LIMITES DO EU: O GESTO AUTOBIOGRÁFICO NO CINEMA DE JEAN EUSTACHE

Autores

  • Romero Fidelis de Souza Maciel

DOI:

https://doi.org/10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n2.p283-294

Palavras-chave:

Narrativa. Cinema. Autobiografia

Resumo

O presente artigo visa analisar o gesto autobiográfico nas narrativas cinematográficas de Jean Eustache. Dono de uma série de experimentos que vão de curtas metragens, passando pelo documentário, até longas de ficção, o autor em questão, ao mesmo tempo em que se insere na linhagem das narrativas ditas autobiográficas, rompe com o princípio de sistematização do eu em sua filmografia, pulverizando-o em filmes de dicção variada, embaralhando gêneros, de forma que fique a cargo do espectador o trabalho de construir a teia de referências autobiográficas. Por mais que isso seja um atestado de caos, pela falta de unidade em sua obra, é interessante perceber como o seu cinema aponta para uma subjetividade que prefere converter sua própria fragmentação numa assinatura estilística consciente. Entender de que maneira Eustache se representa no campo da autobiografia, ao colocar à prova suas fronteiras, é o propósito dessa análise.

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Como Citar

MACIEL, R. F. de S. LIMITES DO EU: O GESTO AUTOBIOGRÁFICO NO CINEMA DE JEAN EUSTACHE. Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)biográfica, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 283–294, 2016. DOI: 10.31892/rbpab2525-426X.2016.v1.n2.p283-294. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/rbpab/article/view/2662. Acesso em: 28 mar. 2024.