Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7, n. 00, e023006, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15430 1
OFICINAS PEDAGÓGICAS: PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS
PROFESSORES NA ESCOLA
TALLERES PEDAGÓGICOS: PROMOCIÓN DE LA SALUD MENTAL DE LOS
DOCENTES EN LA ESCUELA
PEDAGOGICAL WORKSHOPS: TEACHERS’ MENTAL HEALTH PROMOTION AT
SCHOOL
Rosane Barreto Ramos dos SANTOS1
e-mail: rosanebarretorj@yahoo.com.br
Paulo Pires de QUEIROZ2
e-mail: ppqueiroz@id.uff.br00
Como referenciar este artigo:
SANTOS, R. B. R. dos; QUEIROZ, P. P. de. Oficinas
pedagógicas: Promoção da saúde mental dos professores na
escola. Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7,
n. 00, e023006. e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15430
| Submetido em: 23/10/2023
| Revisões requeridas em: 16/05/2023
| Aprovado em: 11/09/2023
| Publicado em: 27/10/2023
Editoras:
Profa. Dra. Célia Tanajura Machado
Profa. Dra. Kathia Marise Borges Sales
Profa. Dra. Rosângela da Luz Matos
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Oswaldo Cruz (IOC/FIOCRUZ), Rio de Janeiro RJ Brasil. Doutoranda no Programa de s-
Graduação em Ensino em Biociências e Saúde.
2
Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói RJ Brasil. Professor Associado. Doutorado em Filosofia e
Humanidades - Columbia Pacific University (CPU), Estados Unidos.
Oficinas pedagógicas: Promoção da saúde mental dos professores na escola
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RESUMO: O trabalho traz um recorte da pesquisa de doutoramento em saúde mental e
educação. O objetivo geral deste estudo consiste em investigar alternativas político-
pedagógicas que possam contribuir para o bem-estar dos professores da Fundação de Apoio à
Escola Técnica (FAETEC). Como objetivo específico, busca-se identificar as demandas e os
casos de adoecimento psicológico entre os professores da Fundação no período de 2017 a 2021.
Com base na metodologia de pesquisa qualitativa, presente no método da pesquisa-ão,
utilizou-se a análise de conteúdo para o tratamento dos dados levantados. Os resultados indicam
a ausência de uma abordagem sensível em relação à saúde mental dos profissionais da
educação, bem como a escassez de ambientes de trabalho que promovam um acolhimento
adequado para que as práticas dialógicas se tornem uma parte integrante da rotina docente.
Além disso, os resultados enfatizam a importância de implementar políticas institucionais que
abordem a saúde mental dos professores como um tópico de destaque nas agendas das escolas.
PALAVRAS-CHAVE: Docente. Oficinas Pedagógicas. Políticas Institucionais. Saúde
Mental.
RESUMEN: El trabajo presenta un extracto de una investigación doctoral en salud mental y
educación. Su objetivo general es: Investigar alternativas político-pedagógicas que
contribuyan al bienestar de los docentes de la Fundación de Apoyo cnico Escolar FAETEC
y como objetivo específico: Identificar las demandas y casos de enfermedad psicológica entre
los docentes de la Fundación, del 2017 al 2021. Con base en la metodología de investigación
cualitativa, presente en el método de investigación acción, se utilizó el análisis de contenido
para procesar los datos recolectados. Los resultados apuntan a la falta de una mirada sensible
sobre la salud mental de los profesionales de la educación y la falta de ambientes profesionales
acogedores para que las prácticas dialógicas se conviertan en momentos del cotidiano del
trabajo docente. Además, los resultados revelan la necesidad de incluir políticas institucionales
que incluyan la salud mental de los docentes como agenda de discusión en las escuelas.
PALABRAS CLAVE: Profesor. Talleres de Pedagogía. Políticas Institucionales. Salud
Mental.
ABSTRACT: This work represents a segment of the doctoral mental health and education
research. The general objective of this study is to investigate political-pedagogical alternatives
that can contribute to the well-being of teachers at the Foundation for Technical School Support
(FAETEC). As a specific objective, it aims to identify the demands and cases of psychological
distress among teachers at the Foundation from 2017 to 2021. Content analysis was used for
data processing based on the qualitative research methodology incorporated into the research-
action method. The results indicate the absence of a sensitive approach regarding the mental
health of education professionals and the scarcity of work environments that promote adequate
receptivity for dialogical practices to become an integral part of the teaching routine.
Furthermore, the results emphasize the importance of implementing institutional policies that
address teachers' mental health as a prominent topic on school agendas.
KEYWORDS: Teacher. Pedagogical Workshops. Institutional Policies. Mental Health.
Rosane Barreto Ramos dos SANTOS e Paulo Pires de QUEIROZ
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Introdução
No contexto da preocupação com a saúde mental dos professores nas escolas, o estudo
formulou a seguinte questão inicial: “Como elaborar alternativas político-pedagógicas que
favoreçam o bem-estar de professores da Fundação de Apoio à Escola cnica-FAETEC em
seus processos educativos de qualidade?” O presente artigo traz um recorte da pesquisa de
doutoramento intitulada: “A saúde emocional dos professores da rede FAETEC: equilíbrio e
bem-estar por meio de práticas pedagógicas propositivas”. Uma hipótese que pode ser
considerada é que a adoção de uma abordagem holística da saúde poderia proporcionar um
maior bem-estar psicológico aos professores.
A pesquisa foi autorizada pelo Comitê de Ética do IOC/FIOCRUZ protocolado com a
identificação CAAE: 33694620.4.0000.5248 sob o número de parecer: 4.335.072. O objetivo
geral do estudo consiste em investigar alternativas político-pedagógicas que possam contribuir
para o bem-estar dos professores da Fundação. Para fins de análise dos resultados apresentados,
um objetivo específico é identificar as demandas e os casos de adoecimento psicológico dos
professores da Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) no período de 2017 a 2021.
A pesquisa aponta que falar de saúde é também falar de escola. Esses dois eixos
encontram-se intrinsecamente conectados, uma vez que abordam a questão do cuidado com o
ser humano. Discutir saúde implica preocupar-se com o sujeito em sua totalidade (Almeida
Filho, 2011), envolvendo uma abordagem abrangente de elementos que redefinem novas
perspectivas de vida tanto em nível individual quanto coletivo, bem como nos ambientes de
trabalho que compartilhamos e nas experiências que trocamos.
Almeida Filho (2011) concorda que os elementos socio-histórico-culturais
desempenham um papel significativo nas situações de saúde e doença individuais. Essa
concordância nos leva a endossar a perspectiva de Canguilhem (2009) de que a saúde e a doença
devem ser concebidas para além de uma visão meramente biomédica e fisiológica, enquanto
simultaneamente não devemos considerar esses dois elementos que definem as condições de
ser e agir, como mutuamente antagônicos.
Conforme Canguilhem (2005, 2009), saúde e doença se complementam e se interligam,
percorrendo caminhos tanto em nossos organismos vitais como em nossos contextos sociais
(Almeida Filho, 2011). Isso nos desafia a compreender o bem-estar para além das aparências
físicas. Nesse sentido, corpo e mente não podem ser dissociados; ao contrário, devem ser
compreendidos de maneira integral, uma vez que estão interligados.
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O estado mental pode influenciar a saúde do corpo, assim como o corpo pode manifestar
sinais de saúde ou doença que refletem nosso estado psicológico. Além disso, a ontogênese do
indivíduo, de acordo com Almeida Filho (2011), implica em compreender a pessoa em sua
pluralidade e integralidade, considerando as ações de sentir, ser, agir e viver em sociedade.
Dessa forma, a interação constante e ininterrupta entre os aspectos da vida individual e coletiva
mantém uma relação intrínseca com a saúde e a doença dos sujeitos.
Nessa abordagem, é possível compreender que as experiências de saúde e adoecimento
não são uniformes, e os seres humanos vivenciam essas experiências de maneira plural e
identitária, moldando e redesenhando suas vidas a cada nova experiência. Nesse contexto, é
importante ressaltar que cada indivíduo possui uma experiência de vida única, com suas
próprias origens, causas e consequências relacionadas aos fatores de saúde e doença.
Essas diversas vivências individuais direcionam o foco para a compreensão do ambiente
de trabalho como um espaço no qual a saúde e a doença podem influenciar os aspectos
biopsicossociais. Mais especificamente, concentra-se na saúde mental dos profissionais e como
a relação entre o ser humano e o ambiente de trabalho pode afetar sua saúde mental ou promover
a saúde física e mental.
Dejours (1994) e Gaulejac (2007) destacam a mútua influência que o ser humano e o
trabalho exercem um sobre o outro e como podem fortalecer ou enfraquecer os laços de
confiança e coletividade. O trabalho afeta o indivíduo e vice-versa, estabelecendo uma relação
contínua na qual conhecimentos e experiências se ampliam, alterando identidades, grupos e o
próprio ambiente de trabalho.
Essa tríplice interconexão entre o indivíduo, o grupo e o ambiente de trabalho podem
criar situações de adoecimento ou de promoção da saúde, dependendo do tipo de
relacionamento estabelecido nesses espaços. Dejours (1994) observa que essas interações
podem ser impostas, carentes de diálogo, envolvendo pressões físicas e emocionais que não
respeitam a integridade humana, sem diálogo ou identificação entre as partes. Conforme
Carlotto (2003), a busca incessante por resultados e metas positivas pode transformar a
realização profissional em sofrimento.
Nesse contexto, a escola assume o papel de protagonista em um ambiente de trabalho e
convívio social, no qual as pessoas se envolvem em diversos tipos de relacionamentos
interpessoais, envolvendo ensino-aprendizagem e aspectos laborais. Dentro dessa
multiplicidade de interações, encontramos os professores, um grupo que tem enfrentado
crescentes desafios de adoecimento psicológico, como apontado por Carlotto (2003) em suas
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pesquisas, destacando que os profissionais da educação são atualmente uma das classes que
mais sofrem com problemas de saúde mental.
Uma das causas fundamentais desse adoecimento está na lacuna entre os conhecimentos
adquiridos na academia e a realidade prática das escolas (Tardif; Lessard, 2017), (Tardif, 2019).
Isso resulta em uma desconexão de conhecimento quando os professores formados na
universidade se deparam com desafios na sala de aula, nos quais muitas vezes se sentem
despreparados para lidar. Pimenta (1999) ressalta a importância de resgatar a identidade do
professor e sua relevância na sociedade, aproximando teoria e a prática do “chão da escola”.
Além disso, Tardif (2019) argumenta que a recuperação de teorias que reflitam a
realidade da sala de aula requer um processo contínuo de aprendizado enquanto o professor
exerce suas funções. Isso implica a criação de estratégias e mecanismos que vão além da
simples transmissão de conteúdo, valorizando a dimensão humana com suas fragilidades e
potencialidades, promovendo não apenas a aprendizagem, mas também relações interpessoais
saudáveis e produtivas que visam ao bem-estar nas relações humanas.
O excesso de demandas burocráticas e a sobrecarga de conteúdos a serem ensinados,
muitas vezes desconectados da realidade escolar e das necessidades dos alunos, a falta de
flexibilidade nos currículos e práticas, a desvalorização da profissão docente e a ausência de
um canal de escuta para as demandas dos professores são alguns dos fatores que contribuem
significativamente para o desgaste emocional, frustração, ansiedade e depressão, e que são
elementos latentes no adoecimento mental dos professores.
Partindo da premissa de que somos seres compostos por um corpo físico e mental que
registram as experiências vividas ao longo de nossas vidas, sejam elas positivas ou negativas,
é pertinente considerar a reflexão de Ferguson (1992, p. 242) ao afirmar que “com o passar dos
anos, o corpo se torna uma autobiografia ambulante, falando a amigos e estranhos sobre as
pequenas e grandes tensões de nossa vida” e isso implica nos preocupar com o que se considera
ser saudável ou ter adoecido.
No entanto, é fundamental lembrar que a compreensão da doença e de como ela se
desenvolve no contexto escolar pode abrir caminhos para a construção da saúde dentro do
ambiente de trabalho. Conforme Ferguson (1992) nos lembra que somos “autobiografias
ambulantes” (p. 242), a responsabilidade para o desenvolvimento de estratégias de promoção
de saúde e minimização do adoecimento mental recai sobre o indivíduo, que detém as chaves
para esse processo.
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Metodologia: caminho trilhado
A escola desempenha um relevante papel social onde a grande maioria da população
está inserida. Portanto, é essencial que a escola, entre preceitos e pressupostos, volte sua
preocupação para o profissional da educação, em especial, seus professores, compreendendo
que sua atuação está para além da episteme inserida em práticas curriculares preestabelecidas,
posto que se refere às subjetividades e experiências de vida. Nesse caminho, também se
encontra a saúde mental dos docentes no seu relacionamento com o ambiente de trabalho.
O arcabouço metodológico assume um papel fundamental para abordar as dimensões de
aquisição, manutenção e construção do conhecimento, de modo a abordar as questões
relacionadas ao adoecimento psicológico dos professores e às iniciativas de promoção do bem-
estar docente. O estudo emprega uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como pesquisa
qualitativa em termos de natureza. A pesquisa é exploratória, visando ampliar a compreensão
do problema, e utiliza o método de pesquisa-ação (Thiollent, 2011), como estratégia, uma vez
que permite a análise aprofundada e extensiva dos resultados, levando em consideração a
relação entre os sujeitos e o mundo, reconhecendo que subjetividades e nuances não podem ser
quantificadas.
A empiria, orientada pelo método de pesquisa-ação (Thiollent, 2011), organiza as ações
metodológicas da tese de doutoramento em três fases distintas: diagnóstico, intervenção e
avaliação. Neste artigo, focamos nos resultados da fase diagnóstica, na qual utilizamos o
questionário pré-teste como instrumento de ação metodológica. Isso possibilitou a coleta de
dados relacionados à saúde mental dos professores selecionados e à identificação das práticas
pedagógicas de promoção do bem-estar que melhor atenderiam às necessidades dos docentes.
Portanto, essa fase contempla os objetivos gerais e específicos, bem como a pergunta de partida
que orientou a pesquisa. Importante ressaltar que a pandemia da Covid-19 afetou a empiria da
pesquisa, e alguns dados foram contextualizados com base nas experiências de saúde e doença
durante esse período.
A metodologia adotada facilitou o acompanhamento do percurso desde o momento em
que o professor desfruta de boa saúde, através da observação do desenrolar de seu processo de
adoecimento, até a proposição de alternativas que visam criar condições mais justas no
ambiente de trabalho. Essa abordagem configurou-se como um ciclo contínuo e dinâmico, no
qual as experiências não apenas do pesquisador, mas também dos participantes diretos, ou seja,
as pessoas diretamente envolvidas no processo de construção de uma vida laboral saudável,
foram vivenciadas (Thiollent, 2011).
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A pesquisa foi conduzida na Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), uma
entidade pública do estado do Rio de Janeiro, Brasil. A seleção dos professores abrangeu duas
escolas pertencentes à Fundação, que apresentam perfis distintos: uma que atende ao ensino
médio (etapa final da educação básica) e outra que oferece cursos técnico-profissionalizantes.
A Escola A conta com 318 alunos matriculados, 40 professores e 9 profissionais na
equipe de gestão e pedagogia. Seu corpo discente é composto por jovens e adultos interessados
em ingressar no mercado de trabalho. Por outro lado, a Escola B possui 1500 alunos
matriculados, 212 professores e 12 profissionais em seu quadro de gestão e pedagogia, com um
perfil de alunos predominantemente adolescentes. A pesquisa teve como objetivo investigar
dois contextos distintos para compreender a relação entre saúde e doença nesses ambientes,
avaliando se existem semelhanças ou diferenças significativas.
A seleção de professores nas Escolas A e B incluiu aqueles que haviam enfrentado
problemas de saúde mental relacionados ao trabalho. Essas informações foram obtidas através
do questionário pré-teste aplicado na fase diagnóstica da pesquisa-ação. O questionário foi
composto por 15 perguntas fechadas de múltipla escolha e 02 perguntas abertas, e foi
administrado por meio da plataforma Google Formulário.
Devido ao contexto da pandemia, o questionário pré-teste foi distribuído aos professores
de forma virtual. Inicialmente, o processo envolveu o contato por e-mail com os gestores das
escolas A e B, que posteriormente enviaram os questionários pré-teste aos supervisores
educacionais responsáveis pelos grupos de professores em aplicativos de mensagens virtuais,
como o WhatsApp. A pesquisa foi apresentada aos professores por meio de uma carta da
pesquisadora, que esclarecia o propósito do estudo e destacava a participação voluntária. Caso
houvesse interesse em participar, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido estava
disponível ao final da carta. Dos 40 professores da Escola A, 22 concordaram em participar da
pesquisa, respondendo ao questionário. Da Escola B, com um total de 212 professores, 29
optaram por participar. O questionário pré-teste ficou disponível para resposta de maio a
novembro de 2021.
A coleta e análise dos dados obtidos a partir dos questionários forneceram orientações
para o desenvolvimento das práticas pedagógicas identificadas como necessárias pelos
participantes no ambiente de trabalho. Essa abordagem metodológica permitiu uma
compreensão mais aprofundada dos contextos que envolvem os participantes, gerando uma
nova perspectiva sobre as práticas educacionais em um período marcado pela pandemia.
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As informações coletadas nos questionários foram submetidas à análise de conteúdo,
seguindo a metodologia de Bardin (2011), com estrita observância dos critérios de pré-análise,
que incluem representatividade, exaustividade, homogeneidade e pertinência. Os dados
identificados foram codificados e categorizados de acordo com três principais áreas: Saúde
mental dos professores, Experiências do trabalho docente durante a pandemia e Oficinas
laborais.
Resultados e discussão: perspectivas de um novo olhar sobre a saúde mental do docente
A quantidade, intensidade e diversidade de experiências desempenham um papel crucial
na compreensão dos indivíduos nos ambientes de trabalho, podendo contribuir tanto para
promover a saúde quanto para ocasionar doenças. Neste contexto, foi traçado um perfil dos
docentes que participaram da pesquisa, com o objetivo de compreender suas percepções em
relação ao que pode ser considerado saudável ou potencialmente causador, ou decorrente do
adoecimento psicológico. Esse enfoque é relevante para (re)significar os contextos teóricos e
práticos que permeiam o ambiente escolar.
Os resultados apresentados baseiam-se nas respostas do questionário pré-teste, que foi
completado por 51 professores das escolas A e B. As respostas coletadas por meio do Google
Formulário foram organizadas em tabelas, e as tendências identificadas nas respostas foram
posteriormente apresentadas em forma de gráficos. Para facilitar a análise das informações, os
dados gráficos foram agrupados em quatro categorias distintas, conforme a abordagem de
Bardin (2011): Saúde mental dos professores, Trabalho em equipe dos professores, Impacto da
pandemia da Covid-19 e Oficinas laborais. As primeiras questões do questionário foram
desenvolvidas para traçar um perfil dos participantes em termos de suas características
profissionais.
As questões abordaram diversos aspectos dos docentes, incluindo gênero, disciplinas
ministradas, nível de titulação, tempo de formação profissional e tempo de serviço na FAETEC.
Dos 51 participantes, 47% eram do sexo feminino, enquanto 53% eram do sexo masculino
(nenhum dos participantes indicou a opção “outros” para gênero). Dezoito professores
lecionavam disciplinas do ensino médio, enquanto trinta e três atuavam em disciplinas de cursos
técnicos profissionalizantes. No que se refere ao grau de titulação, 57% possuíam curso de pós-
graduação lato sensu, 35% tinham mestrado e 8% doutorado. A grande maioria dos docentes,
correspondendo a 78%, acumulava mais de 15 anos de experiência profissional, sendo que 12%
tinham entre 11 e 15 anos de formação e 10% entre 5 e 10 anos na área. Em relação ao tempo
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de serviço na FAETEC, 49% dos profissionais lecionavam há mais de 15 anos, 12% entre 11 e
15 anos, 31% entre 5 e 10 anos, e 8% tinham menos de 5 anos de serviço na Fundação de Apoio
à Escola Técnica.
As primeiras questões foram elaboradas com o propósito de traçar um perfil dos
participantes da pesquisa. A maioria dos participantes demonstrou ter uma longa trajetória de
formação profissional e experiência de trabalho na Fundação, permitindo uma compreensão
mais aprofundada das realidades vivenciadas, tanto individualmente como no contexto das
escolas. Essas respostas, aliadas às amplas formações acadêmicas, têm o potencial de contribuir
não apenas para a investigação do adoecimento psicológico, conforme o objetivo específico
proposto, mas também para responder ao objetivo geral e à pergunta de partida, no sentido de
identificar alternativas para o bem-estar emocional dos professores em seus locais de trabalho.
Após traçar o perfil dos docentes que responderam ao questionário, foram feitas
perguntas direcionadas à investigação sobre a saúde mental dos profissionais e o adoecimento
no ambiente de trabalho. A primeira categoria foi denominada “Saúde mental dos professores”,
que abordou a autopercepção da saúde mental dos docentes. Das 51 respostas obtidas, 57%
classificaram sua saúde mental como regular ou ruim, enquanto 29% a consideraram boa e 14%
a avaliaram como ótima. Essas respostas indicam a necessidade de uma análise minuciosa da
saúde mental desses indivíduos, a fim de compreender os fatores e ambientes sociais que
contribuíram para o adoecimento psicológico.
Ainda na primeira categoria, relacionada à saúde mental no ambiente de trabalho, os
professores foram questionados se haviam adoecido psicologicamente devido a questões
relacionadas ao trabalho. Entre os 51 professores participantes, 45% relataram que isso ocorreu
algumas vezes, 40% afirmaram que aconteceu sempre ou quase sempre, 10% disseram que foi
raro, e 5% indicaram que nunca passaram por essa situação. Esses dados, expressos nessa
questão, reforçam as conclusões anteriores e confirmam a existência de uma relação entre a
saúde mental do indivíduo e seu trabalho, no sentido de que o trabalho pode ser tanto causa
quanto consequência de seu sofrimento psicológico.
A próxima pergunta buscou explorar a perspectiva dos professores sobre a influência
das situações ocorridas no ambiente de trabalho como fatores que contribuíram para o
adoecimento psicológico. Essa questão foi essencial para avaliar se os docentes percebem,
mesmo que não sejam diretamente afetados, que a relação entre trabalho e doença mental
impacta negativamente o desempenho no trabalho. Nesse sentido, 74% dos docentes afirmaram
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que as situações relacionadas ao trabalho quase sempre influenciam a saúde mental, enquanto
20% indicaram que sempre influenciam e 6% responderam que nunca influenciam.
Diante das impressões compartilhadas pelos participantes sobre a saúde mental e o
ambiente de trabalho, a pergunta subsequente solicitou que identificassem até quatro fatores
que mais frequentemente levavam os profissionais ao adoecimento psicológico. O salário
defasado foi o fator mais mencionado, com 77% das respostas, seguido pelo excesso de
trabalho, apontado por 67% dos participantes. A falta de infraestrutura adequada recebeu
menção de 65% dos docentes, enquanto 61% destacaram a falta de reconhecimento do
professor. Além disso, 51% indicaram a indisciplina dos alunos como um fator relevante, e 45%
mencionaram o excesso de burocracia.
Entre os fatores mais mencionados, observa-se uma conexão entre o salário defasado e
o excesso de trabalho, levando muitos professores a assumir múltiplos empregos em diferentes
escolas para obter uma renda financeira satisfatória. Essa sobrecarga impede que os professores
tenham tempo para se qualificar e descansar fisicamente e mentalmente, tornando-os mais
suscetíveis ao adoecimento. Além disso, percebe-se um sentimento de falta de feedback no
desempenho de suas atividades, planejamentos e na constante preocupação em garantir o
sucesso dos alunos. Essa desvalorização profissional foi identificada em 61% das respostas,
reforçando a interconexão desses três fatores como agravantes tanto da saúde física quanto
psicológica, que é o foco da investigação.
Além desses fatores, a falta de infraestrutura adequada, mencionada por 65% dos
participantes, tem contribuído para o desgaste emocional dos professores, gerando estresse
devido à inadequação dos espaços físicos para o ensino, tanto para professores quanto para
alunos, além da carência de material pedagógico necessário para garantir um processo de
ensino-aprendizagem eficaz.
A indisciplina dos alunos se destaca, com 51% das respostas, como um fator
significativo, agravando o adoecimento psicológico dos docentes. Isso evidencia que, mesmo
no século XXI, as discussões sobre esse tema não foram esgotadas, e a indisciplina dos alunos
continua a prejudicar não apenas os processos de ensino-aprendizagem, mas também a levar os
professores à exaustão emocional e ao adoecimento.
Com 45% das respostas destacando o excesso de burocracia, é evidente que a carreira
docente tem se tornado progressivamente mais permeada por tarefas burocráticas, envolvendo
documentação, planilhas, relatórios e currículos. Essa sobrecarga burocrática tem gerado
desconforto, pois consome um tempo escasso que poderia ser direcionado para questões
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pedagógicas. Isso resulta na perda da dinamicidade necessária para desenvolver abordagens
pedagógicas que facilitem tanto professores quanto alunos, promovendo uma experiência
educacional mais acolhedora e menos hostil.
Quando os professores foram questionados sobre os sentimentos, emoções e transtornos
que refletiam seu adoecimento psicológico no ambiente de trabalho, as opções mais pontuadas
destacaram-se da seguinte forma: ansiedade, com 80%; exaustão emocional, com 77%;
estresse, com 67%; tristeza, com 50%; depressão, com 40%; e pânico, com 26%. Esses fatores
podem estar associados a diversas situações previamente abordadas. No contexto escolar,
existem diversos condicionantes que podem levar um indivíduo ao adoecimento psicológico. É
importante ressaltar que a nossa identidade, individualidade e a maneira como enfrentamos as
situações do cotidiano podem tornar algumas pessoas mais propensas a adoecerem em
decorrência dessas situações do que outras.
O foco crucial está em compreender a incidência desses fatores, quantas pessoas são
afetadas por cada um deles e como podem ser desenvolvidas estratégias para tornar o ambiente
educacional propício a experiências saudáveis. Nesse sentido, corrobora-se com Ferguson
(1992) ao destacar que somos “autobiografias ambulantes” e que, portanto, muito do que somos
e de como agimos reflete os ambientes de trabalho que habitamos. Esse entendimento é
essencial para orientar a implementação de práticas pedagógicas que promovam o bem-estar.
Tardif e Lessard (2017) também complementam que o que fazemos se torna uma
extensão do que somos. Portanto, se estamos enfrentando problemas de adoecimento
psicológico, nossas práticas podem ser mais influenciadas pelos problemas que carregamos do
que pelas competências, habilidades e capacidades que ensinamos. Os problemas podem
ofuscar nosso potencial e identidade.
A segunda categoria, O trabalho docente durante a pandemia”, tornou-se relevante
devido ao contexto em que a pesquisa foi realizada, durante o período da pandemia da Covid-
19. O início da pesquisa coincidiu com a disseminação da pandemia no Brasil a partir de março
de 2020. Isso não apenas impactou a aplicação dos métodos da pesquisa, que precisaram ser
adaptados para o formato remoto, mas também teve efeitos na saúde mental dos profissionais
da educação, uma vez que as escolas foram fechadas e o ensino passou a ser realizado de forma
remota, conforme orientações do Parecer CNE/CP n.º 5/2020 do Ministério da Educação.
Nesse contexto, tornou-se fundamental analisar a saúde psicológica desses
profissionais, dada a magnitude dos desafios que enfrentaram. Os participantes foram
questionados sobre como percebiam sua saúde mental durante a pandemia. Os resultados
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indicaram que 37% consideraram que a saúde mental, que antes era regular, piorou durante a
pandemia; para 31%, manteve-se no mesmo nível que antes da pandemia. Outros 14% relataram
que a saúde mental estava boa antes da pandemia, mas piorou desde então; 9% indicaram que
a saúde mental era ruim antes e continuou ruim durante a pandemia, enquanto os 9% restantes
relataram que a saúde mental era regular e melhorou durante esse período.
Ao analisar esses dados, destaca-se a importância dos grupos que compreendem 37%
dos participantes que relataram uma piora na saúde mental, indo de um estado regular para
agravado, e os 14% que tinham uma saúde mental boa antes da pandemia, mas que enfrentaram
adoecimento psicológico durante esse período. Essas respostas podem estar associadas a
diversos fatores, como a transição do ambiente educacional para o doméstico, a incerteza em
relação ao futuro educacional dos alunos, a preocupação com a qualidade do ensino, o medo da
pandemia e a falta de acesso à tecnologia de qualidade.
Somando-se esses dois grupos, verifica-se que 51% dos participantes enfrentaram
mudanças significativas em sua saúde mental devido aos desafios impostos pela pandemia, que
impactaram substancialmente o ambiente educacional. Isso exigiu dos professores novas
posturas, atitudes e adaptações para as quais a maioria deles o estava preparada. Essa
transformação pode ser atribuída aos novos paradigmas educacionais, à adoção do ensino
remoto emergencial e ao afastamento físico entre professores e alunos, o que causou um
desgaste emocional significativo em profissionais essenciais para o processo de ensino-
aprendizagem.
Por outro lado, um grupo composto por 31% dos participantes relatou que sua saúde
mental permaneceu regular durante a pandemia, e 9% indicaram que o estado mental ruim que
experimentavam antes da pandemia permaneceu inalterado. Isso representa um total de 40% de
docentes que confirmam que a pandemia resultou em um cenário de desequilíbrio na esfera
educacional do qual as escolas ainda não conseguiram se recuperar. Apenas 9% dos
participantes mencionaram uma melhora na saúde mental, possivelmente devido ao
afastamento das tensões do ambiente escolar, como conflitos entre colegas, indisciplina dos
alunos e desafios cotidianos enfrentados nas escolas.
A terceira categoria, intitulada “Oficinas Laborais,” surgiu como uma alternativa viável
para promover o bem-estar dos professores, à luz dos dados analisados até o momento. Era
essencial implementar práticas pedagógicas voltadas para tornar o ambiente de trabalho, que
também tem uma dimensão educacional, mais acolhedor e propício. Nesse contexto, tornou-se
relevante investigar as ações que foram adotadas visando ao bem-estar desses profissionais, sob
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a perspectiva daqueles que são o foco desta pesquisa, ou seja, aqueles que sofreram impactos
psicológicos devido ao ambiente de trabalho.
As oficinas laborais surgiram como uma alternativa viável para promover a interação
entre saúde mental, docência e o ambiente de trabalho. Portanto, era importante entender as
opiniões dos participantes sobre essa forma de intervenção, sobre como eles percebem a
abordagem do problema. Era necessário saber se eles já haviam participado de alguma oficina
pedagógica antes ou durante a pandemia. Quanto a esse aspecto, 70% nunca haviam participado
de uma oficina pedagógica, mas manifestaram interesse em fazê-lo; apenas 17% dos
entrevistados haviam participado uma 1 ou 3 vezes de algum tipo de experiência voltada para
a promoção de oficinas em saúde mental/emocional no local de trabalho, enquanto 13%
afirmaram não gostar desse tipo de atividade.
Destacou-se o grupo de 13% que admitiu nunca ter participado devido à falta de
interesse por esse tipo de atividade. Talvez a oferta das oficinas não tenha atendido às
expectativas daqueles que seriam os participantes. Às vezes, as atividades são introduzidas de
maneira unilateral, sem considerar as necessidades e opiniões daqueles que participarão das
oficinas. Isso pode resultar na falta de interesse por parte dos envolvidos. É fundamental
lembrar que as oficinas devem ser flexíveis, e diferentes abordagens podem ser oferecidas a
diferentes públicos e ambientes, dependendo dos objetivos a serem alcançados.
Uma alternativa plausível é que essa “não gostar” possa estar relacionada a experiências
prévias malsucedidas, as quais não estavam alinhadas com a realidade de um grupo específico
ou com as características individuais de determinados professores para os quais a oficina foi
direcionada. Considerando que as oficinas abrangem um amplo espectro de possibilidades, a
probabilidade de rejeição é bastante reduzida quando a intervenção é planejada com o
envolvimento e o interesse ativo do grupo e/ou indivíduo em questão.
No caso dos 70% restantes, as oficinas representavam uma oportunidade inexplorada e
inovadora. Eles ainda não haviam tido acesso a essa experiência, que poderia proporcionar
oportunidades de aprendizado, renovação e reconstrução, permitindo que o coletivo e o
indivíduo dialogassem sobre questões tanto pessoais como profissionais. A expressão “nunca
participei, mas gostaria de ter participado” pode sugerir a falta de sensibilidade em relação à
saúde psicológica dos professores, desinformação ou a crença de que não é necessário
direcionar atenção para esse tópico específico no contexto educacional.
É crucial estabelecer uma conexão mais estreita entre a educação e a saúde. A busca por
um processo de ensino-aprendizagem bem-sucedido deve incorporar o cuidado, não apenas em
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termos de alfabetização, mas também o zelo que precede qualquer prática de ensino. Isso
engloba estratégias que visam o bem-estar de todos os envolvidos no ambiente educacional,
abrangendo desde a preocupação com o espaço físico até a estrutura do sistema educacional,
demonstrando um compromisso com o cuidado tanto daqueles que aprendem quanto daqueles
que ensinam.
As respostas indicaram a necessidade de implementar projetos em saúde mental que
envolvam ativamente os profissionais da educação. Idealmente, esses projetos devem se tornar
práticas institucionais, integrando-se de maneira contínua ao cotidiano das escolas, em vez de
serem intervenções pontuais. Os dados coletados também refletiram a insatisfação dos
professores em relação à forma como a Fundação lida com o bem-estar dos docentes.
Em uma das questões abertas, os professores sugeriram o desenvolvimento de políticas
governamentais que estabeleçam práticas relacionadas à saúde mental como componentes
permanentes dos calendários acadêmicos e dos planos de ensino de cada unidade escolar. Essa
proposta visa otimizar as relações entre o ambiente educacional e os profissionais que ali
trabalham. Essas sugestões são baseadas na insatisfação dos profissionais, que sentem que o
professor tem sido negligenciado e relegado a segundo plano diante das pressões por resultados
acadêmicos, enquanto o cuidado com o “material humano” que faz a “máquina educacional
funcionar.
Além de se tornarem práticas institucionais, as oficinas laborais direcionadas ao bem-
estar emocional dos professores devem ser sensíveis às necessidades dos participantes.
Portanto, as sugestões de atividades devem ser consideradas durante o planejamento das
intervenções. No questionário, 45% dos docentes enfatizaram a importância de abordar tópicos
relacionados à saúde mental, como o manejo do estresse, ansiedade e tristeza; 30% destacaram
práticas de relaxamento e meditação, bem como o aprendizado de técnicas de respiração; 40%
sugeriram sessões de diálogo e escuta em grupo; 30% mencionaram atividades lúdicas e
dinâmicas de grupo, além de treinamento tecnológico. É notável que os professores
demonstraram preocupação em estar psicologicamente preparados para apoiar seus alunos em
suas necessidades tanto educacionais quanto emocionais. Para eles, o cuidado com sua própria
saúde mental é fundamental para capacitá-los a auxiliar os alunos a lidar com situações de
frustração e impotência.
Prosseguindo com a análise das respostas, emergiram sugestões relacionadas à
realização de rodas de conversa focalizadas em temas como ansiedade, estresse e gestão
emocional. Novamente, destacou-se a importância de orientar o pensamento não apenas para a
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própria saúde, mas também para a dos alunos, reconhecendo a interconexão entre ambos,
enfatizando que o cuidado com um se reflete no cuidado com o outro. No âmbito dessas
abordagens, incluem-se propostas relacionadas ao relaxamento, meditação, técnicas de
respiração e ao aprimoramento do uso da voz como meios para atingir a serenidade e a
reconexão consigo mesmo e com os outros. Tais rodas de conversa são apontadas como
fundamentais para promover a prática da escuta dentro do grupo, fortalecendo a ideia de que a
coletividade deve abraçar o indivíduo e vice-versa.
Também foi mencionada a necessidade de oferecer oficinas ou outros recursos de
suporte relacionados ao uso de tecnologia. Essa observação reforça como a questão tecnológica
impactou os profissionais durante o período pandêmico, quando muitos professores se
depararam com desafios estruturais para o ensino remoto, o que, por sua vez, afetou seu bem-
estar psicológico, especialmente quando se sentiram despreparados para lidar com alunos em
situações desafiadoras.
Os docentes destacaram, nas perguntas abertas, a importância de tornar os processos
contínuos, uma vez que frequentemente projetos eram iniciados, mas não mantinham a
continuidade desejada. Para eles, o trabalho nessa área deve ser desenvolvido com seriedade e
compromisso, com foco no objetivo de promover a saúde mental daqueles que atuam no
ambiente escolar.
Finalizando este processo de avaliação, foi de suma importância a compreensão do grau
de confiança dos professores em relação a esse tipo de intervenção no âmbito escolar. Sem essa
confiança, as oficinas laborais e outras iniciativas semelhantes teriam dificuldades em atingir
os resultados desejados. Foi indagado se os docentes acreditavam que práticas pedagógicas
proativas, tais como as oficinas laborais, poderiam contribuir para a melhoria da saúde mental
dos profissionais da educação.
A resposta à pergunta revelou que, para 77% dos professores, o investimento em práticas
pedagógicas propositivas é considerado valioso. Essas atividades, como as oficinas laborais,
têm o potencial de atuar como ferramentas de apoio tanto no trabalho docente quanto no
pedagógico. Elas representam uma abordagem viável para compreender o que ocorre com os
professores para além das salas de aula, contribuindo para a criação de um ambiente acolhedor
e sensível às suas necessidades. Esses momentos se destacam por não focarem exclusivamente
na profissão, mas também na dimensão humana e na subjetividade inerente a cada indivíduo.
Essa abordagem coletiva busca desenvolver alternativas que promovam a saúde e o bem-estar
no ambiente de trabalho.
Oficinas pedagógicas: Promoção da saúde mental dos professores na escola
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Apesar de a grande maioria demonstrar apoio à implementação de estratégias de bem-
estar mental na escola e à reconceptualização do espaço escolar como um ambiente de
promoção da saúde, merece destaque o grupo de 17% que, embora reconheça a importância
dessas ferramentas para a aproximação humana e a saúde, não acredita que essas intervenções
tenham um impacto significativo na saúde mental dos profissionais. Essa perspectiva pode ser
influenciada pela falta de consistência nos programas de bem-estar e pela ausência de
evidências claras dos benefícios a curto e médio prazo. Com a implementação de melhorias e a
estabelecimento de rotinas mais sólidas, pode ser possível mudar a percepção em relação a essas
abordagens de promoção da saúde.
As sugestões apresentadas pelos próprios participantes podem servir como ponto de
partida para a criação de práticas de bem-estar emocional direcionadas aos professores.
Respeitando as particularidades de cada ambiente escolar, é viável estabelecer um ambiente de
trabalho baseado no diálogo e na atenção às necessidades do grupo e dos indivíduos, antes de
priorizar os currículos e o conteúdo programático. A atenção e as ações voltadas para a
construção de um ambiente acolhedor resultam em um processo de aprendizagem mais
produtivo, beneficiando tanto os professores quanto os alunos. A implementação de práticas de
saúde mental na escola representa um compromisso com um olhar sensível e dedicado a um
organismo social composto por todos aqueles que interagem de maneira interpessoal e
profissional no espaço escolar.
Considerações finais
A interconexão entre saúde e educação exige uma abordagem que considere essas duas
esferas de maneira articulada ao se refletir sobre a carreira docente na instituição escolar e suas
possíveis implicações. O professor, para além de seu papel como executor de procedimentos
institucionais que visam facilitar a aprendizagem eficaz, é um ser humano com suas próprias
necessidades e aspirações, merecendo ser reconhecido como tal.
Frequentemente, sua função é destacada em detrimento da consideração de fatores
biopsicossociais que compõem sua identidade. Além do cumprimento de diretrizes e
procedimentos, o professor é uma entidade integrada de corpo e mente, cujas debilidades e
capacidades merecem ser respeitadas e reconhecidas.
A escola, inserida no contexto social das pessoas, desempenha um papel relevante na
formação da identidade dos indivíduos e em suas percepções de vida e do mundo, influenciando
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as relações interpessoais que ocorrem no ambiente educacional. Nesse cenário, surgem questões
relacionadas ao bem-estar e ao adoecimento inerente à experiência humana.
Nesse contexto, o problema do adoecimento dos professores da educação básica,
representados pelos participantes da pesquisa conduzida nas unidades da rede FAETEC, suscita
a necessidade de direcionar nosso foco para as demandas prementes da sociedade
contemporânea. Aqui, a ênfase não recai apenas no preparo acadêmico do profissional, mas
também na consideração de seus suportes emocionais e socioculturais necessários para
enfrentar os desafios e recompensas do ensino no século XXI, visando uma educação
genuinamente democrática e promotora de saúde, com uma abordagem holística do indivíduo.
A aplicação do questionário na fase diagnóstica da pesquisa orientou as descobertas que
atendem ao primeiro objetivo específico. Dessa maneira, a escola, enquanto ambiente social e
de trabalho, pode se manifestar de formas acolhedoras ou hostis, pois a educação transcende
teorias e práticas pedagógicas para incorporar os sujeitos que frequentam suas dependências
diariamente. Dessa dinâmica emergem relações de colaboração ou conflito, proximidade ou
distância, harmonia ou desentendimentos, e as variáveis emocionais introduzem uma miríade
de possibilidades.
As entrevistas destacaram a importância e a urgência de conscientizar os profissionais
da educação sobre sua saúde, com especial ênfase em seu estado mental, uma vez que muitos
estão enfrentando problemas de saúde mental sem o conhecimento adequado. Além da
conscientização, enfatizou-se a necessidade de tomar medidas concretas para apoiar esses
profissionais e garantir que esses processos se desenrolem em seu ambiente de trabalho,
promovendo uma reconexão entre o professor e o ambiente profissional.
Em resposta ao objetivo geral e à pergunta central desta pesquisa, a promoção de um
ambiente de trabalho acolhedor, simultaneamente pedagógico, pode ser alcançada através da
implementação de práticas de bem-estar psicológico denominadas como “oficinas laborais”.
Segundo os participantes da pesquisa, essas oficinas surgem como uma alternativa viável para
integrar a saúde mental no âmbito escolar, indo além da mera discussão sobre doenças e
proporcionando estratégias eficazes para lidar com o problema. Além disso, há um forte apelo
para que essas oficinas sejam formalmente institucionalizadas, tornando-as uma parte
permanente do contexto escolar.
Esse enfoque pode representar uma abordagem abrangente para a promoção da saúde,
onde as práticas de ensino se tornam não apenas veículos para a aquisição de conhecimento em
diversas áreas, mas também espaços de construção plural, onde a subjetividade e a saúde mental
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dos indivíduos são consideradas como elementos fundamentais para o desenvolvimento das
atividades no contexto escolar.
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Rosane Barreto Ramos dos SANTOS e Paulo Pires de QUEIROZ
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THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecimento especial aos profissionais das escolas A e B que
aceitaram participar da proposta da pesquisa durante o difícil período da pandemia da
Covid-19.
Financiamento: Não houve financiamento.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Pesquisa autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto
Oswaldo Cruz IOC/ FIOCRUZ protocolado com a identificação CAAE:
33694620.4.0000.5248 sob o número de parecer: 4.335.072.
Disponibilidade de dados e material: Não aplicável.
Contribuições dos autores: O primeiro autor ficou responsável pela organização do
referencial teórico, seleção, levantamento e análise dos dados por meio de questionário
enviado para os professores sobre o adoecimento mental por situações no ambiente de
trabalho, ou seja, a escola. A partir das informações coletadas, propor oficinas pedagógicas
a fim de tornar o local de trabalho mais acolhedor, dialógico e saudável. Coube também,
adequação do texto aos critérios adotados pela Revista. O segundo autor ficou responsável
pela organização do referencial teórico, cooperação na elaboração do instrumento de coleta
de dados, leitura e correção do artigo.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, versão e tradução.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7, n. 00, e023006, 2023. e-ISSN: 2177-5060
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PEDAGOGICAL WORKSHOPS: TEACHERS’ MENTAL HEALTH PROMOTION
AT SCHOOL
OFICINAS PEDAGÓGICAS: PROMOÇÃO DA SAÚDE MENTAL DOS PROFESSORES
NA ESCOLA
TALLERES PEDAGÓGICOS: PROMOCIÓN DE LA SALUD MENTAL DE LOS
DOCENTES EN LA ESCUELA
Rosane Barreto Ramos dos SANTOS1
e-mail: rosanebarretorj@yahoo.com.br
Paulo Pires de QUEIROZ2
e-mail: ppqueiroz@id.uff.br00
How to reference this paper:
SANTOS, R. B. R. dos; QUEIROZ, P. P. de. Pedagogical
workshops: Teachers’ mental health promotion at school.
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7, n. 00,
e023006. e-ISSN: 2177-5060. DOI:
https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15430
| Submitted: 23/10/2023
| Revisions required: 16/05/2023
| Approved: 11/09/2023
| Published: 27/10/2023
Editors:
Prof. Dr. Célia Tanajura Machado
Prof. Dr. Kathia Marise Borges Sales
Prof. Dr. Rosângela da Luz Matos
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Oswaldo Cruz Foundation (IOC/FIOCRUZ), Rio de Janeiro RJ Brazil. Doctoral degree student in the
Graduate Program in Teaching in Biomedical Sciences and Health.
2
Fluminense Federal University (UFF), Niterói RJ Brazil. Associate Professor. Doctoral degree in Philosophy
and Humanities - Columbia Pacific University (CPU), United States.
Pedagogical workshops: Teachers’ mental health promotion at school
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ABSTRACT: This work represents a segment of the doctoral mental health and education
research. The general objective of this study is to investigate political-pedagogical alternatives
that can contribute to the well-being of teachers at the Foundation for Technical School Support
(FAETEC). As a specific objective, it aims to identify the demands and cases of psychological
distress among teachers at the Foundation from 2017 to 2021. Content analysis was used for
data processing based on the qualitative research methodology incorporated into the research-
action method. The results indicate the absence of a sensitive approach regarding the mental
health of education professionals and the scarcity of work environments that promote adequate
receptivity for dialogical practices to become an integral part of the teaching routine.
Furthermore, the results emphasize the importance of implementing institutional policies that
address teachers' mental health as a prominent topic on school agendas.
KEYWORDS: Teacher. Pedagogical Workshops. Institutional Policies. Mental Health.
RESUMO: O trabalho traz um recorte da pesquisa de doutoramento em saúde mental e
educação. O objetivo geral deste estudo consiste em investigar alternativas político-
pedagógicas que possam contribuir para o bem-estar dos professores da Fundação de Apoio
à Escola Técnica (FAETEC). Como objetivo específico, busca-se identificar as demandas e os
casos de adoecimento psicológico entre os professores da Fundação no período de 2017 a
2021. Com base na metodologia de pesquisa qualitativa, presente no método da pesquisa-ação,
utilizou-se a análise de conteúdo para o tratamento dos dados levantados. Os resultados
indicam a ausência de uma abordagem sensível em relação à saúde mental dos profissionais
da educação, bem como a escassez de ambientes de trabalho que promovam um acolhimento
adequado para que as práticas dialógicas se tornem uma parte integrante da rotina docente.
Além disso, os resultados enfatizam a importância de implementar políticas institucionais que
abordem a saúde mental dos professores como um tópico de destaque nas agendas das escolas.
PALAVRAS-CHAVE: Docente. Oficinas Pedagógicas. Políticas Institucionais. Saúde Mental.
RESUMEN: El trabajo presenta un extracto de una investigación doctoral en salud mental y
educación. Su objetivo general es: Investigar alternativas político-pedagógicas que
contribuyan al bienestar de los docentes de la Fundación de Apoyo cnico Escolar FAETEC
y como objetivo específico: Identificar las demandas y casos de enfermedad psicológica entre
los docentes de la Fundación, del 2017 al 2021. Con base en la metodología de investigación
cualitativa, presente en el método de investigación acción, se utilizó el análisis de contenido
para procesar los datos recolectados. Los resultados apuntan a la falta de una mirada sensible
sobre la salud mental de los profesionales de la educación y la falta de ambientes profesionales
acogedores para que las prácticas dialógicas se conviertan en momentos del cotidiano del
trabajo docente. Además, los resultados revelan la necesidad de incluir políticas institucionales
que incluyan la salud mental de los docentes como agenda de discusión en las escuelas.
PALABRAS CLAVE: Profesor. Talleres de Pedagogía. Políticas Institucionales. Salud
Mental.
Rosane Barreto Ramos dos SANTOS and Paulo Pires de QUEIROZ
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Introduction
In the context of concern for teachers' mental health in schools, the study formulated the
following initial question: "How do we develop political-pedagogical alternatives that promote
the well-being of teachers at the Foundation for Technical School Support (FAETEC) in their
processes of quality education?" This article presents a segment of the doctoral research titled
"The emotional health of FAETEC network teachers: balance and well-being through proactive
pedagogical practices." One hypothesis is that adopting a holistic health approach could provide
teachers with greater psychological well-being.
The Ethics Committee of IOC/FIOCRUZ authorized the research under the CAAE
identification 33694620.4.0000.5248 with opinion number 4.335.072. The study's general
objective is to investigate political-pedagogical alternatives that can contribute to the well-being
of teachers at the Foundation. To analyze the results presented, a specific aim is to identify the
demands and cases of psychological illness among teachers at the Foundation for Technical
School Support (FAETEC) from 2017 to 2021.
The research indicates that discussing health also means discussing school. These two
dimensions are intrinsically connected, as they address the issue of caring for the human being.
Discussing health implies concern for the individual as a whole (Almeida Filho, 2011),
involving a comprehensive approach to elements that redefine new perspectives on life at both
the individual and collective levels, as well as in the work environments we share and the
experiences we exchange.
Almeida Filho (2011) agrees that socio-historical-cultural elements play a significant
role in individual health and illness situations. This agreement leads us to endorse Canguilhem
(2009) perspective that health and illness should be conceived beyond a purely biomedical and
physiological view while not considering these two elements that define the conditions of being
and acting as mutually antagonistic.
According to Canguilhem (2005, 2009), health and illness complement and
interconnect, traversing paths in our vital organisms and social contexts (Almeida Filho, 2011).
This challenges us to understand well-being beyond physical appearances. In this sense, body
and mind cannot be dissociated; on the contrary, they must be understood in an integrated
manner, as they are interconnected.
The mental state can influence the health of the body, just as the body can manifest signs
of health or illness that reflect our psychological state. Furthermore, according to Almeida Filho
(2011), the ontogenesis of the individual implies understanding the person in their plurality and
Pedagogical workshops: Teachers’ mental health promotion at school
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entirety, considering the actions of feeling, being, acting, and living in society. In this way, the
constant and uninterrupted interaction between aspects of individual and collective life
maintains an intrinsic relationship with the health and illness of individuals.
In this approach, it is possible to understand that experiences of health and illness are
not uniform, and individuals experience these experiences in a plural and identity-based
manner, shaping and redesigning their lives with each new experience. In this context, it is
essential to emphasize that each individual has a unique life experience with their origins,
causes, and consequences related to health and illness factors.
These diverse individual experiences direct the focus toward understanding the
workplace as a space in which health and illness can influence biopsychosocial aspects. More
specifically, it focuses on professionals' mental health and how the relationship between the
human being and the work environment can affect their mental health or promote physical and
psychological health.
Dejours (1994) and Gaulejac (2007) highlight the mutual influence humans and work
exert on each other and how they can strengthen or weaken trust and collectivity bonds. Work
affects the individual, and vice versa, establishing a continuous relationship in which
knowledge and experiences expand, altering identities, groups, and the work environment itself.
This triple interconnection between the individual, the group, and the work environment
can create illness or health promotion situations, depending on the relationship type established
in these spaces. Dejours (1994) observes that these interactions can be imposed, lacking in
dialogue, involving physical and emotional pressures that do not respect human integrity,
without discussion or identification between the parties. According to Carlotto (2003), the
relentless pursuit of results and positive goals can turn professional achievement into suffering.
In this context, the school takes on the role of a protagonist in a workplace and social
environment in which people engage in various types of interpersonal relationships,
encompassing teaching and learning as well as labor-related aspects. Within this multiplicity of
interactions, we find teachers, a group that has been facing growing challenges of psychological
distress, as highlighted by Carlotto (2003) in his research, noting that education professionals
are currently one of the classes most affected by mental health issues.
One of the fundamental causes of this distress lies in the gap between the knowledge
acquired in academia and the practical reality of schools (Tardif; Lessard, 2017), (Tardif, 2019).
This results in a knowledge disconnect when university-educated teachers confront challenges
in the classroom, where they often feel ill-prepared to handle them. Pimenta (1999) emphasizes
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the importance of reclaiming the teacher's identity and significance in society by bridging
theory and the "school ground" practice.
Furthermore, Tardif (2019) argues that recovering theories reflecting classroom reality
requires an ongoing learning process as the teacher performs their duties. This implies the
creation of strategies and mechanisms that go beyond the mere transmission of content, valuing
the human dimension with its vulnerabilities and potentialities, promoting not only learning but
also healthy and productive interpersonal relationships aimed at well-being in human
interactions.
The excess of bureaucratic demands and the overload of content to be taught, often
disconnected from the school reality and the needs of students, the lack of flexibility in curricula
and practices, the undervaluation of the teaching profession, and the absence of a channel for
listening to teachers' demands are some of the factors that significantly contribute to emotional
exhaustion, frustration, anxiety, and depression, which are latent elements in teachers' mental
distress.
Starting from the premise that we are beings composed of a physical and mental body
that records the experiences lived throughout our lives, whether positive or negative, it is
pertinent to consider Ferguson's reflection (1992, p. 242, our translation) when he states that
"over the years, the body becomes a walking autobiography, speaking to friends and strangers
about the small and large tensions of our lives," and this implies concern for what is considered
healthy or has become ill.
However, it is essential to remember that understanding illness and how it develops in
the school context can pave the way for the construction of health within the workplace. As
Ferguson (1992) reminds us, we are "walking autobiographies" (p. 242, our translation). The
responsibility for developing health promotion strategies and minimizing mental distress falls
on the individual, who holds the keys to this process.
Methodology: the path taken
The school plays a significant social role where the vast majority of the population is
engaged. Therefore, it is essential for the school, among precepts and assumptions, to direct its
concern toward education professionals, especially its teachers, understanding that their role
goes beyond the episteme embedded in pre-established curricular practices related to
subjectivities and life experiences. In this path, we also find teachers' mental health in their
relationship with the work environment.
Pedagogical workshops: Teachers’ mental health promotion at school
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The methodological framework plays a fundamental role in addressing the dimensions
of knowledge acquisition, maintenance, and construction to address issues related to teachers'
psychological distress and initiatives to promote teacher well-being. The study employs a
qualitative approach, characterized as qualitative research in nature. The analysis is exploratory,
aiming to enhance the understanding of the problem, and it uses the action research method
(Thiollent, 2011), as a strategy, as it allows for in-depth and extensive analysis of the results,
taking into account the relationship between subjects and the world, recognizing that
subjectivities and nuances cannot be quantified.
Empiricism, guided by the action research method (Thiollent, 2011), organizes the
methodological actions of the doctoral thesis into three distinct phases: diagnosis, intervention,
and evaluation. In this article, we focus on the results of the diagnostic phase, in which we used
the pre-test questionnaire as a methodological action tool. This enabled the collection of data
related to the mental health of the selected teachers and the identification of pedagogical
practices for promoting well-being that would best meet the needs of the educators. Therefore,
this phase encompasses the general and specific objectives and the initial question that guided
the research. It is important to note that the COVID-19 pandemic impacted the empiricism of
the study, and some data were contextualized based on experiences of health and illness during
this period.
The adopted methodology facilitated the tracking of the journey from the moment a
teacher enjoys good health, through the observation of the unfolding of their process of
becoming unwell, to the proposal of alternatives aimed at creating fairer conditions in the
workplace. This approach was configured as a continuous and dynamic cycle in which the
researcher lived experiences and the direct participants, the individuals directly involved in
constructing a healthy work-life (Thiollent, 2011).
The research was conducted at the Foundation for Technical School Support
(FAETEC), a public entity in Rio de Janeiro, Brazil. The selection of teachers encompassed
two schools belonging to the Foundation, which have distinct profiles: one serving high school
(the final stage of basic education) and another offering technical-professional courses.
School A has 318 enrolled students, 40 teachers, and 9 professionals in the management
and pedagogy team. Its student body consists of young adults interested in entering the job
market. On the other hand, School B has 1500 enrolled students, 212 teachers, and 12
professionals in its management and pedagogy team, with a predominantly adolescent student
profile. The research investigated two contexts to understand the relationship between health
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and illness in these environments, assessing whether there are significant similarities or
differences.
The selection of teachers in Schools A and B included those who had faced mental
health issues related to their work. This information was obtained through the pre-test
questionnaire administered during the diagnostic phase of the action research. The
questionnaire consisted of 15 closed-ended multiple-choice and 2 open-ended questions,
administered through the Google Forms platform.
Due to the pandemic context, the pre-test questionnaire was distributed to teachers
virtually. Initially, the process involved contacting the school managers of Schools A and B via
email, who subsequently sent the pre-test questionnaires to the educational supervisors
responsible for the groups of teachers through virtual messaging apps, such as WhatsApp. The
research was presented to the teachers through a letter from the researcher, which explained the
purpose of the study and emphasized voluntary participation. If interested in participating, the
Informed Consent Form was available at the end of the letter. Of the 40 teachers in School A,
22 agreed to participate in the research and completed the questionnaire. From School B, with
212 teachers, 29 opted to participate. The pre-test questionnaire was available for response from
May to November 2021.
The collection and analysis of the data obtained from the questionnaires provided
guidance for developing pedagogical practices identified as necessary by the participants in the
workplace. This methodological approach allowed for a deeper understanding of the contexts
involving the participants, generating a new perspective on educational practices in a period
marked by the pandemic.
The information collected in the questionnaires was subjected to content analysis,
following Bardin's methodology (2011), strictly adhering to pre-analysis criteria, including
representativeness, exhaustiveness, homogeneity, and relevance. The identified data were
coded and categorized according to Teachers' mental health, Teaching experiences during the
pandemic, and Workshops in the workplace.
Results and Discussion: Perspectives on a New Understanding of Teachers' Mental Health
The quantity, intensity, and diversity of experiences play a crucial role in understanding
individuals in the workplace, potentially contributing to promoting health and causing illnesses.
In this context, a profile of the teachers who participated in the research was outlined to
understand their perceptions regarding what can be considered healthy or potentially a cause or
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consequence of psychological distress. This focus is relevant for (re)defining the theoretical
and practical contexts that permeate the school environment.
The presented results are based on the responses from the pre-test questionnaire, which
was completed by 51 teachers from Schools A and B. The responses collected through Google
Forms were organized into tables, and the trends identified in the responses were subsequently
presented as graphs. The graphical data was grouped into four distinct categories to facilitate
the analysis of the information, following Bardin's approach (2011): Teachers' mental health,
Teachers' teamwork, Impact of the COVID-19 pandemic, and Workshops in the workplace.
The initial questions of the questionnaire were designed to outline the participants' profiles
regarding their professional characteristics.
The questions addressed various aspects of the teachers, including gender, subjects
taught, level of qualification, years of professional training, and years of service at FAETEC.
Out of the 51 participants, 47% were female, while 53% were male (none of the participants
indicated the "other" gender option). Eighteen teachers taught high school subjects, while thirty-
three taught subjects in technical-professional courses. In terms of qualification, 57% had
completed postgraduate studies (specialization), 35% had a master's degree, and 8% had a
doctoral degree. The vast majority of teachers, accounting for 78%, had over 15 years of
professional experience, with 12% having between 11 and 15 years of training and 10% having
5 to 10 years in the field. Regarding their years at FAETEC, 49% had been teaching for over
15 years, 12% between 11 and 15 years, 31% between 5 and 10 years, and 8% had less than 5
years of service at the Foundation for Technical School Support.
The initial questions were formulated to profile the research participants. Most of the
participants demonstrated having a long history of professional training and work experience
at the Foundation, allowing for a deeper understanding of the realities experienced, both
individually and within the school context. These responses, combined with their extensive
academic backgrounds, have the potential to contribute not only to the investigation of
psychological distress, as outlined in the specific objective, but also to address the general
objective and the initial question in identifying alternatives for the emotional well-being of
teachers in their workplaces.
After profiling the teachers who responded to the questionnaire, specific questions were
posed to investigate the professionals' mental health and psychological distress in the
workplace. The first category, "Teachers' Mental Health," addressed the self-perception of
teachers' mental health. Out of the 51 responses obtained, 57% rated their mental health as fair
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or poor, while 29% considered it good, and 14% evaluated it as excellent. These responses
indicate the need for a thorough analysis of the mental health of these individuals to understand
the factors and social environments that have contributed to psychological distress.
Within the first category, concerning mental health in the workplace, teachers were
asked whether they had experienced psychological distress due to work-related issues. Among
the 51 participating teachers, 45% reported that it had occurred a few times, 40% stated it
happened always or almost always, 10% said it was rare, and 5% indicated they had never
experienced this situation. These data, expressed in this question, reinforce the previous
conclusions and confirm a relationship between an individual's mental health and their work,
in the sense that work can be both a cause and a consequence of their psychological suffering.
The next question aimed to explore the teachers' perspective on the influence of
workplace situations as factors contributing to psychological distress. This question was
essential to assess whether teachers perceive, even if they are not directly affected that the
relationship between work and mental illness negatively impacts job performance. In this
regard, 74% of teachers stated that work-related situations almost always influence their mental
health, 20% indicated they always influence it, and 6% responded that they never do.
In light of the impressions shared by the participants regarding mental health and the
workplace, the subsequent question requested them to identify up to four factors that most
frequently led professionals to psychological distress. Inadequate salary was the most
mentioned factor, with 77% of the responses, followed by overwork, mentioned by 67% of the
participants. 65% of the teachers cited the lack of adequate infrastructure, while 61%
emphasized the lack of recognition for teachers. Additionally, 51% indicated student discipline
as a relevant factor, and 45% mentioned excessive bureaucracy.
Among the most frequently mentioned factors, there is a connection between inadequate
salary and overwork, causing many teachers to take on multiple jobs in different schools to
achieve a satisfactory income. This overload prevents teachers from having time for self-
improvement and physical and mental rest, making them more susceptible to psychological
distress. Furthermore, there is a lack of feedback on their performance in their activities
planning and a constant concern about ensuring students' success. This professional devaluation
was identified in 61% of the responses, reinforcing the interconnection of these three factors as
exacerbating both physical and psychological health, which is the focus of the investigation.
In addition to these factors, the lack of adequate infrastructure, mentioned by 65% of
the participants, has contributed to the emotional strain on teachers, generating stress due to the
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inadequacy of physical spaces for teaching, both for teachers and students, as well as the
shortage of necessary teaching materials to ensure an effective teaching and learning process.
Student indiscipline stands out, with 51% of responses, as a significant factor
exacerbating teachers' psychological distress. This highlights that even in the 21st century,
discussions on this topic have not been exhausted, and student indiscipline continues to hinder
not only the teaching and learning processes but also lead teachers to emotional exhaustion and
psychological distress.
With 45% of responses highlighting excessive bureaucracy, it is evident that the
teaching profession has become progressively more permeated by bureaucratic tasks involving
documentation, spreadsheets, reports, and curricula. This bureaucratic overload has generated
discomfort as it consumes an already scarce time that could be directed toward pedagogical
matters. This results in the loss of the necessary dynamism to develop pedagogical approaches
that facilitate both teachers and students, promoting a more welcoming and less hostile
educational experience.
When teachers were asked about the feelings, emotions, and disorders reflecting their
psychological distress in the workplace, the most commonly cited options stood out as follows:
anxiety, at 80%; emotional exhaustion, at 77%; stress, at 67%; sadness, at 50%; depression, at
40%; and panic, at 26%. These factors may be associated with various previously discussed
situations. In the school context, various determinants can lead an individual to psychological
distress. It is important to emphasize that our identity, individuality, and how we face everyday
situations can make some individuals more susceptible to psychological distress due to these
situations than others.
The crucial focus is on understanding the incidence of these factors, how many people
are affected by each of them, and how strategies can be developed to make the educational
environment conducive to healthy experiences. In this sense, it aligns with Ferguson (1992) in
emphasizing that we are "walking autobiographies"; therefore, much of who we are and how
we act reflects our work environments. This understanding is essential to guide the
implementing of pedagogical practices that promote well-being.
Tardif and Lessard (2017) also argue that what we do becomes an extension of who we
are. Therefore, if we face psychological distress, our practices may be more influenced by the
issues we carry than by the competencies, skills, and abilities we teach. Problems can
overshadow our potential and identity.
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The second category, "Teaching Work During the Pandemic," became relevant due to
the context in which the research was conducted during the Covid-19 pandemic. The research's
start coincided with the pandemic's spread in Brazil in March 2020. This not only impacted the
implementation of research methods, which had to be adapted to the remote format, but also
had effects on the mental health of education professionals, as schools were closed, and teaching
shifted to a remote format, following the guidelines of Opinion CNE/CP n.º 5/2020 from the
Ministry of Education.
In this context, it became crucial to analyze the psychological health of these
professionals, given the magnitude of the challenges they faced. Participants were asked about
how they perceived their mental health during the pandemic. The results indicated that 37%
considered their mental health, which was previously regularly worsened during the pandemic;
for 31%, it remained at the same level as before the pandemic. Another 14% reported that their
mental health was good before the pandemic but deteriorated since then; 9% indicated that their
mental health was poor before and remained poor during the pandemic, while the remaining
9% reported that their mental health was regular and improved during this period.
When analyzing these data, the importance of the groups comprising 37% of the
participants who reported a decline in mental health, going from a regular state to worsened,
and the 14% who had good mental health before the pandemic but experienced psychological
distress during this period stands out. These responses may be associated with various factors,
such as the transition from the educational environment to the home, uncertainty about the
educational future of students, concerns about the quality of education, fear of the pandemic,
and lack of access to quality technology.
Adding these two groups together, it is evident that 51% of the participants faced
significant changes in their mental health due to the challenges imposed by the pandemic, which
substantially impacted the educational environment. This required teachers to adopt new
postures, attitudes, and adaptations for which most were unprepared. This transformation can
be attributed to new educational paradigms, the adoption of emergency remote teaching, and
the physical distancing between teachers and students, which caused significant emotional
strain on professionals essential to the teaching and learning process.
On the other hand, a group consisting of 31% of the participants reported that their
mental health remained regular during the pandemic, and 9% indicated that the poor mental
state they experienced before the pandemic remained unchanged. This represents 40% of
teachers confirming that the pandemic resulted in an educational imbalance from which schools
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have not yet recovered. Only 9% of the participants mentioned an improvement in mental
health, possibly due to the distancing from the tensions of the school environment, such as
conflicts among colleagues, student discipline issues, and everyday challenges faced in schools.
The third category, titled "Workshops in the Workplace," emerged as a viable alternative
to promote the well-being of teachers, based on the data analyzed thus far. It was essential to
implement pedagogical practices to make the workplace, which also has an educational
dimension, more welcoming and conducive. In this context, it became relevant to investigate
the actions taken to promote the well-being of these professionals from the perspective of those
who are the focus of this research, namely, those who have experienced psychological impacts
due to the work environment.
Workshops in the workplace emerged as a viable alternative to promote the interaction
between mental health, teaching, and the work environment. Therefore, it was essential to
understand the participants' opinions about this form of intervention and how they perceived
the approach to the problem. Knowing if they had already participated in any pedagogical
workshop before or during the pandemic was necessary. In this regard, 70% had never
participated in a pedagogical seminar but expressed interest in doing so; only 17% of the
respondents had participated 1 or 3 times in some form of experience aimed at promoting
workshops on mental/emotional health in the workplace, while 13% stated that they did not like
this type of activity.
The 13% group who admitted to never participating due to a lack of interest stood out.
The offering of workshops did not meet the expectations of those who would be the participants.
Sometimes, activities are introduced unilaterally without considering the needs and opinions of
those who will participate in the workshops. This can result in a lack of interest from those
involved. It is essential to remember that workshops should be flexible, and different
approaches can be offered to different audiences and environments, depending on the goals to
be achieved.
A plausible alternative is that this "not liking" may be related to previous unsuccessful
experiences that were not aligned with the reality of a specific group or the individual
characteristics of certain teachers for whom the workshop was directed. Since workshops
encompass a wide range of possibilities, the likelihood of rejection is significantly reduced
when the intervention is planned with the active involvement and interest of the group and
individual in question.
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For the remaining 70%, workshops represented an unexplored and innovative
opportunity. They had not yet had access to this experience, which could provide learning,
renewal, and reconstruction opportunities, allowing both the collective and the individual to
engage in dialogues on personal and professional issues. The expression "I have never
participated, but I would like to have participated" may suggest a lack of sensitivity to teachers'
psychological health, misinformation, or the belief that there is no need to focus attention on
this specific topic in the educational context.
It is crucial to establish a closer connection between education and health. Pursuing a
successful teaching and learning process should incorporate care in terms of literacy and the
diligence that precedes any teaching practice. This encompasses strategies aimed at the well-
being of all individuals involved in the educational environment, ranging from concern for
physical space to the structure of the educational system, demonstrating a commitment to the
care of both learners and educators.
The responses indicated the need to implement mental health projects that actively
involve education professionals. Ideally, these projects should become institutional practices,
integrating continuously into the daily life of schools rather than being isolated interventions.
The data collected also reflected teachers' dissatisfaction with how the Foundation addresses
the well-being of educators.
In one of the open-ended questions, teachers suggested the development of government
policies that establish mental health-related practices as permanent components of academic
calendars and teaching plans for each school unit. This proposal aims to optimize the
relationships between the educational environment and the professionals working there. These
suggestions are based on the dissatisfaction of professionals who feel that teachers have been
neglected and sidelined in the face of academic performance pressures while caring for the
"human material" that drives the "educational machine."
In addition to becoming institutional practices, workshops aimed at teachers' emotional
well-being should be sensitive to participants' needs. Therefore, activity suggestions should be
considered during intervention planning. In the questionnaire, 45% of teachers emphasized the
importance of addressing mental health-related topics, such as stress management, anxiety, and
sadness; 30% highlighted relaxation and meditation practices as well as learning breathing
techniques; 40% suggested group dialogue and listening sessions; 30% mentioned playful
group activities and dynamics, along with technological training. Teachers expressed concern
about being psychologically prepared to support their students in educational and emotional
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needs. For them, caring for their mental health is fundamental to empowering them to assist
students in coping with situations of frustration and helplessness.
After analyzing the responses, suggestions emerged for conducting focused discussion
sessions on topics such as anxiety, stress, and emotional management. Once again, the
importance of directing thoughts towards one's health and that of the students was emphasized,
recognizing the interconnectedness of both and emphasizing that caring for one reflects caring
for the other. Within these approaches, proposals include relaxation, meditation, breathing
techniques, and enhancing voice usage to achieve serenity and reconnection with oneself and
others. These discussion sessions are highlighted as crucial to promote the practice of listening
within the group, strengthening the idea that collectivity should embrace the individual and vice
versa.
There was also a mention of the need for workshops or other support resources related
to technology use. This observation reinforces how the technological issue impacted
professionals during the pandemic period when many teachers faced structural challenges for
remote teaching, which, in turn, affected their psychological well-being, especially when they
felt unprepared to deal with students in challenging situations.
In open-ended questions, teachers emphasized the importance of making the processes
continuous, as often projects were initiated but did not maintain the desired continuity. For
them, work in this area should be developed with seriousness and commitment, focusing on
promoting the mental health of those who work in the school environment.
Concluding this assessment process, it was of paramount importance to understand the
level of trust teachers had in this type of intervention within the school context. Without this
trust, labor workshops and similar initiatives would have difficulty achieving the desired
results. Teachers were asked if they believed that proactive pedagogical practices, such as labor
workshops, could contribute to improving the mental health of education professionals.
The response to the question revealed that, for 77% of the teachers, the investment in
proactive pedagogical practices is considered valuable. These activities, such as labor
workshops, have the potential to act as supportive tools in both teaching and pedagogy. They
represent a viable approach to understanding what happens to teachers beyond the classrooms,
contributing to creating a welcoming environment sensitive to their needs. These moments
stand out by not focusing exclusively on the profession but also the human dimension and
subjectivity inherent to each individual. This collective approach seeks to develop alternatives
that promote health and well-being in the workplace.
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Although the vast majority expresses support for the implementation of mental well-
being strategies in the school and the reconceptualization of the school space as a health
promotion environment, the 17% who, while recognizing the importance of these tools for
human connection and health, do not believe that these interventions have a significant impact
on the mental health of professionals, deserve special mention. This perspective may be
influenced by the lack of consistency in well-being programs and the absence of clear evidence
of short and medium-term benefits. With the implementation of improvements and the
establishment of more solid routines, it may be possible to change the perception regarding
these health promotion approaches.
The participants' suggestions can serve as a starting point for creating emotional well-
being practices directed at teachers. Respecting the particularities of each school environment,
it is viable to establish a work environment based on dialogue and attention to the needs of the
group and individuals before prioritizing curricula and program content. Engagement and
actions to build a welcoming environment result in a more productive learning process,
benefiting teachers and students. Implementing mental health practices in the school represents
a commitment to a sensitive and dedicated perspective toward a social organism composed of
all those who interact interpersonally and professionally in the school space.
Final considerations
The interconnection between health and education demands an approach that considers
these two spheres articulated when reflecting on the teaching career in the school institution
and its potential implications. Beyond their role as an executor of institutional procedures aimed
at facilitating effective learning, the teachers are human beings with their own needs and
aspirations, deserving to be recognized.
Often, their function is emphasized at the expense of considering the biopsychosocial
factors that make up their identity. In addition to fulfilling guidelines and procedures, the
teacher is an integrated entity of body and mind whose weaknesses and capabilities deserve to
be respected and acknowledged.
The school, situated in the social context of individuals, plays a relevant role in shaping
the identity of people and their life perceptions, influencing interpersonal relationships that
occur in the educational environment. In this scenario, questions related to well-being and
illness inherent in the human experience arise.
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In this context, the issue of the illness of primary education teachers, represented by the
participants in the research conducted in the FAETEC network units, raises the need to direct
our focus to the pressing demands of contemporary society. Here, the emphasis lies not only in
the academic preparation of the professional but also in consideration of the emotional and
sociocultural supports necessary to face the challenges and rewards of teaching in the 21st
century, aiming for a genuinely democratic and health-promoting education with a holistic
approach to the individual.
The administration of the questionnaire during the diagnostic phase of the research
guided the findings that addressed the first specific objective. In this way, as a social and
working environment, the school can manifest itself in welcoming or hostile ways because
education transcends pedagogical theories and practices to incorporate the individuals who
attend its premises daily. From this dynamic, relationships of collaboration or conflict,
proximity or distance, harmony or misunderstandings emerge, and emotional variables
introduce many possibilities.
The interviews highlighted the importance and urgency of raising awareness among
education professionals about their health, with a particular emphasis on their mental state, as
many face mental health issues without adequate knowledge. In addition to awareness, the need
for concrete measures to support these professionals was emphasized, ensuring that these
processes unfold in their workplace promoting a reconnection between the teacher and the
professional environment.
In response to the general objective and the central question of this research, the
promotion of a welcoming, simultaneously pedagogical work environment can be achieved
through the implementation of psychological well-being practices referred to as "labor
workshops." According to the research participants, these workshops emerge as a viable
alternative to integrating mental health in the school context, going beyond mere discussions
about illnesses and providing practical strategies to address the issue. Furthermore, there is a
strong appeal for these workshops to be formally institutionalized, making them a permanent
part of the school context.
This approach can represent a comprehensive approach to health promotion, where
teaching practices become vehicles for acquiring knowledge in various areas and spaces for
plural construction, where individuals' subjectivity and mental health are considered
fundamental elements for developing activities in the school context.
Rosane Barreto Ramos dos SANTOS and Paulo Pires de QUEIROZ
Plurais - Revista Multidisciplinar, Salvador, v. 7, n. 00, e023006, 2023. e-ISSN: 2177-5060
DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15430 17
REFERENCES
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Pedagogical workshops: Teachers’ mental health promotion at school
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DOI: https://doi.org/10.29378/plurais.v8i00.15430 18
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Special thanks to the professionals from schools A and B who agreed
to participate in the research proposal during the challenging period of the Covid-19
pandemic.
Funding: There was no funding.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: The Research Ethics Committee of the Oswaldo Cruz Institute
IOC/FIOCRUZ authorized the research under protocol CAAE: 33694620.4.0000.5248 with
approval number: 4.335.072.
Data and material availability: Not applicable.
Authors' contributions: The first author was responsible for organizing the theoretical
framework, selecting, collecting, and analyzing data through a questionnaire sent to teachers
regarding mental distress due to situations in the workplace, i.e., the school. Based on the
information gathered, they proposed pedagogical workshops to make the workplace more
welcoming, dialogical, and healthy. They were also responsible for adapting the text to the
criteria adopted by the Journal. The second author was responsible for organizing the
theoretical framework, cooperating in developing the data collection instrument and reading
and revising the article.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading and translation.