Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485 1
MOVIMENTOS SOCIAIS, TECNOLOGIA E INCLUSÃO DIGITAL: A URGÊNCIA
DE UM DEBATE
MOVIMIENTOS SOCIALES, TECNOLOGÍA E INCLUSIÓN DIGITAL: LA URGENCIA
DE UN DEBATE
SOCIAL MOVEMENTS, TECHNOLOGY AND DIGITAL INCLUSION: THE URGENCY
OF A DEBATE
Jefferson Luis da Silva CARDOSO1
e-mail: jefferson.cardoso@ufra.edu.br
Rosângela Araújo DARWICH2
e-mail: rosangeladarwich@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
CARDOSO, J. L. S.; DARWICH, R. A. Movimentos
sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um
debate. Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8,
n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485
| Submetido em: 30/10/2022
| Revisões requeridas em: 27/04/2023
| Aprovado em: 01/08/2023
| Publicado em: 21/12/2023
Editoras:
Profa. Dra. Célia Tanajura Machado
Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales
Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Belém PA Brasil. Pesquisador na área da Formação de
Professores, Trabalho Docente e Didática. Integrante do Grupo de Estudos em Literatura, Cultura e Sociedade
(GELICS). Professor Assistente da UFRA Campus Tomé-u.
2
Universidade da Amazônia (UNAMA), Belém PA Brasil. Doutora em Psicologia: Teoria e Pesquisa do
Comportamento pelo PPGTPC/UFPA. Líder do Grupo de Pesquisa Poesia do dia a dia: Grupos Vivenciais e
Resiliência. Professora Permanente do PPGCLC/UNAMA.
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485 2
RESUMO: Este estudo aborda a temática dos Movimentos Sociais e sua relação com a
Tecnologia por meio da Educação e Inclusão Digital. O objetivo é analisar, na produção
acadêmica brasileira, em nível Stricto Sensu, os avanços e desafios enfrentados pelos
movimentos sociais na busca pela inclusão digital. A pesquisa é exploratória e bibliográfica,
com busca nas bases da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), disponível on-line,
que congregam as pesquisas Stricto Sensu no Brasil. Para tanto, usaram-se os descritores
“Movimentos Sociais e Tecnologia”, “Movimentos Sociais e Inclusão Digital” e “Movimentos
Sociais e Educação”. A análise sistemática e crítico-integrativa das catorze produções
selecionadas foi a interpretativa. Foi possível concluir que a posição que o MST detém de luta
pela educação no Brasil está consolidada, enquanto o uso da tecnologia via inclusão digital
pelos Movimentos Sociais permanece um campo fértil e abrangente para pesquisas futuras.
PALAVRAS-CHAVE: Movimentos Sociais. Educação e Inclusão Digital. Tecnologia.
RESUMEN: Este estudio aborda la temática de los Movimientos Sociales y su relación con la
Tecnología a través de la Educación y la Inclusión Digital. El objetivo es analizar, en la
producción académica brasileña, a nivel Stricto Sensu, los avances y desafíos que enfrentan
los movimientos sociales en la búsqueda de la inclusión digital. La investigación es
exploratoria y bibliográfica, buscando en las bases de datos de la Biblioteca Digital de Tesis
y Disertaciones BDTD, disponibles en línea, que reúnen investigaciones en Stricto Sensu en
Brasil. Para ello se utilizaron los descriptores Movimientos Sociales y Tecnología”,
“Movimientos Sociales e Inclusión Digital” y “Movimientos Sociales y Educación”. El análisis
sistemático y crítico-integrador de las catorce producciones seleccionadas fue interpretativo.
Se pudo concluir que la posición que el MST ocupa en la lucha por la educación en Brasil está
consolidada, mientras que el uso de la tecnología vía inclusión digital por parte de los
Movimientos Sociales sigue siendo un campo fértil y completo para futuras investigaciones.
PALABRAS CLAVE: Movimientos sociales. Educación e Inclusión Digital. Tecnología.
ABSTRACT: This study addresses the theme of Social Movements and their relationship with
Technology through Education and Digital Inclusion. The objective is to analyze, in Brazilian
academic production, at a Stricto Sensu level, the advances and challenges social movements
face in the search for digital inclusion. The research is exploratory and bibliographic,
searching the databases of the Digital Library of Theses and Dissertations BDTD, available
online, which brings together Stricto Sensu research in Brazil. To this end, the descriptors
“Social Movements and Technology”, “Social Movements and Digital Inclusion,” and Social
Movements and Education” were used. The systematic and critical integrative analysis of the
fourteen selected productions was interpretative. It was possible to conclude that the position
that the MST holds in the fight for education in Brazil is consolidated, while the use of
technology via digital inclusion by Social Movements remains a fertile and comprehensive field
for future research.
KEYWORDS: Social movements. Education and Digital Inclusion. Technology.
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485 3
Introdução
As questões contemporâneas que dizem respeito aos direitos sociais, adquiridos pelos
cidadãos no âmago de países democráticos, como é o caso do Brasil, tornam-se importantes
marcos na firmação de uma sociedade mais justa, igualitária e libertária, no sentido amplo de
seus conceitos. A educação e a tecnologia, neste contexto, são pautas de luta dos coletivos civis
organizados e que buscam demonstrar a diversidade de pensamentos, conhecimentos, saberes,
culturas e práticas que direcionam os próprios avanços da sociedade globalizada. Nas
afirmações de Gohn (2016), os Movimentos Sociais têm historicamente marcado presença nos
arranjos políticos e sociais no Brasil, em especial no que tange a temática da educação, sendo
resultados das aprendizagens e dos projetos socioeducativos desses grupos.
Nesse sentido, para Baalbaki e Nascimento (2021), a organização popular em forma de
Movimentos Sociais é fruto da articulação entre intelectuais, políticos, estudantes e religiosos
que visavam a participação dos sujeitos - em tese da população mais pobre e vulnerável - no
debate político, atento aos problemas sociais do país, na redução da dependência internacional
e propagando o nacionalismo, a fim de buscar uma sociedade mais igualitária. A educação é
elemento central neste debate, que visa a emancipação crítico-reflexiva dos sujeitos, o que
lhes permite compreender e criar a capacidade de mudança da realidade vivida, por meio de
estratégias e ações articuladas junto aos gestores públicos, na promoção e efetivação das
políticas públicas focadas na resolução dos problemas apresentados na sociedade brasileira.
Na caminhada de luta dos Movimentos Sociais, de forma singular, emergem, a partir do
alargamento da globalização e do processo de evolução tecnológica das sociedades, a
necessidade do engajamento dos coletivos na busca, por acesso e compreensão dos usos da
própria tecnologia e das dias digitais presentes em nosso cotidiano. Portanto, entra em cena
a questão da inclusão digital como promotora da informatização dos sujeitos na área
tecnológica. Na visão de Warschauer (2006), é necessário observar o complexo de fatores que
são delimitantes para a inclusão digital, como recursos e aparelhamento físico, digitais,
humanos e sociais, além de assegurar o acesso à linguagem digital das novas tecnologias, por
meio da educação e do letramento técnico-científico, não deixando de lado as estruturas
institucionais e comunitárias necessárias aos sujeitos em formação.
Assim, o presente estudo aborda o papel dos Movimentos Sociais e sua relação com a
Tecnologia por meio da Educação e Inclusão Digital. A pergunta que move a pesquisa é: como
os movimentos sociais têm sido representados na literatura especializada sobre o uso da
tecnologia por meio da educação e inclusão digital? Nesse sentido, o objetivo geral é analisar
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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na produção acadêmica brasileira, a nível stricto sensu, os avanços e desafios enfrentados pelos
movimentos sociais na busca pela inclusão digital no uso das tecnologias.
O presente estudo tem como seções a Introdução, que traz as impressões gerais sobre o
objeto em análise; a metodologia, denominada Movimento metodológico, que desenha os
caminhos da pesquisa; já Movimentos Sociais, tecnologia e inclusão digital: dilemas do tempo
atual, apresenta os resultados da revisão bibliográfica crítico-reflexiva de forma integrativa,
uma vez que buscou a comparação de pesquisas realizadas para apontar os movimentos de
pesquisas posteriores. Por fim, as considerações finais que trazem os horizontes para novas
investigações que relacionem o Movimento Social como coletivo organizado, a tecnologia
como fator importante de inclusão digital por meio da educação na sociedade moderna e
globalizada em que vivemos.
Movimento metodológico
A presente investigação parte de pesquisa exploratória, haja vista a necessidade de
analisar a literatura especializada da área (Gil, 2008), neste caso, que tratam dos temas
Movimentos Sociais e Educação, bem como a tecnologia a serviço da inclusão digital, criando,
assim, novos saberes, fazeres e conhecimentos que necessitam ser catalogados. A abordagem
do estudo está ancorada na base qualitativa, que avalia as impressões, diferentes realidades,
fenômenos sociais e características marcantes dos objetos em estudo (Fonseca, 2002), mas
também, compreende as experiências individuais humanas, passando pelos aspectos da
dinâmica social na capacidade holística de perceber a realidade dos fenômenos estudados (Polit;
Beck; Hungler, 2004) na indicação de respostas.
A pesquisa bibliográfica foi usada na recolha e seleção de materiais publicados em
meios escritos ou eletrônicos, como livros e artigos científicos e que sejam resultados de outras
análises (Fonseca, 2002), que são importantes para traçar um panorama atual sobre o assunto
estudado, bem como para que ampliem os limites para novas investidas na produção do
conhecimento. A base de dados utilizada foi a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
BDTD, que está disponível online e congrega as pesquisas em nível stricto sensu no Brasil.
Como avaliação final da coleta de dados e informações contidas nas produções já
publicadas no âmbito dos programas de pós-graduação em funcionamento no Brasil, usou-se a
análise crítico-integrativa e interpretativa, na medida em que a estratégia alia leitura crítica do
material produzido na área estudada, confronta com os dados e informações levantadas e
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
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permite uma visão mais ampliada da realidade social investigada (Flick, 2009), permitindo
novas reflexões sobre os objetos de pesquisa.
Movimentos Sociais, tecnologia e inclusão digital: dilemas do tempo atual
O processo de reconhecimento dos Movimentos Sociais enquanto categoria que emerge
da necessidade coletiva de grupos e/ou seguimentos historicamente minorizados e subjugados
pelo mundo, a destacar a ressonância do movimento operário europeu, que em 1840 se fortalece
pelo mundo, a partir das demandas dos trabalhadores, que reúnem sindicatos e partidos políticos
socialistas ou comunistas, sob forte influência marxista (Grinberg; Ribeiro, 2018). No Brasil,
ganham força a partir da década de 1960 contra as opressões vividas na ditadura civil-militar e
lutavam, àquela época, por cidadania. Neste tempo, os sindicatos e os partidos políticos de
orientação socialista e comunista representariam, nessa perspectiva, a forma mais acabada desse
tipo de organização, [...] quando muito, seriam movimentos arcaicos e pré-políticos ou, então,
meros assuntos da classe trabalhadora (Doimo, 1995, p. 39).
Os autores enfatizam a questão do termo “classe” como importante conceito a ser
compreendido pela sociedade, uma vez que ela pode determinar em grande medida as crenças,
valores, política, economia, ideias, intelectuais, saberes e conhecimentos que, organizados,
podem definir um grupo social. Diante disso, Thompson (1987) já adverte sobre a consciência
de classe que justamente avalia formas como as experiências culturais, anteriormente descritas,
são tratadas, sejam elas tradições, ideais, sistemas valorados e formas institucionais, sejam
vivências de grupos profissionais distintos e que exprimem suas demandas, nunca exatamente
da mesma forma e proporção.
No campo de lutas, a educação é dos pontos fundamentais dos Movimentos Sociais,
uma vez que por meio dela, o coletivo de sujeitos organizados tem acesso a conhecimentos,
saberes e práticas sistematizadas nas escolas, com a finalidade de aumentar o capital intelectual
de seus integrantes, até porque essa busca “tem caráter histórico, são processuais, ocorrem,
portanto, dentro e fora de escolas e em outros espaços institucionais” (Gohn, 2011, p. 398).
Hoje, diante da escalada tecnológica, a questão da inclusão digital torna-se crucial para o
próprio desenvolvimento social, que, no Brasil, é marcado por grandes diferenças sociais, sendo
necessário ratificar que “a luta contra as desigualdades e a exclusão, devem visar o ganho em
autonomia das pessoas ou grupos envolvidos” (Lévy, 1999, p. 238) um horizonte em processo
de conquista pelos Movimentos Sociais.
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
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Sendo a educação um elemento central nesta discussão e por sua diversidade
apresentada aqui nas nomenclaturas Educação do Campo e Educação Popular, faz-se necessário
sua diferenciação. O termo Educação segue os parâmetros estabelecidos pela Lei de Diretrizes
e Bases da Educação LDB 9.394/96, que em seu art. 1º, apresenta-a como um processo
formativo iniciado pela família e que se desenvolve ao longo do tempo na convivência humana,
no trabalho, nas instituições de ensino, pesquisa, nos movimentos sociais, nas organizações
civis e nas manifestações culturais (Brasil, 1996).
Educação do Campo apresenta-se como um fenômeno protagonizado pela
organização dos trabalhadores do campo que buscam articular políticas educacionais para
classe camponesa. Além disso, tem o objetivo de fixar os sujeitos do campo a partir do trabalho
com a terra, cultura local, sua luta por direitos e com projetos próprios de desenvolvimento do
país no cenário rural (Caldart et al., 2012). Por fim, aborda-se o conceito de Educação Popular
como uma nova epistemologia que respeita e exalta o senso comum, que valoriza as práticas
cotidianas dos setores populares, na busca por teorias ainda não conhecidas pelo povo, como
forma de problematizá-la para sua incorporação ao raciocínio científico, rigoroso e unitário
(Gadotti, 2018).
Assim, a presente seção discute os achados da pesquisa online realizada na Biblioteca
Digital de Teses e Dissertações (BDTD), que congrega as produções acadêmicas do Brasil em
nível de Pós-Graduação stricto sensu. Como base parametrizada, foram usados os descritores
para busca “Movimentos Sociais e Tecnologia”, “Movimentos sociais e Inclusão Digital” e
“Movimentos Sociais e Educação”. No que se refere ao primeiro, foram encontradas 06 (seis)
produções, sendo 03 (três) teses e 03 (três) dissertações. Já o segundo descritor não encontrou
produções, o que sugere uma lacuna considerável em se tratando de um tema tão importante
para sociedade civil organizada e tecnológica, perfil do mundo globalizado que solicita sujeitos
informatizados. O terceiro descritor encontrou 42 (quarenta e dois) estudos, sendo 26 (vinte e
seis) dissertações e 16 (dezesseis) teses.
Após essa investida, a avaliação inicial das produções se deu pelo título, resumo e
palavras-chave, além da introdução para captar elementos com aderência ao objeto desta
análise. Assim, dado o número baixo de trabalhos encontrados no primeiro descritor, dois
estudos foram descartados por não conter a discussão central deste estudo. Já no terceiro, mais
numeroso, destacaram-se 10 (dez) pesquisas relevantes, o que perfaz um total de 14 (quatorze)
produções que compõem os resultados apresentados a seguir.
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
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Tabela 1 Sistematização das literaturas da revisão sistemática
Título
TESES
Movimentos sociais e tecnologias digitais cultura digital brasileira, software livre e
tecnopolítica.
Educação do Campo do Semiárido como política pública: um desafio local à articulação
dos movimentos sociais.
Estado, Movimentos Sociais Populares e Educação do
Campo.
A Pedagogia da Libertação no contexto da reestruturação capitalista: da “escola com os
pés no chão” aos desafios da educação popular no labirinto dos “Novos Movimentos
Sociais”.
Movimentos Sociais e Educação Superior: ação coletiva e protagonismo na construção
do plano nacional de educação (2014-2024).
DISSERTAÇÕES
Desenvolvimento e tecnologia nos Movimentos Sociais: um estudo sobre a cultura
digital e os pontos de cultura.
Movimentos Sociais, apropriação das tecnologias da informação e da comunicação e a
centralidade na rede da Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones Del Campo.
Movimentos Sociais e Novas Tecnologias da Informação e Comunicação: um estudo de
caso na zona sul da cidade de São Paulo, a casa dos meninos.
Contribuições dos Movimentos Sociais na democratização do acesso à educação: a luta
do MST em São Paulo pelo acesso à educação.
Internet e Educação: articulações inspiradas pelos movimentos sociais articulados em
rede para formação de sujeitos.
A educação não formal praticada por Movimentos
Sociais e suas implicações para identidade da Comunidade de Faxinal Marmeleiro de
Baixo.
Educação Popular no contexto brasileiro: percepções dos representantes de movimentos
sociais sobre o marco de referência da educação popular para as políticas públicas.
Movimentos Sociais, Educação e Cidadania: um estudo sobre os cursos pré-vestibulares
populares.
Processos comunicacionais contra-hegemônicos e direito à educação em São Gonçalo
nas vozes de movimentos sociais populares.
Fonte: Elaboração dos autores (2022).
Após a organização das obras selecionadas para análise crítico-integrativa deste estudo,
é possível perceber que as pesquisas acerca da representatividade dos Movimentos Sociais no
Brasil foram delimitantes para diversas políticas públicas serem pensadas e articuladas no
sentido do atendimento às necessidades dos diversos grupos que compõem esses coletivos. É
possível reconhecer a posição de destaque que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra
(MST) exerce no cenário nacional. Além da luta pela terra enquanto seguridade social,
emergem deles a busca por todos os serviços que o cidadão brasileiro tem direito no território
nacional.
No que se refere ao objeto central da presente pesquisa - movimentos sociais e
tecnologia -, ainda é rara a produção a nível stricto sensu que trata da temática. Se for levado
em consideração que os Movimentos Sociais ganham força no Brasil em meados da década de
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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1960, como mostra as discussões aqui apresentadas, soa o alerta de que é um campo fértil
para pesquisas futuras, com necessidade de ampliar os horizontes que envolvem a temática em
questão. Sobre a díade Movimentos Sociais-Educação, produções significativas que vão
desde a organização dos coletivos de luta por uma educação justa, de qualidade e universal, até
a contribuição com políticas públicas de impacto na vida dos grupos historicamente
marginalizados pelo Brasil.
Assim, segue uma síntese do que pesquisadores(as) têm feito para popularizar os
conhecimentos, saberes e práticas produzidos pelos Movimentos Sociais no Brasil, sobre a
temática tecnologia e educação, bem como sua relação com o processo de melhoria das
condições de vida, trabalho e inclusão social, que são elementos constitutivos da cidadania no
Brasil. As análises seguem a ordem da Tabela 1, iniciando pelas Teses e terminando pelas
Dissertações.
O estudo de Paciornik (2021) enfatiza os discursos que são feitos pelos Movimentos
Sociais acerca de técnicas, tecnologias e tecnologias digitais, além dos usos e invenções de
objetos técnicos digitais, constituintes da cultura digital no Brasil. Seu objetivo central analisou
os discursos que envolvem o uso de softwares livre, no cenário político nacional que envolve a
segunda década dos anos 2000 no seguimento da internet. Na extensa avaliação que faz sobre
o objeto em análise, aponta para questões interessantes como a prática de criação do que chama
de redes autônomas comunitárias; a promoção de cursos e oficinas que abordam a questão da
tecnologia, instalações e invenções de softwares e hardware livres que utilizam plataformas
próprias, demarcando verdadeiros territórios de transformação social.
Sobre o objeto em estudo pelo autor, foi possível levantar diversas questões como: a
posição dos movimentos sociais no Estado brasileiro na sua versão progressista; a concepção
de teorias próprias sobre técnica, tecnologia e seus usos; a cultura digital a partir de softwares
e hardware livres; a luta travada entre os mais ricos com uso de softwares pagos e os mais
pobres em softwares livres; questões de gênero, raça, classe e orientação sexual que afetam
todos os seguimentos da sociedade brasileira; os problemas vividos sobre a díade espaço-tempo
em movimento; território e descolonização, com efeito no avanço social; e, a formação tecno
política no interior dos Movimentos Sociais, que, além de contribuir para inclusão digital dos
Movimentos Sociais, permita a (trans)formação tecno política aberta de todos os cidadãos
(Paciornik, 2021).
A literatura produzida por Menezes (2017) aborda o protagonismo dos Movimentos
Sociais e sua contribuição à educação do Brasil, em especial nas áreas campesinas, na
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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formulação de políticas públicas que permitam e, acima de tudo, assegurem os direitos civis
proclamados pela Constituição Federal de 1988 no país. Desse modo, a pesquisa buscou
compreender as ações e articulações realizadas pelos Movimentos Sociais presentes na região
do Semiárido brasileiro, nas abrangências municipais, suas ressonâncias para efetivação de uma
educação realmente vivida.
A pesquisa revela a força dos Movimentos Sociais do campo, enquanto projeto de
desenvolvimento de suas demandas, especificamente na tangente dos conhecimentos, saberes e
práticas da região nordeste do país, bem como sua parcela de contribuição no cenário de luta -
articulados em rede por políticas públicas que permitam “1) acesso e permanência e [...]
garantir igualdade de oportunidades e condições [...]; 2) atenção à diversidade. O campo é plural
e [...] culturas exige políticas diferenciadas e adequadas à sua pluralidade [...]; 3) qualidade e
aprendizagem [...] desses sujeitos (Menezes, 2017, p. 220).
O estudo realizado por Souza (2021) aborda a questão da promoção da educação do
campo, solicitada pelos Movimentos Sociais junto ao Estado e que gera tensões políticas,
econômicas e sociais na sociedade brasileira. O autor desenvolve sua pesquisa na discussão
contemporânea sobre o lugar/papel do Estado na promoção dos direitos sociais, no sentido de
compreender as práticas educativas da educação do campo por meio dos Movimentos Sociais
populares.
Marca a presença do Neoliberalismo como interventor e direcionador das políticas
públicas - diga-se de passagem - mínimas para o atendimento da população e que é confrontado
frontalmente pelos coletivos organizados no sentido de reivindicar, assim como na outra
pesquisa, que a Constituição Federal do Brasil de 1988 seja cumprida e que todos os cidadãos
sejam atendidos pelo Estado Nação. Na argumentação teórica, o autor utiliza estudiosos de
destaque para falar sobre o papel do Estado no desenvolvimento das sociedades, que advertem
sobre o Estado do Bem-Estar Social que envolve, também, as discussões sobre a luta de classes
como marca do aparecimento dos Movimentos Sociais populares no mundo e, que no Brasil,
ecoam na constituição do MST e suas pautas de reivindicações (Souza, 2021).
O trabalho desenvolvido por Lima (2018) buscou mostrar a relevância do que chama de
“Novos Movimentos Sociais” na promoção de uma educação com base na Pedagogia da
Libertação (pensada e gestada por Paulo Freire na condição de exilado, logo após o golpe civil-
militar de 1964) no movimento contrário, que seja pensada no chão da escola, linha de
pensamento que adverte sobre a necessidade de acolher e reconhecer a realidade escolar como
importante elemento para promover uma educação que seja emancipatória aos sujeitos. Nesse
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
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caminhar, novamente o MST aparece como protagonista da ação popular e que mantém em
suas práticas educativas a chamada “escola de trabalho” na referência da luta de classes e sua
relação direta na díade trabalho-educação, que, defendida por Paulo Freire, advoga para o
fortalecimento do que chama Escola Cidadã.
No desenvolvimento da tese, retoma o percurso histórico de lutas entre o Estado, os
Movimentos Sociais e a busca por uma educação de caráter popular, baseados na perspectiva
histórico-crítica a que se estreita a pedagogia da libertação. Ressalta o caráter elitista da
educação do Brasil, confrontado pelos movimentos contra-hegemônicos de origem marxista e
revolucionária, que no âmbito educacional têm solicitado uma práxis educativa focada na
resolução dos problemas sociais e no fortalecimento da emancipação humana por meio da
escola e do trabalho, como parte da dignidade humana (Lima, 2018).
A tese de Costa (2014) tem como foco a educação em nível superior e as relações que
os Movimentos Sociais desempenharam na formulação e implementação do Plano Nacional de
Educação do decênio 2014-2024, no sentido de encontrar quais elementos se materializaram
nas diretrizes, metas e estratégias do PNE fazem parte das reivindicações organizadas que
demarcam historicamente o debate político de acesso dos sujeitos coletivos à universidade.
Inobstante, o destaque para Conferência Nacional de Educação (CONAE) e o Fórum Nacional
de Educação (FNE) que indicam as principais demandas sociais aos gestores educacionais do
Brasil.
O estudo busca, assim, reconhecer a influência e o destaque das pautas dos Movimentos
Sociais na luta pela educação de qualidade, democrática e universal. O estudo situa o período
histórico na elaboração dos documentos oficiais que normatizam a democracia brasileira, como
as diferentes Constituições Federais de 1934 e 1988, bem como os PNE de 1937, 1962, 2001
(e os planos plurianuais de 2004 e 2008) até a chegada da versão atual de 2014, que segue em
vigor até 2024. Além disso, evidenciam-se as agitações, tensões, embates e acordos entre os
personagens constitutivos da sociedade brasileira, com destaque a figura dos Movimentos
Sociais - novamente o MST configura as agendas de diálogo com o governo no sentido de
minimizar as disparidades sociais do país (Costa, 2014).
A questão da Tecnologia atrelada aos Movimentos Sociais está presente no estudo
realizado por Pedroso (2013), que abre nossas análises sobre as dissertações selecionadas para
presente revisão integrativa. O trabalho buscou a conexão da rede de cultura como política
pública e a ponte feita com os coletivos sociais. Ademais, faz um resgate interessante sobre o
Programa Cultura Viva, iniciado em 2004, e que possuía cinco ações àquela época: Agenda
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
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Cultura Viva - formação e profissionalização de jovens na área cultura; Cultura Digital -
funcionamento sistêmico da cultura; Escola Viva - ligação da educação formal com a não-
formal no sentido da interseção entre educação e cultura; Griôs - mestres do saber - difusores
da cultura afro-brasileira; e, Ponto de Cultura - fortalecimento do corpo da cultura no país,
resguardando a criatividade e as novas linguagens populares. No horizonte do estudo, a cultura
digital joga seu papel decisivo, possibilitando, ainda que de modo bem tímido, outras formas
de organização, criando-se assim, temas transversais que se transformam em bandeiras comuns
de todos os grupos (Pedroso, 2013, p. 81).
O itinerário investigativo de Zampier (2007) está ancorado na articulação da
Coordenadoria Latino-americana das Organizações do Campo (CLOC) que congrega países da
América Latina no sentido da articulação e utilização da tecnologia da informação e
comunicação em rede, para construção de posições centrais de Movimentos Sociais que
integram a instituição em destaque. O início de suas atividades data de 1989 que, segundo a
autora, demarca os 500 anos de descobrimento das Américas e que tem passado por constantes
mudanças organizativas em países como a Guatemala, Chile, Colômbia, Equador, República
Dominicana, Peru, Bolívia, Argentina, Paraguai, Honduras, Venezuela e México, onde neste
último, tem ampliado sua capitalidade de atuação.
Nessa direção, o estudo imprime suas andanças pela modernização estrutural da
agricultura no mundo e as impressões desproporcionais sentidas pelo pequeno produtor a nível
familiar. Indica a vivência deslumbrante que a tecnologia por meio das Redes Sociais Digitais,
em todas as suas interfaces, exerce sobre os sujeitos e a apropriação desse conhecimento, deve
ser canalizando para o campo da resistência contra as ideologias dominantes e exploradoras
(Zampier, 2007).
Na linha que analisa a contribuição da tecnologia da informação e comunicação junto
aos Movimentos Sociais, Paciornik (2013) se debruça sobre um estudo de caso no estado de
São Paulo, no Brasil, no sentido de encontrar a conexão intramovimentos que evidencie os
conflitos e as demandas sociais oriundos da reconfiguração de usos da tecnologia. A instituição
Casa dos Meninos foi destacada por sua excepcional luta cotidiana que, desde 1949, vem
usando a tecnologia de forma “sistemática e inventiva” para combater a ditadura inicialmente;
ajustar a oposição sindical; lutar por creches; identificar empresas poluidoras; evidenciar a luta
pelos direitos da criança e adolescentes; sistematizar a juventude da periferia e reivindicar por
educação pública e de qualidade.
O autor faz o enlace da produção com outras bibliografias que discutem a relação
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
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Movimentos Sociais e Tecnologia, até as experiências compartilhadas nos eixos técnica,
tecnologia e seus embates contemporâneos no espaço social Casa dos Meninos. Nos limites do
estudo, o Movimento Social em análise busca [...] criar uma referência jovem, para criar um
novo sujeito com outra cultura política, percebendo que a disputa dos processos de individuação
com o capital continua a pleno vapor(Paciornik, 2013, p. 168).
O estudo elaborado por Chaves (2011) analisa o cenário do MST na luta pelos direitos
sociais assegurados a todos os cidadãos brasileiros, com destaque à promoção da educação
pública, gratuita e de qualidade, além de ser universal. Faz um retrospecto que observa a
movimentação dos trabalhadores rurais no país no período republicano, sua organização,
mobilização e estruturação até o fortalecimento do coletivo no episódio da redemocratização.
Importante o registro de que a educação do campo nunca foi prioridade na história do Brasil,
no entanto, com a “modernização e a industrialização” do meio rural, foi preciso rever as
posições de “indiferença, indisposição e desvalorização” com que o sujeito do campo sempre
fora visto no Brasil. O setor agrário, por exemplo, foi atrelado a políticas conservadoras e
neoliberais no início dos anos 1990, com Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique
Cardoso, que beneficiou muito mais a elite agrária do país do que a classe trabalhadora. No que
se refere a luta educacional travada pelo MST e os governos, aponta-se que “a educação deve
servir aos interesses de luta, deve esclarecer ao trabalhador a sua condição de explorado e,
sobretudo, tem o compromisso de formar a base ideológica que vai realizar as transformações
na realidade social. (Chaves, 2011, p. 100).
A produção de Coelho (2015) versou sobre a importância da internet para formação da
rede de sujeitos integrantes de Movimentos Sociais, bem como perceber a influência política
que a inclusão digital manifesta entre educadores nos coletivos organizados. A pesquisa segue
como vertente metodológica um estudo de caso sobre o Movimento Passe Livre (MPL)
desencadeado no início de 2015 e que teve ressonância usando a plataforma do Twitter como
rede social para comunicação e divulgação das manifestações que foram realizadas pelo MPL.
Destaca-se a utilização da tecnologia de forma estratégica para o êxito da ação que
problematizou o levante social, a pluralidade de ideias e a mobilização em prol de um direito
comum para o movimento. Enfatiza o uso consciente das redes sociais por meio do engajamento
social, o que depreende conhecer, usar e difundir os saberes, conhecimentos e as boas práticas
vivenciadas no contexto interconectado das sociedades modernas. Evidencia os ativismos dos
Movimentos Sociais pelo mundo e no Brasil, com ideias e debates apropriados sobre direitos
adquiridos democraticamente na compreensão do outro e de si mesmo para evolução e até
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
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revolução das sociedades (Coelho, 2015).
O trabalho desenvolvido por Meira (2017) faz uma análise sobre a educação não formal
praticada pelo Movimento Social Faxinal Marmeleiro De Baixo, no estado do Paraná, e a
ressonância da atividade pedagógica para o fortalecimento da identidade da comunidade
investigada. O foco recai sobre os materiais didáticos utilizados no processo de ensino e
aprendizagem dos envolvidos, na perspectiva evolutiva da comunidade e sua contribuição para
valoração do Movimento Social em destaque. Para tanto, a autora busca como referência as
comunidades tradicionais que deram origem à comunidade, como a questão da territorialidade,
com seus valores sociais e culturais atrelados à influência econômica de seu percurso histórico,
com destaque a três elementos sociais para compreensão da realidade vivente: 1) o ofício
tradicional das Benzedeiras; 2) da Costureira de Rendiduras e Machucaduras; e por fim, 3) das
Parteiras. A autora estabelece a teia dessas relações, pois percebe-se a importância na educação
não formal praticada por esses movimentos e organizações de apoio, que possuem sua
fundamentação na experiente tradição da educação popular no Brasil (Meira, 2017, p. 125).
A literatura produzida por Freire (2019) relata a importância e as marcas dos
Movimentos Sociais para contribuição de política públicas nos termos da referência para
educação popular no Brasil, como expressão maior das articulações das universidades,
organizações sociais e dos educadores na promoção das ações que referendam a prática
educativa em prol de uma sociedade mais igualitária. Um destaque no trabalho à figura de
Simón Rodríguez, de origem venezuelana, que é marco dos estudos de educação popular no
início do século XIX, por seus ideais republicanos libertadores na luta pela independência de
países da América do Sul. A autora estabelece uma análise parametrizada dos conceitos de
Educação Popular que referendam as políticas públicas da educação popular no Brasil, como
um radicalismo apresentado e vivido em contextos revolucionários, apontando que o Marco
de Referência é um radicalismo, efeito da expansão de uma ideia revolucionária: a educação
popular (Freire, 2019, p. 72).
A obra produzida por Nascimento (1999) parte da análise sobre a influência do
Movimento Pré-Vestibular para Negros e Carentes sob a ótica de suas lideranças e que, esteve
em funcionamento desde 1993 na baixada fluminense do Rio de Janeiro, e que revelou a
interrelação dos Movimentos Sociais na luta por educação com base em conceitos como
democracia, cidadania, autonomia, identidade e interculturalismo. Nessa incursão, faz o
percurso histórico do contexto político do Brasil democrático pós-ditadura militar, com
destaque à educação, que se torna pauta das reivindicações dos Movimentos Sociais da
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
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população mais carente e excluída. Não obstante, a figura do povo Negro tornou-se base para
criação dos cursinhos pré-vestibulares para os pobres, negros e carentes da baixada fluminense
que firmam uma educação democrática fundada da ideia de cidadania ativa, na igualdade, na
solidariedade, no respeito aos seres humanos e a valorização da diversidade étnico-cultural da
sociedade brasileira (Nascimento, 1999, p. 101).
Para finalizar a análise crítico-integrativa deste estudo, a produção de Coutinho (2014)
foca, como no estudo anterior, no estado do Rio de Janeiro, desta vez, na periferia de São
Gonçalo, buscando compreender como os Movimentos Sociais locais, usam os meios de
comunicação e as mídias como articulação política e contra-hegemônica para suas lutas sobre
o direito à educação. A investigação é de caráter arrojado e buscou as bases teóricas de uso dos
meios comunicacionais e das mídias, com inserção do site próprio da Associação dos
Moradores e Amigos da Jardim Catarina (AMAJAC), o Orkut, o canal do YouTube e página do
Facebook, além do jornal comunitário impresso “Opinião Pública”. Nas considerações sobre a
compreensão do poder dos Movimentos e das formas de comunicação estabelecidas pela
comunidade estudada, “têm sua atuação e presença legitimadas através de seus próprios
documentos e meios de visibilidade. [...] tornando-se capazes de se fazer ouvir, participando de
maneira ativa e crítica dos processos de elaboração das políticas públicas e dos direitos à
cidadania (Coutinho, 2014, p. 104).
Nas análises realizadas, ainda foi possível perceber ações coletivas sobre o uso das
tecnologias pelos Movimentos Sociais nos estudos apresentados. Os trabalhos de Paciornik
(2021), Pedroso (2013), Zampier (2007), Paciornik (2013), Coutinho (2014) e Coelho (2015)
apontaram, cada um a seu modo, para o uso específico da tecnologia e da internet como aliados
dos Movimentos Sociais para o desenvolvimento e a difusão de conhecimentos, saberes e
práticas relacionados ao manuseio tanto da tecnologia, quanto da internet, com vistas à inclusão
digital.
Vale compreender que, nos dias atuais, a tecnologia é considerada como parte da
evolução humana, uma vez que o alargamento das relações homem-tecnologia tem cada vez
mais se intensificado no cenário mundial (Arendt, 2001). Essa influência decorre do período
estritamente tecnológico em que se vive, tendo em vista que as últimas transformações sociais,
à base da democratização do acesso à tecnologia, necessitarem de informação correta e precisa.
Diuturnamente, modificam-se as informações e os cenários sociais, solicitando dos homens um
conhecimento mais técnico do aparato tecnológico do mundo moderno, situação que referenda
as pesquisas aqui apresentadas (Gadotti, 2000; Morin, 2000; Ireland, 2013).
Jefferson Luis da Silva CARDOSO e Rosângela Araújo DARWICH.
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Já os estudos de Menezes (2017) e Souza (2021) mostraram com precisão a capacidade
de luta dos Movimentos Sociais para que a Educação do Campo seja, de fato, ofertada, gerida
e disponibilizada pelo Estado aos povos que vivem nas áreas rurais do Brasil. Trazem como
protagonistas da ação coletiva o MST, na luta pela cidadania de homens e mulheres do campo,
articulando-se de maneira sociopolítica, buscam condições que lhes permitam viver,
desenvolver e educar-se no e pelo campo, a partir da perspectiva agroecológica e sustentável,
tornando-se resistências no meio rural do país (Arroyo; Caldart; Molina, 2004; Duarte, 2003;
Hage, 2005, 2006; Ramos et al., 2004; Souza, 2006).
Os trabalhos de Costa (2014) e Chaves (2011) articularam as andanças dos Movimentos
Sociais para requerer o acesso e permanência dos sujeitos na escola formal, excepcionalmente
em áreas de ocupação, periferias e regiões periurbanas. Eles argumentam de forma crítica sobre
a obrigação do Estado na democratização da educação a todos, sem restrição, na promoção de
uma educação pública, justa, igualitária e includente, que forme os sujeitos para a vida em
sociedade de forma crítico-reflexiva. No horizonte, lutam por uma educação capaz de contribuir
com o desenvolvimento da nação (Brandão, 1986; Gohn, 2006, 2010; Ribeiro, 2002).
Por sua vez, a educação não-formal e popular foram alvos de estudos de Lima (2018),
Meira (2017), Freire (2019) e Nascimento (1999). Essas ramificações da educação mereceram
destaque e também são pautas dos movimentos que acreditam nas diversas formas de instrução
dos sujeitos, inclusive fora da escola institucionalizada. A educação não-formal e a popular são
processos voluntários, de socialização e solidariedade, com desenvolvimento social coletivo
que acontecem de maneira descentralizada da escola formal. Além disso, resultam da conquista
dos Movimentos Sociais e são disponibilizadas em organizações não-governamentais,
sindicados, centros comunitários, instituições e entidades que buscam, com essa alternativa,
atender a necessidade de parte significativa da população que se encontra fora da escola gerida
pelo Estado (Gohn, 2007; Simsom; Park; Fernandes, 2001; Trilla, 2006).
Considerações finais
O processo de organização coletiva dos sujeitos no mundo demonstra a necessidade de
união em prol de direitos básicos, que são materializados nas sociedades democráticas
mundialmente. Os Movimentos Sociais que se forjam em meados do século XIX, na
revolução industrial, indicam fortes elementos para compreensão de diferentes realidades.
Apontam para aquisição e fortalecimento de uma crítica política que possui concepções
Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
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econômicas, culturais, ambientais e sociais, na tentativa de assegurar protagonismos na
formulação de políticas públicas governamentais que tenham impacto na vida da comunidade
em geral. Sistematizam suas demandas de maneira firme, com fundamentação teórica e com
base nos direitos humanos comum a todos, sendo assim, verdadeiras resistências contra-
hegemônicas do tempo contemporâneo.
A pesquisa em questão examinou a produção científica de nível stricto sensu disponível
no Brasil acerca do processo de utilização da tecnologia pelos Movimentos Sociais por meio da
inclusão digital através da educação. No avançar das leituras foi possível detectar alguns
horizontes: a) os grupos geralmente se formam pelas minorias marginalizadas e excluídas; b) o
MST é o grupo organizado mais citado nas produções e vinculado à luta por educação, seja no
campo ou na cidade; c) os Movimentos Sociais se forjam a partir da negação de um direito
social, excepcionalmente, moradia, saúde e educação; d) possuem posição política definida e
alinhada à perspectiva contra-hegemônica; e) ainda é tímido o uso da tecnologia pelos grupos
organizados, limitando-se ao manuseio de algumas mídias; f) não se registrou pesquisas sobre
inclusão digital, tornando-se um campo fértil na área em estudo; e, g) a posição de resistência
dos Movimentos Sociais tem sido “reconhecida/acolhida” por governos de caráter popular e
“diminuídas” por governos neoliberais, autocráticos e elitistas. Por tudo isso, seguem na luta!
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Movimentos sociais, tecnologia e inclusão digital: A urgência de um debate.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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CrediT Author Statement
Reconhecimentos: Não se aplica.
Financiamento: A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), pela concessão da
bolsa de estudos para o curso de Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em
Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC), e que deu origem a produções como
apresentada neste estudo.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesses.
Aprovação ética: O estudo segue os preceitos científicos e éticos relacionados a pesquisa
no âmbito acadêmico.
Disponibilidade de dados e material: A base de dados principal que deu origem as análises
realizadas no presente estudo, foi a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD),
disponível em: https://bdtd.ibict.br/vufind/.
Contribuições dos autores: Autor 1, foi responsável pela pesquisa exploratória, coleta e
tratamento dos dados e informações, bem como intepretação e redação do texto original.
Também realizou as adequações que foram indicadas no processo de avaliação. Além disso,
coube os ajustes indicados pelos avaliadores da revista. A autora 2, foi responsável pela
orientação, leitura e correção do texto nas normas da revista.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485 1
SOCIAL MOVEMENTS, TECHNOLOGY AND DIGITAL INCLUSION: THE
URGENCY OF A DEBATE
MOVIMENTOS SOCIAIS, TECNOLOGIA E INCLUSÃO DIGITAL: A URGÊNCIA DE
UM DEBATE
MOVIMIENTOS SOCIALES, TECNOLOGÍA E INCLUSIÓN DIGITAL: LA URGENCIA
DE UN DEBATE
Jefferson Luis da Silva CARDOSO1
e-mail: jefferson.cardoso@ufra.edu.br
Rosângela Araújo DARWICH2
e-mail: rosangeladarwich@yahoo.com.br
How to reference this paper:
CARDOSO, J. L. S.; DARWICH, R. A. Social movements,
technology and digital inclusion: The urgency of a debate.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00,
e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485
| Submitted: 30/10/2022
| Revisions required: 27/04/2023
| Approved: 01/08/2023
| Published: 21/12/2023
Editors:
Prof. Dr. Célia Tanajura Machado
Prof. Dr. Kathia Marise Borges Sales
Prof. Dr. Rosângela da Luz Matos
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Rural Federal University of Amazonia (UFRA), Belém PA Brazil. Researcher in the field of Teacher
Education, Teaching Work, and Didactics. Member of the Study Group on Literature, Culture, and Society
(GELICS). Assistant Professor at UFRA Campus Tomé-Açu.
2
University of the Amazon (UNAMA), Belém PA Brazil. Doctoral degree in Psychology: Theory and Research
on Behavior from PPGTPC/UFPA. Leader of the Research Group "Everyday Poetry: Experiential Groups and
Resilience." Permanent Professor at PPGCLC/UNAMA.
Social movements, technology and digital inclusion: The urgency of a debate
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485 2
ABSTRACT: This study addresses the theme of Social Movements and their relationship with
Technology through Education and Digital Inclusion. The objective is to analyze, in Brazilian
academic production, at a Stricto Sensu level, the advances and challenges social movements
face in the search for digital inclusion. The research is exploratory and bibliographic, searching
the databases of the Digital Library of Theses and Dissertations BDTD, available online,
which brings together Stricto Sensu research in Brazil. To this end, the descriptors “Social
Movements and Technology”, “Social Movements and Digital Inclusion,” and “Social
Movements and Education” were used. The systematic and critical integrative analysis of the
fourteen selected productions was interpretative. It was possible to conclude that the position
that the MST holds in the fight for education in Brazil is consolidated, while the use of
technology via digital inclusion by Social Movements remains a fertile and comprehensive field
for future research.
KEYWORDS: Social movements. Education and Digital Inclusion. Technology.
RESUMO: Este estudo aborda a temática dos Movimentos Sociais e sua relação com a
Tecnologia por meio da Educação e Inclusão Digital. O objetivo é analisar, na produção
acadêmica brasileira, em nível Stricto Sensu, os avanços e desafios enfrentados pelos
movimentos sociais na busca pela inclusão digital. A pesquisa é exploratória e bibliográfica,
com busca nas bases da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), disponível on-line,
que congregam as pesquisas Stricto Sensu no Brasil. Para tanto, usaram-se os descritores
“Movimentos Sociais e Tecnologia”, Movimentos Sociais e Inclusão Digital” e “Movimentos
Sociais e Educação”. A análise sistemática e crítico-integrativa das catorze produções
selecionadas foi a interpretativa. Foi possível concluir que a posição que o MST detém de luta
pela educação no Brasil está consolidada, enquanto o uso da tecnologia via inclusão digital
pelos Movimentos Sociais permanece um campo fértil e abrangente para pesquisas futuras.
PALAVRAS-CHAVE: Movimentos Sociais. Educação e Inclusão Digital. Tecnologia.
RESUMEN: Este estudio aborda la temática de los Movimientos Sociales y su relación con la
Tecnología a través de la Educación y la Inclusión Digital. El objetivo es analizar, en la
producción académica brasileña, a nivel Stricto Sensu, los avances y desafíos que enfrentan
los movimientos sociales en la búsqueda de la inclusión digital. La investigación es
exploratoria y bibliográfica, buscando en las bases de datos de la Biblioteca Digital de Tesis
y Disertaciones BDTD, disponibles en línea, que reúnen investigaciones en Stricto Sensu en
Brasil. Para ello se utilizaron los descriptores Movimientos Sociales y Tecnología”,
“Movimientos Sociales e Inclusión Digital” y “Movimientos Sociales y Educación”. El análisis
sistemático y crítico-integrador de las catorce producciones seleccionadas fue interpretativo.
Se pudo concluir que la posición que el MST ocupa en la lucha por la educación en Brasil está
consolidada, mientras que el uso de la tecnología vía inclusión digital por parte de los
Movimientos Sociales sigue siendo un campo fértil y completo para futuras investigaciones.
PALABRAS CLAVE: Movimientos sociales. Educación e Inclusión Digital. Tecnología.
Jefferson Luis da Silva CARDOSO and Rosângela Araújo DARWICH.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 8, n. 00, e023017, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15485 3
Introduction
Contemporary issues related to social rights acquired by citizens within the core of
democratic countries, such as Brazil, become crucial milestones in establishing a more just,
egalitarian, and libertarian society in the broad sense of these concepts. Education and
technology, in this context, are subjects of the struggle for organized civil collectives that seek
to demonstrate the diversity of thoughts, knowledge, wisdom, cultures, and practices that guide
the advances of a globalized society. According to Gohn (2016), Social Movements have
historically played a role in political and social arrangements in Brazil, especially regarding the
theme of education, as a result of these groups' learning and socio-educational projects.
In this sense, for Baalbaki and Nascimento (2021), popular organization in the form of
Social Movements is the result of the articulation among intellectuals, politicians, students, and
religious figures aiming for the participation of individuals theoretically from the poorer and
more vulnerable population in political debates, attentive to the country's social problems,
reducing international dependence, and promoting nationalism to seek a more egalitarian
society. Education is a central element in this debate, as it aims for the critical-reflective
emancipation of individuals, allowing them to understand and create the capacity to change the
lived reality through strategies and coordinated actions with public officials in the promotion
and implementation of public policies focused on solving the problems presented in Brazilian
society.
In the struggle for Social Movements, the need for the engagement of collectives in
accessing and understanding the uses of technology and digital media present in our daily lives
emerges from the expansion of globalization and the technological evolution of societies.
Therefore, the issue of digital inclusion comes into play as a promoter of individuals'
computerization in the technological area. According to Warschauer (2006), it is necessary to
observe the complex factors that limit digital inclusion, such as physical, digital, human, and
social resources and equipment, while ensuring access to the digital language of new
technologies through education and technical-scientific literacy. Institutional and community
structures necessary for individual information should not be overlooked.
Thus, this study addresses the role of Social Movements and their relationship with
Technology through Education and Digital Inclusion. The research question driving the study
is: how have social movements been represented in specialized literature on the use of
technology through education and digital inclusion? In this regard, the general objective is to
analyze, in Brazilian postgraduate academic production, the advances and challenges social
Social movements, technology and digital inclusion: The urgency of a debate
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movements face in seeking digital inclusion in the use of technologies.
The study consists of sections: Introduction, providing general impressions on the
analyzed object; Methodology, named Methodological Movement, outlining the research paths;
and Social Movements, Technology, and Digital Inclusion: Dilemmas of the Present Time,
presenting the results of the integrative critical-reflexive literature review, as it sought to
compare previously conducted research to identify trends for subsequent studies. Finally, the
concluding remarks provide perspectives for new investigations that relate the Social
Movement as an organized collective and technology as a crucial factor in digital inclusion
through education in our modern and globalized society.
Methodological Movement
This investigation is based on exploratory research, given the need to analyze
specialized literature in the field (Gil, 2008), dealing with the topics of Social Movements,
Education, and technology in service of digital inclusion. The study adopts a qualitative
approach, evaluating impressions, different realities, social phenomena, and distinctive
characteristics of the studied objects (Fonseca, 2002). It comprehends individual human
experiences and addresses aspects of social dynamics, holistically perceiving the reality of the
studied phenomena (Polit; Beck; Hungler, 2004) to indicate responses.
Bibliographic research was employed in collecting and selecting materials already
published in written or electronic media, such as books and scientific articles, which are the
outcomes of other analyses (Fonseca, 2002). These materials are essential for providing an
overview of the studied subject and expanding the boundaries for new knowledge production.
The utilized database was the Digital Library of Theses and Dissertations BDTD, available
online, aggregating postgraduate research in Brazil.
A critical-integrative and interpretative analysis was employed to assess the collected
data and information contained in productions already published within the scope of
postgraduate programs operating in Brazil. This strategy combines a critical reading of the
material already produced in the studied area, confronts it with the gathered data and
information, and allows for a broader view of the investigated social reality (Flick, 2009),
facilitating new reflections on the research objects.
Jefferson Luis da Silva CARDOSO and Rosângela Araújo DARWICH.
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Social Movements, Technology, and Digital Inclusion: Dilemmas of the Present Time
The process of recognizing Social Movements as a category that arises from the
collective need of historically marginalized and subjugated groups and/or segments globally
has its roots in the resonance of the European workers' movement. Strengthening worldwide
around 1840, this movement originated from the demands of workers who joined unions and
socialist or communist political parties, strongly influenced by Marxism (Grinberg; Ribeiro,
2018). In Brazil, they gained strength in the 1960s, fighting against the oppressions experienced
during the civil-military dictatorship, focusing on citizenship at that time. During this period,
"unions and political parties of socialist and communist orientation would represent, in this
perspective, the most finished form of this type of organization [...] at most, they would be
archaic and pre-political movements or mere matters of the working class" (Doimo, 1995, p.
39, our translation).
The authors emphasize the importance of the term "class" as a concept to be understood
by society, as it can largely determine the beliefs, values, politics, economy, ideas, intellectuals,
knowledge, and practices that, when organized, can define a social group. In this regard,
Thompson (1987) warns about class consciousness, which precisely evaluates how cultural
experiences, previously described, are treatedbe they traditions, ideals, valued systems, and
institutional forms, or experiences of distinct professional groups expressing their demands,
never exactly in the same way and proportion.
Education is a fundamental point for Social Movements in the field of struggles.
Through education, the organized collective gains access to knowledge, wisdom, and practices
systematized in schools to increase its members' intellectual capital. This pursuit "has a
historical character, is procedural, occurs, therefore, inside and outside schools and other
institutional spaces" (Gohn, 2011, p. 398, our translation). Today, in the face of technological
escalation, the issue of digital inclusion has become crucial for social development, marked by
significant social differences in Brazil. It is necessary to affirm that "the fight against
inequalities and exclusion must aim for the gain in the autonomy of the people or groups
involved" (Lévy, 1999, p. 238, our translation), a horizon in the process of conquest by Social
Movements.
Since education is a central element in this discussion and given its diversity in
Education of the Field and Popular Education, it is necessary to differentiate them. The term
"Education" follows the parameters established by the Law of Guidelines and Bases of
Education LDB 9.394/96, which, in article 1, presents it as a formative process initiated by
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the family and developed over time in human coexistence, work, educational institutions,
research, social movements, civil organizations, and cultural expressions (Brasil, 1996).
Education in the Field emerges as a phenomenon led by the organization of rural
workers seeking to articulate educational policies for the peasant class. Additionally, it aims to
anchor rural individuals through work with the land, local culture, their struggle for rights, and
their development projects for the country in the rural scenario (Caldart et al., 2012). Finally,
Popular Education is discussed as a new epistemology that respects and exalts common sense,
values the daily practices of popular sectors, and seeks unknown theories for the people. This
is a way to problematize them for incorporation into scientific, rigorous, and unitary reasoning
(Gadotti, 2018).
This section discusses the findings of the online research conducted on the Digital
Library of Theses and Dissertations (BDTD), aggregating academic productions from Brazil at
the stricto sensu Postgraduate level. The search used descriptors such as "Social Movements
and Technology," "Social Movements and Digital Inclusion," and "Social Movements and
Education". Regarding the first descriptor, six productions were found, comprising three theses
and three dissertations. As for the second descriptor, no productions were found, suggesting a
considerable gap in such an important topic for organized and technological civil society,
characteristic of the globalized world that requires computerized individuals. The third
descriptor found 42 studies, including 26 dissertations and 16 theses.
After this effort, the initial evaluation of the productions was based on the title, abstract,
and keywords, along with the introduction to capture elements relevant to the object of this
analysis. Given the low number of works found in the first descriptor, two studies were
discarded as they did not contain the central discussion of this study. Ten relevant studies stood
out in the third, more numerous descriptor, totaling 14 productions that constitute the results
presented below.
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Table 1 Systematization of literature from the systematic review
Title
THESIS
Movimentos sociais e tecnologias digitais cultura digital brasileira, software livre e
tecnopolítica.
Educação do Campo do Semiárido como política pública: um desafio local à articulação
dos movimentos sociais.
Estado, Movimentos Sociais Populares e Educação do
Campo.
A Pedagogia da Libertação no contexto da reestruturação capitalista: da “escola com os
pés no chão” aos desafios da educação popular no labirinto dos “Novos Movimentos
Sociais”.
Movimentos Sociais e Educação Superior: ação coletiva e protagonismo na construção
do plano nacional de educação (2014-2024).
DISSERTATIONS
Desenvolvimento e tecnologia nos Movimentos Sociais: um estudo sobre a cultura
digital e os pontos de cultura.
Movimentos Sociais, apropriação das tecnologias da informação e da comunicação e a
centralidade na rede da Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones Del Campo.
Movimentos Sociais e Novas Tecnologias da Informação e Comunicação: um estudo de
caso na zona sul da cidade de São Paulo, a casa dos meninos.
Contribuições dos Movimentos Sociais na democratização do acesso à educação: a luta
do MST em São Paulo pelo acesso à educação.
Internet e Educação: articulações inspiradas pelos movimentos sociais articulados em
rede para formação de sujeitos.
A educação não formal praticada por Movimentos
Sociais e suas implicações para identidade da Comunidade de Faxinal Marmeleiro de
Baixo.
Educação Popular no contexto brasileiro: percepções dos representantes de movimentos
sociais sobre o marco de referência da educação popular para as políticas públicas.
Movimentos Sociais, Educação e Cidadania: um estudo sobre os cursos pré-vestibulares
populares.
Processos comunicacionais contra-hegemônicos e direito à educação em São Gonçalo
nas vozes de movimentos sociais populares.
Source: Authors' Compilation (2022).
After organizing the selected works for the critical-integrative analysis in this study, it
is possible to perceive that research on the representation of Social Movements in Brazil has
been decisive in shaping and articulating various public policies to meet the needs of the diverse
groups that make up these collectives. The prominent position of the Landless Workers
Movement (MST) on the national scene can be recognized. In addition to the struggle for land
as social security, they also advocate for all the services to which Brazilian citizens are entitled
throughout the national territory.
Regarding the central object of this research - social movements and technology - the
production at the stricto sensu level addressing this theme is still scarce. Considering that Social
Movements gained strength in Brazil in the mid-1960s, as discussed here, it signals the need
for future research to broaden the subject's horizons. Concerning the dyad Social Movements-
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Education, significant productions range from the organization of collectives fighting for fair,
quality, and universal education to contributing to public policies impacting the lives of
marginalized groups in Brazil.
Here is a synthesis of what researchers have been doing to popularize the knowledge,
wisdom, and practices produced by Social Movements in Brazil regarding the theme of
technology and education, as well as their relationship with the process of improving living
conditions, work, and social inclusion, which are constitutive elements of citizenship in Brazil.
The analyses follow the order of Table 1, starting with Theses and ending with Dissertations.
Paciornik's study (2021) emphasizes the discourses made by Social Movements about
techniques, technologies, and digital technologies, as well as the uses and inventions of digital
technical objects that constitute digital culture in Brazil. Its central objective is to analyze the
discourses involving the use of free software in the national political scenario involving the
second decade of the 2000s in the internet segment. In the extensive evaluation of the subject
under analysis, exciting issues are pointed out, such as the creation of what he calls autonomous
community networks, the promotion of courses and workshops addressing technology issues,
installations, and inventions of free software and hardware using their platforms, demarcating
true territories of social transformation.
Regarding the subject studied by the author, several questions were raised, such as the
position of social movements in the Brazilian State in its progressive version; the conception of
their theories about technique, technology, and their uses; digital culture from free software and
hardware; the struggle between the wealthy using paid software and the less privileged using
free software; issues of gender, race, class, and sexual orientation affecting all segments of
Brazilian society; the problems experienced concerning the space-time dyad in motion; territory
and decolonization, with an effect on social progress; and techno-political training within Social
Movements, which, in addition to contributing to the digital inclusion of Social Movements,
allows the open techno-political (trans)formation of all citizens (Paciornik, 2021).
The literature produced by Menezes (2017) addresses the protagonism of Social
Movements and their contribution to education in Brazil, especially in rural areas, in
formulating public policies that allow and, above all, ensure the civil rights proclaimed by the
Federal Constitution of 1988 the country. Thus, the research sought to understand the actions
and articulations of Social Movements in the Brazilian Semi-Arid region at the municipal level
and their resonances for realizing truly experienced education.
The research reveals the strength of Social Movements in the countryside as a
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development project for their demands, specifically in terms of knowledge, wisdom, and
practices in the northeastern region of the country, as well as their contribution to the struggle
network for public policies that allow "1) access and permanence and [...] ensure equal
opportunities and conditions [...]; 2) attention to diversity. The countryside is plural, and [...]
cultures require differentiated and appropriate policies for their plurality [...]; 3) quality and
learning [...] of these individuals" (Menezes, 2017, p. 220, our translation).
The study by Souza (2021) addresses the issue of promoting rural education requested
by Social Movements from the State, generating political, economic, and social tensions in
Brazilian society. The author develops his research in the contemporary discussion about the
place/role of the State in promoting social rights, aiming to understand the educational practices
of rural education through popular Social Movements.
The Neoliberalism presence is marked as an intervener and director of public policies -
minimal, to say the least - to meet the population's needs and is directly confronted by organized
collectives to demand, as in the other research, that the Federal Constitution of Brazil of 1988
be fulfilled, and that the Nation-State serve all citizens. In the theoretical argumentation, the
author uses prominent scholars to speak about the role of the State in the development of
societies, warning about the Welfare State that also involves discussions about the class struggle
as a mark of the appearance of popular Social Movements worldwide and, in Brazil, resonates
in the constitution of the MST and its demands (Souza, 2021).
The work developed by Lima (2018) aimed to demonstrate the relevance of what he
calls "New Social Movements" in promoting education based on the Pedagogy of Liberation
(conceived and developed by Paulo Freire while in exile, shortly after the civil-military coup
of 1964). This movement, in contrast, suggests thinking about education within the school
environmenta line of thought that emphasizes the need to embrace and recognize the school
reality as an essential element in promoting emancipatory education for individuals. In this
context, once again, the MST emerges as the protagonist of popular action, maintaining in its
educational practices the so-called "school of work," referencing the class struggle and its direct
relationship in the work-education dyad, advocated by Paulo Freire for the strengthening of
what he calls the Citizen School.
In the development the thesis, it revisits the historical path of struggles between the
State, Social Movements, and the pursuit of popular education, based on the historical-critical
perspective that intertwines with the pedagogy of liberation. It highlights the elitist nature of
education in Brazil, confronted by counter-hegemonic movements of Marxist and revolutionary
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origin, which in the educational sphere have demanded an educational praxis focused on solving
social problems and strengthening human emancipation through school and work as part of
human dignity (Lima, 2018).
Costa's thesis (2014) focuses on higher education and the role that Social Movements
played in formulating and implementing the National Education Plan for the 2014-2024 decade,
aiming to identify which elements materialized in the guidelines, goals, and strategies of the
PNE are part of the historically marked organized claims in the political debate on collective
access to the university. Despite the emphasis on the National Education Conference (CONAE)
and the National Education Forum (FNE), which indicate the main social demands to the
educational managers in Brazil.
The study seeks to recognize the influence and prominence of the agendas of Social
Movements in the struggle for quality, democratic, and universal education. The study situates
the historical period in the elaboration of official documents that regulate Brazilian democracy,
such as the different Federal Constitutions of 1934 and 1988, as well as the PNEs of 1937, 1962,
2001 (and the multi-year plans of 2004, and 2008) until the current version of 2014, which
remains in force until 2024. Additionally, it highlights the upheavals, tensions, clashes, and
agreements among the constituent characters of Brazilian society, with a focus on the figure of
Social Movementsonce again, the MST shapes the dialogue agendas with the government to
minimize the social disparities in the country (Costa, 2014).
The Technology linked to Social Movements is present in the study conducted by
Pedroso (2013), which opens our analysis of the selected dissertations for this integrative
review. The work sought the connection of the cultural network as public policy and the bridge
made with social collectives. Furthermore, it provides an interesting review of the Culture Viva
Program, started in 2004, which had five actions at that time: Culture Viva Agenda - training
and professionalization of young people in the cultural area; Digital Culture - systemic
functioning of culture; Living School - connection of formal education with non-formal in the
sense of the intersection between education and culture; Griôs - masters of knowledge -
diffusers of Afro-Brazilian culture; and, Culture Point - strengthening the body of culture in the
country, preserving creativity and new popular languages. In the scope of the study, "digital
culture plays its decisive role, allowing, albeit in a very timid way, other forms of organization,
creating transversal themes that become common flags for all groups" (Pedroso, 2013, p. 81,
our translation).
The investigative itinerary of Zampier (2007) is anchored in the coordination of the
Jefferson Luis da Silva CARDOSO and Rosângela Araújo DARWICH.
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Latin American Coordination of Field Organizations (CLOC), which brings together countries
in Latin America to articulate and use information and communication technology in a network,
to build central positions of Social Movements that integrate the highlighted institution. Its
activities began in 1989, marking 500 years since the discovery of the Americas, and have
undergone constant organizational changes in countries such as Guatemala, Chile, Colombia,
Ecuador, the Dominican Republic, Peru, Bolivia, Argentina, Paraguay, Honduras, Venezuela,
and Mexico, where in the latter, its capacity for action has expanded.
In this direction, the study traces its journey through the structural modernization of
agriculture worldwide and the disproportionate impacts felt by small family-level producers. It
indicates the dazzling experience that technology, through Digital Social Networks in all their
interfaces, has on individuals, and the appropriation of this knowledge should be channeled into
the realm of resistance against dominant and exploitative ideologies (Zampier, 2007).
In the line analyzing the contribution of information and communication technology to
Social Movements, Paciornik (2013) delves into a case study in the state of São Paulo, Brazil,
aiming to find the intra-movement connection that highlights conflicts and social demands
arising from the reconfiguration of technology uses. The institution Casa dos Meninos was
highlighted for its exceptional daily struggle, which, since 1949, has been using technology in
a "systematic and inventive" way to combat the dictatorship initially, adjust trade union
opposition, fight for daycare centers, identify polluting companies, highlight the fight for the
rights of children and adolescents, systematize youth in the periphery, and advocate for public
and quality education.
The author links the production with other bibliographies discussing the relationship
between Social Movements and Technology, up to the experiences shared in the technical,
technological, and contemporary struggles in the social space of Casa dos Meninos. Within the
study's limits, the Social Movement under analysis seeks "[...] to create a young reference, to
create a new subject with another political culture, realizing that the dispute over individuation
processes with capital continues at full steam" (Paciornik, 2013, p. 168, our translation).
The study conducted by Chaves (2011) analyzes the scenario of the MST in the struggle
for social rights guaranteed to all Brazilian citizens, emphasizing promoting public, accessible,
quality education that is also universal. It reviews the movement of rural workers in the country
during the republican period, their organization, mobilization, and structuring until the
strengthening of the collective in the episode of redemocratization. It is important to note that
rural education was never a priority in the history of Brazil; however, with the "modernization
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and industrialization" of the rural environment, it was necessary to reconsider the positions of
"indifference, unwillingness, and devaluation" with which the rural individual had always been
seen in Brazil. The agrarian sector, for example, was linked to conservative and neoliberal
policies in the early 1990s, with Fernando Collor de Mello and Fernando Henrique Cardoso,
which benefited the country's agrarian elite much more than the working class. Regarding the
educational struggle waged by the MST and the governments, it is pointed out that "education
must serve the interests of the struggle; it must clarify to the worker his condition of being
exploited and, above all, it commits to forming the ideological basis that will bring about
changes in social reality" (Chaves, 2011, p. 100, our translation).
Coelho's production (2015) focused on the importance of the Internet for forming a
network of individuals belonging to Social Movements and understanding the political
influence that digital inclusion manifests among educators in organized collectives. The
research follows a case study methodology on the Free Fare Movement (MPL) triggered in
early 2015, resonating through the Twitter platform as a social network for communication and
dissemination of the protests carried out by the MPL.
Technology is highlighted as a strategic element for the successful action that
problematized social upheaval, the plurality of ideas, and mobilization in favor of a common
right for the movement. It emphasizes the conscious use of social networks through social
engagement, implying the understanding, use, and dissemination of knowledge, skills, and good
practices experienced in the interconnected context of modern societies. It underscores the
activism of Social Movements worldwide and in Brazil, with appropriate ideas and debates on
democratically acquired rights, understanding others and oneself for the evolution and even
revolution of societies (Coelho, 2015).
The work developed by Meira (2017) analyzes non-formal education practiced by the
Faxinal Marmeleiro De Baixo Social Movement in the state of Paraná and the resonance of
pedagogical activity for strengthening the identity of the investigated community. The focus is
on the didactic materials used in the teaching and learning process of those involved, in the
evolutionary perspective of the community, and its contribution to valuing the highlighted
Social Movement. To do so, the author references the traditional communities that originated
the community, considering issues of territoriality, with their social and cultural values linked
to the economic influence of their historical path, highlighting three social elements for
understanding the living reality: 1) the traditional craft of the Healers; 2) the Lace and Bruises
Seamstress; and finally, 3) the Midwives. The author establishes the web of these relationships
Jefferson Luis da Silva CARDOSO and Rosângela Araújo DARWICH.
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since "the importance of non-formal education practiced by these movements and support
organizations is perceived, based on the experienced tradition of popular education in Brazil"
(Meira, 2017, p. 125, our translation).
The literature produced by Freire (2019) reports on the importance and marks of Social
Movements for contributing to public policies in terms of the reference for popular education
in Brazil as a major expression of the articulations of universities, social organizations, and
educators in promoting actions that endorse educational practice for a more egalitarian society.
One highlight in their work is the figure of Simón Rodríguez, of Venezuelan origin, who
marked the studies of popular education in the early 19th century for his liberating republican
ideals in the struggle for the independence of South American countries. The author conducts
a parameterized analysis of the concepts of Popular Education that endorse public policies of
popular education in Brazil as a radicalism presented and experienced in revolutionary contexts,
pointing out that "the Reference Framework is radicalism, the result of the expansion of a
revolutionary idea: popular education" (Freire, 2019, p. 72, our translation).
The work produced by Nascimento (1999) begins with an analysis of the influence of
the Pre-Vestibular Movement for Blacks and Needy from the perspective of its leaders, which
has been in operation since 1993 in the Baixada Fluminense region of Rio de Janeiro. It reveals
the interrelation of Social Movements in the struggle for education based on concepts such as
democracy, citizenship, autonomy, identity, and interculturalism. This exploration traces the
historical context of post-military dictatorship democratic Brazil, with a focus on education,
which becomes the subject of demands from Social Movements of the most deprived and
excluded population. Nevertheless, the figure of the Black population became the basis for the
creation of pre-university courses for the poor, Black, and needy in the Baixada Fluminense,
establishing "a democratic education founded on the idea of active citizenship, equality,
solidarity, respect for human beings, and the appreciation of the ethnic-cultural diversity of
Brazilian society" (Nascimento, 1999, p. 101, our translation).
To conclude the critical-integrative analysis of this study, Coutinho's production (2014)
focuses, as in the previous study, on the state of Rio de Janeiro, this time in the periphery of
São Gonçalo. It seeks to understand how local Social Movements use communication channels
and media as political and counter-hegemonic articulation for their struggles regarding the right
to education. The research is bold in character and delves into the theoretical foundations of the
use of communication media, including the website of the Association of Residents and Friends
of Jardim Catarina (AMAJAC), Orkut, YouTube channel, Facebook page, and the community
Social movements, technology and digital inclusion: The urgency of a debate
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newspaper "Opinião Pública." In the considerations regarding the understanding of the power
of Movements and the forms of communication established by the studied community, "their
actions and presence are legitimized through their own documents and means of visibility [...]
making themselves capable of being heard, participating actively and critically in the processes
of policy development and citizenship rights" (Coutinho, 2014, p. 104, our translation).
In the conducted analyses, it was also possible to perceive collective actions regarding
the use of technology by Social Movements in the presented studies. The works of Paciornik
(2021), Pedroso (2013), Zampier (2007), Paciornik (2013), Coutinho (2014) and Coelho (2015)
each pointed, in their way, to the specific use of technology and the internet as allies of Social
Movements for the development and dissemination of knowledge, skills, and practices related
to the handling of both technology and the internet, with a view to digital inclusion.
It is worth understanding that, in contemporary times, technology is considered part of
human evolution, as the expansion of human-technology relationships has increasingly
intensified on the global stage (Arendt, 2001). This influence arises from our strictly
technological period, given that the recent social transformations based on democratizing
access to technology require accurate and precise information. Daily, information and social
scenarios change, demanding from people a more technical knowledge of the technological
apparatus of the modern world, a situation that supports the presented research (Gadotti, 2000;
Morin, 2000; Ireland, 2013).
On the other hand, the studies of Menezes (2017) and Souza (2021) precisely
demonstrated the ability of Social Movements to fight for education in rural areas to be
effectively offered, managed, and made available by the State to the people living in rural areas
of Brazil. They highlight the MST as protagonists of collective action, fighting for the
citizenship of men and women in rural areas, articulating themselves socio-politically, and
seeking conditions that allow them to live, develop, and educate themselves in and by the field
from an agroecological and sustainable perspective, becoming resistances in the rural areas of
the country (Arroyo; Caldart; Molina, 2004; Duarte, 2003; Hage, 2005, 2006; Ramos et al.,
2004; Souza, 2006).
The works of Costa (2014) and Chaves (2011) articulated the movements of Social
Movements to demand access and permanence of individuals in formal schooling, especially in
occupied areas, peripheries, and peri-urban regions. They critically argue about the State's
obligation to democratize education for all, without restriction, promoting public, fair,
egalitarian, and inclusive education that prepares individuals for society in a critical-reflective
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manner. In the foreground, they fight for an education capable of contributing to the nation's
development (Brandão, 1986; Gohn, 2006, 2010; Ribeiro, 2002).
On the other hand, non-formal and popular education were the subjects of studies by
Lima (2018), Meira (2017), Freire (2019), and Nascimento (1999). These branches of education
deserve attention and are also agendas of movements that believe in various forms of instructing
individuals, including outside institutionalized schools. Non-formal and popular education are
voluntary processes of socialization and solidarity, with collective social development
occurring in a decentralized manner from formal schooling. Moreover, they result from the
achievements of Social Movements. They are provided in non-governmental organizations,
trade unions, community centers, institutions, and entities that seek, with this alternative, to
meet the needs of a significant part of the population outside of state-managed schools (Gohn,
2007; Simsom; Park; Fernandes, 2001; Trilla, 2006).
Final considerations
The collective organization of individuals worldwide demonstrates the need for unity in
pursuing fundamental rights, which are materialized in democratic societies globally. Social
Movements that emerged in the mid-19th century, during the Industrial Revolution, indicate
strong elements for understanding different realities. They point towards the acquisition and
strengthening of a political critique that encompasses economic, cultural, environmental, and
social conceptions, attempting to ensure protagonism in formulating government public policies
that impact the lives of the community at large. They systematize their demands firmly, with
theoretical foundations and based on human rights common to all, thus being true counter-
hegemonic resistances of contemporary times.
The research in question examined the scientific production of stricto sensu level
available in Brazil regarding the process of technology utilization by Social Movements through
digital inclusion via education. As the readings progressed, several horizons were identified: a)
groups generally form from marginalized and excluded minorities; b) the MST is the most
frequently mentioned organized group in the productions and linked to the struggle for
education, whether in rural or urban areas; c) Social Movements emerge from the denial of a
social right, particularly housing, health, and education; d) they have a defined political position
aligned with a counter-hegemonic perspective; e) the use of technology by organized groups is
still timid, limited to handling certain media; f) no research on digital inclusion was recorded,
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making it a fertile field in the studied area; and g) the resistance position of Social Movements
has been "recognized/embraced" by popular-character governments and "diminished" by
neoliberal, autocratic, and elitist governments. For all these reasons, they continue to fight!
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CrediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: The Federal Rural University of the Amazon (UFRA), for granting the
scholarship for the Doctoral program through the Graduate Program in Communication,
Languages, and Culture (PPGCLC), which led to productions presented in this study.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: The study follows scientific and ethical principles related to research in
the academic context.
Data and material availability: The main database that originated the analyses in this
study was the Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD), available at:
https://bdtd.ibict.br/vufind/.
Author’s contributions: Author 1 was responsible for exploratory research, data, and
information collection and processing, as well as interpretation and original text writing.
They also made the adjustments indicated in the evaluation process. Additionally, they
addressed the revisions suggested by the journal's reviewers. Author 2 guided, read, and
corrected the text according to the journal's guidelines.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.