Riscos e Perspectivas na Utilização de Fitoterápicos no Brasil

Autores

  • Fernanda Granja da Silva Oliveira Doutoranda em Biotecnologia / UEFS
  • Carlos Rodrigo Lehn Instituto Federal de Mato Grosso do Sul – IFMS.

Palavras-chave:

Fitoterápicos, Riscos, Farmacovigilância

Resumo

O uso de plantas medicinais na cura de doenças está relacionado com a própria evolução humana, pois seu emprego pode ser identificado em todas as épocas, em todas as camadas sociais e quase em toda a humanidade. O emprego de plantas medicinais na terapêutica, em países em desenvolvimento como o Brasil, pode ser visto como uma alternativa terapêutica. Diante disso, pode-se citar a farmacovigilância como uma alternativa, devido seu papel importante para a promoção do uso racional de medicamentos. O estímulo para a realização de estudos científicos aprofundados, explorando o potencial toxicológico de plantas medicinais e estudos de farmacovigilância, poderia oferecer vantagens para a promoção de seu uso racional. Este trabalho teve como objetivo realizar uma discussão sucinta, analisando a utilização de fitoterápicos, tendo em vista seus riscos à população e seu potencial de toxicidade. O estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica e exploratória, de materiais publicados sobre fitoterapia no Brasil. Foram encontrados 28 trabalhos relevantes, entre livros, publicações e artigos científicos, que tratam sobre os fitoterápicos e seus aspectos toxicológicos. O uso de fitoterápicos na atualidade nos mostra a importância desta classe de medicamentos, e, portanto, devem ser considerados os problemas relacionados à sua utilização. Como uma alternativa para a promoção do uso racional de fitoterápicos, pode-se citar a difusão da farmacovigilância. Diante disso, observa-se a necessidade de futuros estudos sobre o risco da utilização de plantas medicinais, visando minimizar a ocorrência de efeitos adversos que possam prejudicar o tratamento.

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Biografia do Autor

Fernanda Granja da Silva Oliveira, Doutoranda em Biotecnologia / UEFS

Doutoranda em Biotecnologia (UEFS), Mestre em Recursos Naturais do Semiárido pela Univasf, na linha de pesquisa Química e atividade biológica, com experiência em ensino técnico, superior e pós-graduação. Especialista em Farmacologia Geral pela UCDB (2011). Graduação em Farmácia (UEPB), com experiência na indústria farmacêutica, com ênfase na área de Garantia da Qualidade e Desenvolvimento de Medicamentos e Fitoterápicos.

Carlos Rodrigo Lehn, Instituto Federal de Mato Grosso do Sul – IFMS.

Graduado em Ciências Biológicas pela UNISINOS-RS e Mestre em Biologia Vegetal pela UFMS. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul - IFMS de fevereiro de 2011 a maio de 2013 e atualmente Professor do Instituto Federal Farroupilha. Desenvolve estudos envolvendo samambaias e angiospermas, incluindo fitossociologia, fenologia, distribuição espacial e florística. Atua na organização de cursos e projetos relacionados com a difusão de boas práticas ambientais.

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Publicado

2015-12-21

Como Citar

Oliveira, F. G. da S., & Lehn, C. R. (2015). Riscos e Perspectivas na Utilização de Fitoterápicos no Brasil. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais E Educação, 3(4), 35–44. Recuperado de https://www.revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/OPR3.4.3