço para mobilizar a sociedade em favor da educação, pois para a elite dominante era necessário difundir novas atitudes e valores, entre os quais o de identidade nacional. Por isso a importância de compreendermos os edifícios escolares como elementos de uma estratégia para a constituição diária das sensibilidades.

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Biografia do Autor

Cyntia Simioni Franca, UNESPAR Universidade Estadual do Parana

Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Membro do grupo Kairós, vinculado ao Centro de Memória UNICAMP (CMU), membro do Grupo de Estudos e Pesquisas (GEPEC) da Faculdade de Educação da UNICAMP. Docente do programa de Mestrado em História Púbica da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e do Mestrado Profissional em Ensino de História (PROFHISTÓRIA) da Unespar. 

Nara Rubia de Carvalho Cunha, Docente da Universidade Federal de Uberlância

Docente do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), doutora e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), licenciada em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É pesquisadora Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada (GEPEC), ligado à Faculdade de Educação da UNICAMP, e do Kairós: educação das sensibilidades, história e memória, ligado ao Centro de Memória da mesma instituição. 

Fabio Luiz da Silva, UNOPAR- Universidade Estadual do Norte do Paraná

Doutor em História Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus Assis, mestrado em História pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), graduação em História pela UEL, graduação em Administração de Empresas pela UEL. É professor de História do Colégio de Aplicação Pedagógica da UEL e de História Contemporânea na Pitágoras-Unopar. Docente do Programa de Pós-graduação em Metodologias para o Ensino de Linguagens e suas Tecnologias (mestrado e doutorado), da Pitágoras-UNOPAR.

 

 

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Publicado

2020-06-29

Como Citar

FRANCA, C. S.; CUNHA, N. R. de C.; SILVA, F. L. da. Educação política das sensibilidades e arquitetura escolar. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 5, n. 14, p. 859–873, 2020. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2020.v5.n14.p859-873. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/7982. Acesso em: 19 abr. 2024.