As (Re) Apropriações dos Recursos Naturais dos Territórios Semiáridos e as Possibilidades de Pesquisas Pautadas na Convivência
Palavras-chave:
Natureza, Territórios semiáridos, ConvivênciaResumo
O artigo apresenta os sentidos de natureza no Semiárido Brasileiro, problematizando que há duas vertentes contemporâneas que se confrotam como projetos para o desenvolvimento dos territórios semiáridos. A ideia-projeto da ‘Convivência se fundamenta na ressignificação e reapropriação social da natureza semiárida, compreendendo-a de forma contextual e relacional e numa perspectiva cultural, atua na territorialidades, uma vez que apreende o Semiárido como território simbólico-cultural, delineado pelos contextos geo-ambientais e pela diversidade de povos que compõem um mosaico complexo e multidimensional. E tem-se a reinvenção da natureza, que numa fundamentação econômica, atua na construção da semiaridez como vantagem, aproveitando-se das potencialidades de uso da Caatinga, da alta insolação, dos minerais, das energias alternativas (solar, eólica, etc.). O sucesso econômico alcançado se dá apenas nos territórios selecionados pelo capital e através da forte cientifização e tecnificação dos processos de produção e produtividade. Portanto, a análise que se pretende neste artigo, é como poderemos pensar as possibilidades de pesquisas com os recursos naturais do Semiárido Brasileiro, que, de um lado, fomente a produção do conhecimento sobre as potencialidades deste território; e, de outro, que essas pesquisas não abram mão das garantias de uso e acesso dos povos e comunidades rurais tradicionais e não tradicionais aos benefícios do uso dos recursos de seus territórios de vida, de trabalho e de cultura. O caminho pelo ‘bom uso’ da natureza nos aponta uma alternativa possível de seguir, apostando na Convivência como um projeto de desenvolvimento prudente e ecocentrado.
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