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Liliane Afonso de Oliveira, Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva, Wanubya do Nascimento Moraes Campelo e Cíntia Maria Cardoso
PROFESSOR SEM FRONTEIRAS:
trabalhando o lúdico na Educação Infantil
a partir de múltiplas linguagens de sentido
LILIANE AFONSO DE OLIVEIRA
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Doutoranda em Comunicação, Linguagens e
Cultura (UFRA). Mestre em Comunicação, Linguagens e Cultura (UFRA). Graduada em Letras
(Português) pela Universidade da Amazônia. Professor Auxiliar I da Universidade Federal Rural da
Amazônia. ORCID: 000-0003-4581-9952. E-mail: liliane_afonso@yahoo.com.br.
MARIA DO PERPÉTUO SOCORRO CARDOSO DA SILVA
Universidade Estadual do Para (UEPA). Doutora em Semiótica e Linguística Geral
(USP/2002). Mestre em Letras/Linguística (UFPA/1997). Especialista em Língua Portuguesa
(UECE/1992). Graduada em Letras (UFPA/1983). Professor Titular e pesquisadora da UEPA.
ORCID: 0000-0002-2574-4183. E-mail: cardoso_socorro@yahoo.com.br.
WANUBYA DO NASCIMENTO MORAES CAMPELO
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Doutoranda em Letras pela
Universidade Federal do Pará. Mestre em Letras/Teoria Literária pela Universidade
Federal do Pará. Graduada em Letras (Português) pela Universidade do Estado
do Pará. Professora Assistente II da Universidade Federal Rural da Amazônia.
ORCID: 0000-0002-6557-0827. E-mail: wanubyacampelo@gmail.com.
CÍNTIA MARIA CARDOSO
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Doutoranda em Educação pela Universidade
de São Paulo. Mestre em Linguística Aplicada pela Universidade de Taubaté (2008). Licenciada
em Letras (Habilitação em Língua Portuguesa) pela Universidade Federal do Pará e Pedagogia
pela Universidade Cidade de São Paulo. Professora Assistente da Universidade Federal Rural da
Amazônia (UFRA). ORCID: 0000-0002-6373-6803. E-mail: cintia.ufra@gmail.com.
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Professor sem fronteiras: trabalhando o lúdico na Educação Infantil a partir de múltiplas linguagens de sentido
PROFESSOR SEM FRONTEIRAS: trabalhando o lúdico na Educação Infantil a
partir de múltiplas linguagens de sentido
As múltiplas linguagens trabalhadas através do lúdico na educação infantil fortalecem o processo de
desenvolvimento da aprendizagem da criança, no qual, cria e passa a usar seu imagirio para organizar
os espaços sociais nos quais está inserida. Com o objetivo de ampliar reexões sobre múltiplas linguagens
podem ser trabalhadas no contexto da educação infantil, este estudo ancora-se à discussão de que o professor
da educação infantil precisa repensar suas práticas com o apoio do lúdico. Caracteriza-se como um estudo
exploratório, de aportes teóricos relacionados ao lúdico como subsídio essencial para o desenvolvimento
infantil. A partir de conclusões preliminares admite-se que é um tema de extrema imporncia, pois, as
múltiplas linguagens desenvolvidas no ambiente escolar reverberam ações pertinentes ao reconhecimento
e desenvolvimento cognitivo da criança.
Palavras-chave: Linguagens. Lúdico. Educação Infantil.
TEACHER WITHOUT FRONTIERS: working the lúdico in children education
from multiple languages of sense
The multiple languages worked through the ludic in early childhood education strengthens the process
of developing the childs learning, in which he creates and uses his imagery to organize the social spaces
to which he is inserted. With the aim of expanding reections on how multiple languages can be worked
out in the context of early childhood education, this study is anchored to the discussion that the preschool
teacher needs to rethink his practices with the support of the ludic. It is characterized as an exploratory
study of theoretical contributions related to play as an essential subsidy for child development. Based
on preliminary conclusions, it is admitted that this is an extremely important topic, since the multiple
languages developed in the school environment reverberate actions pertinent to the cognitive recognition
and development of the child.
Keywords: Languages. Ludic. Child Education.
PROFESOR SIN FRONTERAS: trabajando al jugador en la educación infantil
desde múltiples idiomas sentidos
Los múltiples idiomas trabajados a través del juego en el jardín de infantes fortalecen el proceso de
desarrollo del aprendizaje del niño, en el cual él crea y comienza a usar su imaginación para organizar los
espacios sociales en los que se inserta. Con el n de ampliar las reexiones sobre cómo se pueden trabajar
múltiples idiomas en el contexto de la educación de la primera infancia, este estudio se basa en la discusión
de que los maestros de la primera infancia deben repensar sus prácticas con el apoyo de lo lúdico. Se
caracteriza por ser un estudio exploratorio de las contribuciones teóricas relacionadas con el juego como
un subsidio esencial para el desarrollo infantil. Con base en conclusiones preliminares, se admite que este
es un tema extremadamente importante, ya que los múltiples idiomas desarrollados en el entorno escolar
repercuten en las acciones pertinentes para el reconocimiento y el desarrollo cognitivo del niño.
Palabras clave: Idiomas. Juguetón. Educación Infantil.
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Liliane Afonso de Oliveira, Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva, Wanubya do Nascimento Moraes Campelo e Cíntia Maria Cardoso
PROFESSOR SEM FRONTEIRAS: a trabalhando o lúdico na Educação
Infantil a partir de múltiplas linguagens de sentido
Introdução
A linguagem é a maior responsável pelas atividades psíquicas dos processos cognitivos do ser
humano. A identidade do indivíduo advém de uma construção cultural respeitando as peculiaridades
e especicidades dos sujeitos e está vinculada à linguagem, algo que não é xo e é construído a partir
da interação.
A língua possibilita ao ser humano relacionar-se com o mundo. Por meio da língua, é possível
transmitir pensamentos, ideias e interagir com seus pares (ALMEIDA; FONSECA, 2013). A vida do
ser humano está intensamente ligada à comunicação.
Logo, língua e linguagem estão conectadas e é impossível pensar a vida sem elas, pois são dis-
positivos essenciais na vida humana. Assim, é assumida como constitutiva do sujeito, pois possibilita
interações fundamentais para a construção do conhecimento (VIGOTSKI, 2001).
O papel socioeducativo da escola e do professor no processo de aprendizagem da criança deve
ser de estímulo ao uso e importância do brinquedo na relação aprender, uma vez que através do brin-
quedo a criança consegue recriar sua realidade, interpretar suas ações, e trazer importantes signicados
para sua vivência.
Piaget (1998) avalia o brincar como a linguagem característica da criança por ter maior expres-
sividade que a linguagem verbal. Esta razão leva-nos a reexões acerca da formação do professor que
atua na educação infantil, pois suas atividades inuenciam o processo de aprendizagem da criança que
trás para sala de aula o brincar como elemento da sua realidade.
Admite-se que é um tema de extrema valia, pois considera-se a importância de subsidiar discus-
sões que fortalecem o uso do lúdico nas múltiplas linguagens da educação infantil como fator positivo
no processo de ensino e aprendizagem, contribuindo para o interesse de outros pesquisadores em dar
continuidade a pesquisas sobre o tema.
O papel do professor da educação infantil é de constante estímulo do processo de construção do
conhecimento dos educandos. O aluno é despertado para a criticidade de forma que almeja-se, no futuro,
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Professor sem fronteiras: trabalhando o lúdico na Educação Infantil a partir de múltiplas linguagens de sentido
lutar pelos seus interesses em meio à sociedade. O professor além de educador atua como mediador
para a construção do conhecimento. O aluno aprenderá a “pensar” e a questionar por si mesmo e, não
mais receber passivamente as informações como se fosse um depósito deste educador.
A realização deste estudo procura dialogar com as realidades vividas dentro das salas de aula e
como este prossional da educação infantil estão preparando os seus alunos a uma aprendizagem de
qualidade e dinâmica. Sabe-se que os docentes buscam em suas práticas diárias formações comple-
mentares para a atuação diferenciada no trabalho, mas também o acúmulo de funções que fora dado
a este prossional, estimulando-o a cooperação e a valorização individual e da escola que diminuem
os passos desse constante aperfeiçoamento.
Silva (1991, p. 03) ao abordar sobre métodos para ser um bom professor alerta para:
Atualize-se, atualize-se, atualize-se... – esta repetição é intencional e pretende
apagar da sua consciência algum possível resquício de desejo de acomodação. A
chamada “educação permanente” é fundamental para todos os indivíduos e mais
fundamental ainda para os educadores. Além de uma dedicação maior à literatura
de sua área especíca de atuação, procure acompanhar e inter-relacionar os dados
provindos de outros campos do conhecimento, principalmente história, política e
economia. É o conhecimento da totalidade do real que aumenta o seu poder de
julgamento e decisão. E os maiores beneciados serão você mesmo e os seus
alunos.
Nesse sentido, a capacitação do professor deve ser um processo contínuo, para ampliar o seu
conhecimento, a m de, garantir uma evolução no seu potencial, sua autonomia didática e o seu com-
prometimento com a educação.
Os prossionais da educação infantil precisam manter um comportamento ético com as crian-
ças educadas, não permitindo que estas sejam expostas a situações constrangedoras. Dessa forma, o
lúdico como metodologia pedagógica na educação infantil tem contribuído de forma positiva para o
desempenho deste papel.
A evolução do homem na sociedade e as alterações de sentido da infância
A preocupação com a infância não é um assunto novo e o termo historicamente já sofreu alte-
rações de sentido.
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Liliane Afonso de Oliveira, Maria do Perpétuo Socorro Cardoso da Silva, Wanubya do Nascimento Moraes Campelo e Cíntia Maria Cardoso
O atendimento à criança de zero a seis anos iniciou com a chegada dos jesuítas
que investiram nos pequenos indiozinhos, lhos de gentios, que junto como os
órfãos portugueses vindos da metrópole, recebiam uma formação evidenciada
pela exaltação na fé, da religiosidade e das qualidades individuais (COSTA E
VAREJÃO, 1997, p. 11).
Destarte, os autores abordam que no Brasil, no período colonial, pouco se fez pela infância.
Ao regressarmos à história e à evolução do homem na sociedade, percebe-se que a criança nem
sempre foi ponderada como é hoje.
Outrora, a criança era considerada como miniatura do adulto. Quando nascidas ou criadas por
classes altas eram educadas para o futuro, quando provindas de classes baixas seu valor era relativo
à sua utilidade servil, agregada à geração da renda da sua família.
Observa-se que no Brasil a exploração na infância pelo trabalho remonta o período da co-
lonização. Inclusive, antes de estabelecidas as relações entre os grupos aqui existentes e o branco
colonizador, as caravelas portuguesas traziam no século XVI crianças trabalhadoras, fato que é
constatado ao longo da história.
De acordo com a história, a primeira medida legal efetiva no Brasil que protegia o trabalho de
crianças e adolescentes foi o Decreto 17.943-A, de 12 de outubro de 1927, que proibia o trabalho aos
que estivessem na faixa etária inferior a doze anos, posteriormente, a partir de 1932, ampliada para
quatorze anos. Assim, reconhece-se que as crianças no Brasil, desde a colonização foram privadas
do direito de estudar e brincar.
Fortuna (2011) corrobora que a criança ao brincar desenvolve sua imaginação e a criatividade
durante a infância, apontada como período de extrema importância na vida dos seres humanos.
A brincadeira, a partir do jogo, da adivinhação, entre outros, faz parte da cultura de um povo e
marca contextos históricos que o homem vive. Conforme Kishimoto (1993) a cultura do brincar no
Brasil sofreu forte inuência dos povos colonizadores, que trouxeram jogos como os de saquinhos,
a bolinha de gude, o jogo de botão, o pião, entre outros. Os negros igualmente emprestaram suas
brincadeiras como o quente e o frio e, o chicotinho queimado. Os índios transmitiram o gosto pela
imitação dos animais. Foram brincadeiras que permearam e ainda são vivas em algumas regiões do
Brasil.
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Professor sem fronteiras: trabalhando o lúdico na Educação Infantil a partir de múltiplas linguagens de sentido
A criança expressa-se pelo ato lúdico e é através desse ato que a infância
carrega consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura
infantil, desenvolvendo formas de convivência social, modicando-se e
recebendo novos conteúdos, a m de renovar a cada nova geração (CRAIDY,
KAERCHER, 2001, p.103).
Nas práticas educacionais com a educação infantil devem-se criar atividades signicativas
que estimulem as múltiplas linguagens, despertando a criatividade, a linguagem oral, momentos
imaginários e a criatividade das crianças.
Recorrendo a Freire (1999, p. 97) quando aduz que:
Não posso entender os homens e as mulheres, a não ser mais do que
simplesmente vivendo, histórico, cultural e socialmente existindo como seres
fazedores do seu caminho que, ao fazê-lo se expõem ou se entregam aos
“caminhos” que estão fazendo e que assim os refazem também.
Destarte, no saber freireano (1999) o educador da educação infantil precisa estar em per-
manente processo de educação. Não podendo não se sensibilizar nas mudanças e permanecer em
ações docentes reprodutivas. Talvez, o fato de não se sentirem preparados para autocrítica do seu
conhecimento, não possibilita estabelecer um referencial verdadeiro de suas falhas e incoerência
decorrentes de sua formação.
A legislação brasileira reconhece a necessidade de traçar diretrizes ao sistema educacional
a partir da Constituição de 1934 que posteriormente em 1961 acarretou a promulgação da Lei de
Diretrizes e Bases – LDB; Lei nº 4.024 que institui ao Estado essa função.
Em 1996, resultado de longos debates que duraram cerca de oito anos (1988-1996) a LDB é
reformulada sob a Lei nº º 9.394 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, tendo
uma seção especíca sobre a educação infantil ainda apontando para formação de docentes para
atuar na educação básica o nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em uni-
versidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício
do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida
em nível médio, na modalidade Normal.
A constituição da LDB é um passo importante para a educação. Em especial, no seu Artigo
29, discorre que a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, e tem como nalida-
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de o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em aspectos físicos, psicológico,
intelectual e social.
Aduz ainda que a educação infantil é um complemento da ação da família e da comunidade e em
seu o Art. 30 ressalta que a educação infantil será oferecida em “I- creches ou entidades equivalentes,
para crianças de até três anos de idade; II- pré-escolas para crianças de quatro anos de idade” (BRASIL,
1996).
A expressão “educação infantil” é um direito reconhecido por Lei, considerada como uma etapa
primordial na vida da criança que marca o início de seu desenvolvimento, representando um marco
histórico de grande importância para a educação infantil no país.
As Múltiplas Linguagens na Educação Infantil: promoção de experiências intera-
tivas no espaço escolar
O professor da educação infantil na sala de aula é incentivador de produções individuais ou em
grupo capazes de estimular o olhar crítico das crianças às produções por elas realizadas despertando no
ensino a curiosidade, através das brincadeiras que utilizadas de forma inovadora e lúdica poderão en-
volver outras instituições extra muros da escola, como a família, a comunidade, a ponto de mobilizá-los
a práticas de conscientização dos recursos hídricos, preservação da natureza, assuntos de suma impor-
tância para educação da criança, pois, percebe-se o quanto é difícil unicá-los de forma interdisciplinar.
O termo “linguagem” geralmente aparece associado apenas à linguagem verbal e escrita, que,
ganha notoriedade a ponto de dicultar a curiosidade da criança nas escolas por outras manifestações.
Conhecer e explorar as linguagens que as crianças utilizam para se expressar depende do “estar junto
com elas”, percebendo assim, características próprias dessa criança de acordo com sua faixa etária,
gênero ou classe social.
Reetir acerca das múltiplas linguagens na educação infantil permeia a promoção de experiên-
cias interativas no espaço escolar com meninos e meninas a partir das artes plásticas, fotograa, teatro,
poesia, momentos de literatura regional, música, cinema, entre outras que deem sentido ao processo
de aprendizagem da criança. É importante o papel da família, da escola e dos educadores da educação
infantil, no sentido de possibilitarem espaços de criação dessas linguagens.
Crianças, meninos e meninas, são sujeitos constituídos de história e de direitos que experimen-
tam a partir das suas brincadeiras, individuais ou coletivas, diferentes sentidos e culturas por meio das
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Professor sem fronteiras: trabalhando o lúdico na Educação Infantil a partir de múltiplas linguagens de sentido
linguagens, que posteriormente materializam suas opiniões, expondo suas curiosidades sobre o mundo,
desde questões históricas às sociais.
As crianças na educação infantil nos possibilitam a reexão de que os saberes estão além das
linguagens verbais ou escritas. Ao se expressarem, utilizam múltiplas formas de linguagens, como
pinturas, desenhos, canto, dança e ans.
Prossionais das escolas infantis, em algumas situações, no intuito de querer que as crianças
sejam a eles obedientes, despertam sentimentos de insegurança nas crianças, deixando-as desampara-
das, com temor em relação ao educador, não estabelecendo conança. Ao educador deve-se o papel
de propiciar esses elementos, que favoreçam a criatividade das crianças, estabelecendo o respeito.
Almeida (1987, p. 195) profere que a “esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é
encontrar um amigo, um guia, um animador, um líder - alguém muito consciente e que se preocupe
com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si de do mundo”. A esperança desta criança está na
proposta de atividades lúdicas educativas diferenciadas que serão trabalhadas no desenvolvimento do
seu cognitivo e vão contribuir para que esta criança construa uma sociedade melhor.
Os educadores ao trabalharem o lúdico nas múltiplas linguagens de sentido transformam o brincar
em atividade pedagógica. Experimentam como interlocutores deste processo o verdadeiro signicado
da aprendizagem: o prazer em aprender. As crianças não querem ser apenas dotadas de conteúdos por
elas assimilados muitas vezes por exercícios mecânicos e repetitivos.
Por isso, formação contínua de educadores é de suma importância, pois possibilita contato
com métodos e experiências novas. Freire (1999, p. 42), contribui que “na formação permanente dos
professores, o momento fundamental é o da reexão crítica sobre a prática”. Contudo, melhora-se a
prática futura reetindo criticamente nossas práticas atuais.
Diante desse pensamento, percebemos que a formação do professor é outro fator que exerce
inuência no processo de ensino. Nessa perspectiva, para Freire (1999) o professor, como mediador
no processo de aprendizagem, considera importante que este, esteja sempre buscando o aperfeiçoa-
mento de seus conhecimentos administrando sua própria formação, haja vista que as teorias e saberes
adquiridos durante a universidade precisam fundamentar suas práticas educativas, de modo que teoria
e prática precisem andar simultaneamente para que de fato a aprendizagem seja signicativa e o pro-
fessor assuma seu papel nesse processo.
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Pensamento e linguagem: propostas lúdicas pedagógicas na Educação Infantil
Vygotsky (1984) ao se aprofundar na relação entre o pensamento e a linguagem chegou à conclu-
são de que “a verdadeira trajetória de desenvolvimento do pensamento não vai ao sentido do pensamento
individual para o socializado, mas do pensamento socializado para o individual” (VYGOTSKY, 1984).
Esta armação permitiu a Vygotsky (1984) entender que o pensamento não é desenvolvido com
autonomia e independência, mas a partir de condições determinadas, sob a mediação dos signos e dos
instrumentos culturais que se apresentam histórica e socialmente disponíveis. Assim, propôs o conceito
inovador de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que corresponde à,
Distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através
da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial,
determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em
colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY, 1984, p. 97).
Assim, é na ZDP que deve atuar o professor da educação infantil, colaborando para o amadu-
recimento cognitivo destes alunos. Não apenas submetendo o aluno a condições ideais de ensino. A
atividade docente na educação infantil é uma prática social complexa.
Tardif (2006) pontua a importância da relação harmoniosa que deve se ter entre professor e
aluno, uma vez que tal relação contribui positivamente para o favorecimento do processo de ensino e
aprendizagem. O autor enfatiza ainda que este relacionamento de se por meio de relações de respeito,
carinho, amor, amizade, entre outros.
As manifestações de linguagem das crianças convidam-nos a repensar o mundo, mediados
pelos corpos que se balançam e expressam as diversidades de sentidos criados a partir de interações
sociais. Corpos que falam com sons, letras, gestos, balbucios. A criança se constitui quando institui
estas interações com o meio e vive situações diferenciadas de representação.
O prossional da educação infantil precisa conhecer as crianças que convivem durante sua prática
prossional, buscando novos métodos que auxiliem e melhorem o processo de ensino-aprendizagem
dessas crianças. Se o professor for um bom observador, capaz de descobrir quem são elas, quem são
seus familiares, as músicas que ouvem, o que gostam de dançar, as histórias contadas por eles, os acon-
tecimentos do bairro em que a escola está situada, as informações sob seus vários ângulos, vericará
que muitos conteúdos de um livro didático podem não condizer com sua vida real e a de seus alunos.
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Professor sem fronteiras: trabalhando o lúdico na Educação Infantil a partir de múltiplas linguagens de sentido
O lúdico auxilia a aprendizagem da criança na educação infantil. Entretanto, isso não signica
que possuir um espaço lúdico seja o suciente, permitindo que o ambiente da sala de aula se torne
desorganizado ou de bagunça; mas que este espaço deve somar-se a um ambiente de estratégias dire-
cionadas pelo professor às crianças com determinado foco, procurando atribuir novo signicado ao
processo de ensino e aprendizagem.
Em relação ao papel do lúdico nas atividades didáticas, Machado (1995, p. 40) argumenta que:
Quando se considera o papel do lúdico nas atividades didáticas, as dimensões
lúdicas (em sentido restrito) e utilitárias (o lúdico servem para introduzir certos
temas) se destacam. A primeira refere-se ao divertimento e a brincadeira, enquanto
que a segunda trata dos resultados educativos a serem alcançados propriamente
ditos (MACHADO, 1995, p. 40).
Logo, qualquer que seja a atividade lúdica trabalhada existe outras dimensões que podem trans-
cender o lúdico em si, para um campo metafórico, que podem estar associadas a outras signicações
que precisarão ser mais explorada pelos educadores através de jogos, danças, brincadeiras ou outro
conjunto de atividades educativas, realizadas na escola ou fora dela.
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacional PCN’s para a Educação Infantil, “as ativi-
dades lúdicas, através das brincadeiras favorecem a autoestima das crianças ajudando-as a superar
progressivamente suas aquisições de forma criativa” (BRASIL, 1998, p. 27).
As brincadeiras exercem papel importante para o desenvolvimento integral da criança. Por meio
das brincadeiras a criança amplia seus conhecimentos e expressa a partir da sua espontaneidade no
brincar impressões constituídas socialmente dentro do seu campo familiar e social. Neste sentido, os
PCN’s (1998 p.28) aduzem que:
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem
regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro) jogos
tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos
da criança por meio da atividade lúdica.
É possível, através do brincar a criança adquirir sentidos como de responsabilidades, respeito,
amizade e perceber que dentro da sociedade em que esta inserida há diversos grupos e culturas
diferentes, estimulando assim seu intelecto e suas potencialidades. A brincadeira também proporciona
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a movimentação do corpo da criança estimulando, assim, seu desenvolvimento corporal, que nessa
fase é muito importante.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009,
p. 04) as práticas pedagógicas da Educação Infantil devem possuir eixos do currículo norteadores as
interações e a brincadeira, garantindo experiências que:
Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências
sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão
da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo
domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica,
dramática e musical;
Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação com
a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros textuais
orais e escritos;
Recriem, em contextos signicativos para as crianças, relações quantitativas,
medidas, formas e orientações espaço temporais;
Ampliem a conança e a participação das crianças nas atividades individuais e
coletivas;
Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia
das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar;
Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que
alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento
da diversidade;
Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a
indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao
tempo e à natureza;
Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversicadas
manifestações de música, artes plásticas e grácas, cinema, fotograa, dança,
teatro, poesia e literatura;
Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade
e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos
naturais;
Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e
tradições culturais brasileiras;
Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas
fotográcas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos. (BRASIL, 2009, p. 04)
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Dessa forma, os objetivos da proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil devem
ter como objetivo garantir à criança o acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de
conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à
liberdade, à conança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras
crianças. As múltiplas linguagens de meninos e meninas no cotidiano das creches e pré-escolas, em
suas elaborações da proposta curricular, de acordo com suas características, identidade institucional,
escolhas coletivas e particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de integração dessas experiências
A atividade recreativa é reconhecida como meio de fornecer múltiplas linguagens de sentido a
criança a partir de um ambiente agradável, planejado e motivador que possibilite a aprendizagem. Nesse
contexto, a brincadeira ganha um escopo ideal no processo de aprendizagem da criança, pois estimula
o interesse do aluno.
Para o professor estimular uma aula, faz-se necessário vivenciar, ele mesmo, esta experiência,
inovando-o, planejando tempo e espaço para proveito dos alunos, explorando técnicas já utilizadas e
criando outras, lendo teorias, confrontando-as com a prática, observando experimentos com outros
educadores, ampliando seu universo de conhecimento e sensibilidade.
O brincar e o desenvolvimento da criança na Educação Infantil
Para Vygotsky (1984) é por meio da brincadeira que a criança reproduz o discurso externo e o
internaliza, construindo assim seu próprio pensamento. A criança possui sua identidade, vinculada à
linguagem que para Vygotsky (1984) tem importante papel no desenvolvimento cognitivo da criança à
medida que sistematiza suas experiências e ainda colabora na organização dos processos em andamento.
Para o autor:
A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não
é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado
pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de
desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema sob
a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz.
(VYGOTSKY, 1984, p. 97)
As atividades lúdicas reproduzem situações vividas no cotidiano das crianças. O educador ao
fazer uso de brincadeiras, histórias, jogos educativo direcionado a resolução de problemas faz com
que a criança sinta-se desaada, estimulando-a a pensar e resolver situações problemáticas, para que
transcreva ou recrie princípios utilizados pelo adulto.
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O ato de brincar facilita a comunicação, possibilitando a construção da criticidade, da autonomia
e da capacidade criadora, estabelecendo, uma relação entre jogos/brincadeiras e aprendizagem.
Para Vigotsky (1979, p. 45) “a criança aprende muito ao brincar, o que aparentemente ela faz
apenas para distrair-se ou gastar energia é na realidade uma importante ferramenta para o seu desenvol-
vimento cognitivo, emocional, social, psicológico”. Assim como é importante a brincadeira no processo
de aprendizagem da criança, também é importante o respeito a esta quando esta brincando, pois o mundo
da criança é instável e oscila entre realidade e fantasia.
A anidade da brincadeira infantil com a natureza da própria criança tem
reconhecimento histórico, por isso, vem sendo tema de inúmeras pesquisas e estudos
ao longo dos anos. É interessante destacar que em todas as concepções teóricas
sobre o desenvolvimento e educação da criança pequena e na literatura em geral, a
brincadeira aparece como um importante recurso na construção de conhecimentos
e desenvolvimento integral. A brincadeira é a atividade que faz parte do cotidiano
de qualquer criança, independente do local onde vive, dos recursos disponíveis, do
grupo social e da cultura da qual faça parte, todas as crianças brincam (PEDROSO
et.al., 2011, p.01).
Através do brincar, as crianças dão o melhor de si: pensam, planejam, observam o erro, torcem,
comemoram; todo esse interesse dos pequenos faz dele um valioso recurso, que pode ser incluído nas
aulas para que possam ter melhor compreensão de mundo, além de ter maior desenvolvimento integral
nos aspectos social, físico, emocional, afetivo, ou seja, o ato de brincar além de favorecer estímulo, é
uma importante forma de comunicação, faz parte da vivência infantil e ainda, seu aprendizado pode
ocorrer de forma mais prazerosa.
A criança é um ser social que se desenvolve entre outros seres humanos, no espaço e tempo
determinados. Seu desenvolvimento é sequencial e caminha de estruturas mais simples para estruturas
mais complexas, portanto, “é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de
menor equilíbrio para um estado de equilíbrio maior” (PIAGET, 1980, p. 11).
Piaget (1980) analisou o desenvolvimento do pensamento, compreendendo o período do nasci-
mento até a adolescência. Para o autor, a inteligência tem sua estrutura biológica com a funcionalidade
de adaptar o organismo às exigências do meio.
O ato de brincar contribui, para interiorização de determinados modelos de adulto, no âmbito de
grupos sociais diversos. “Conceber a criança como o ser social que ela é signica considerar que ela
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tem uma história; que pertence a uma classe social determinada” (PASCHOAL e MACHADO, 2007,
p. 57). A brincadeira compreende relações voltadas ao seu contexto da origem. Nas brincadeiras, as
crianças transformam os conhecimentos já internalizados em algo mais sólido, referente à sua realidade
ou vividas pelo seu grupo familiar ou social. Brincando a criança relaciona o sentido do papel assumido
na brincadeira com outros papéis, tornando-a madura para ter consciência destes em outras situações.
Assim, compreende-se que a oportunidade de criarem ou vivenciarem brincadeiras ligadas ao
imaginário faz com que as crianças organizem seu processo de pensamento.
As crianças podem acionar seus pensamentos para resolução de problemas que
lhe são importantes e signicativos. É importante que tenhamos claro que quanto
mais a criança brinca, mais é levada a organizar e a reorganizar os seus processos
de pensamento, ao mesmo tempo em que conquista as mudanças qualitativas mais
signicativas em sua personalidade. (PASCHOAL E MACHADO, 2007, p. 55)
Para que esse exercício de criação tenha uma riqueza de experiências à aprendizagem direta da
criança é necessário aproximar-se da realidade desta criança para ajudá-la a partir da articulação entre
o imaginário e a reprodução da realidade atribuir a partir de múltiplas linguagens novos sentidos.
O lúdico fortalece a autoestima de crianças na educação infantil, fazendo com que consigam, de
forma evolutiva, avançar em seus processos de aquisição, de forma criativa. Ao propiciar a brincadeira,
cria-se um ambiente para que as crianças possam experienciar o mundo a partir da linguagem. A ludici-
dade apoia-se na forma como os prossionais da educação desenvolvem a criatividade, os conhecimentos
das crianças através dos jogos, músicas ou danças.
Considerações Finais
O professor tem papel importante na educação infantil de promover o ensino de maneira dinâmica,
criativa, buscando estratégias que mantenham vivo o interesse do conhecimento às crianças. O lúdico
na Educação Infantil proporciona divertimentos no ato de ensinar e aprender.
Portanto, o professor da educação infantil deve valorizar o lúdico contribuindo assim para o desen-
volvimento infantil, uma vez que a brincadeira acompanha a progresso da inteligência e do pensamento,
desenvolvimentos indispensáveis ao equilíbrio afetivo e intelectual da criança.
O lúdico ajuda a criança a construir novas descobertas, enriquecendo sua personalidade. Simboliza
uma ferramenta pedagógica que conduz ao professor a condição de estimulador da aprendizagem.
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Neste contexto, este estudo conseguiu alcançar em suas discussões alicerçadas nos teóricos
que o brincar no processo educacional é signicativo ao desenvolvimento infantil. É válido ressaltar
que convivemos em um período que as tecnologias avançam de forma efêmera, inclusive no contexto
educacional. Ressalta-se que as atividades lúdicas não devem ser perdidas no contexto da escola,
principalmente na educação infantil, uma vez que comprovadamente a partir de experimentos e re-
ferências teóricas é uma ferramenta atraente e educativa que auxilia no desenvolvimento da criança.
Assim, conclui-se que a ludicidade é a forma como os prossionais da educação desenvolvem
a criatividade, os conhecimentos das crianças, através dos jogos, músicas ou danças. Percebe-se que o
intuito a ser alcançado pelos prossionais é educar, ensinar, se divertindo e interagindo com os outros.
O lúdico está nas atividades que despertam o prazer nas crianças. Atividades como jogos, pega-pega,
dança, entre outras, precisam ser lúdicas, fazendo com que a criança inicie a aprendizagem sobre o
mundo e sobre si mesma.
O educador deve sempre buscar uma formação contínua a m de, garantir uma evolução no
seu potencial, sua autonomia didática e o seu comprometimento com a educação, desenvolvendo
atividades lúdicas inovadoras que proporcionem o interesse das crianças. O brincar na educação in-
fantil propicia que as crianças aprendam de forma prazerosa, contribuindo para que construam uma
sociedade melhor.
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Recebido em: 30 de novembro de 2019.
Inserido em: 15 de outubro de 2020.
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