Ação decolonial do movimento indígena em torno da educação escolar indígena em Manaus-AM

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30620/gz.v11n1.p135

Palavras-chave:

Decolonialidade, Educação, Indígena, Políticas públicas

Resumo

A atuação do Movimento Indígena do Amazonas vem surtindo efeito na implementação da Educação Escolar Indígena (EEI) enquanto modalidade educacional. Nesse contexto, a atuação desse Movimento destaca-se pela ação decolonial na garantia de direitos constitucionais dos indígenas, configurando-se como importantes no Amazonas. O objetivo deste trabalho é refletir sobre a atuação desse Movimento, com a dimensão da decolonialidade, e as conquistas legais que culminaram com a aprovação de legislações que garantem uma educação escolar diferenciada. A metodologia se fundamenta na abordagem qualitativa, mediante triangulação envolvendo pesquisa bibliográfica, documental e pesquisa de campo. Na pesquisa de campo, realizou-se um percurso constituído por entrevista semiestruturada via plataformas digitais, Google Meet e WhatsApp. O trabalho evidencia que a EEI vem avançando, mas precisa superar desafios para que os indígenas tenham uma EEI diferenciada e específica como regem as legislações.

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Biografia do Autor

Manoel Inácio de Oliveira, Universidade do Estado do Amazonas – UEA

Mestre em Ciências Humanas pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas – PPGICH/UEA, Pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Cultura Amazônica-NEICAM/UEA, Manaus, Amazonas, Brasil.

Jocilene Gomes da Cruz, Escola Superior de Artes e Turismo / Universidade do Estado do Amazonas – UEA

Doutora em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia (UFAM), Professora titular da Escola Superior de Artes e Turismo-ESAT/UEA, Universidade do Estado do Amazonas – Manaus, Amazonas, Brasil.

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Publicado

2023-11-27

Como Citar

OLIVEIRA, M. I. de; CRUZ, J. G. da. Ação decolonial do movimento indígena em torno da educação escolar indígena em Manaus-AM. Grau Zero – Revista de Crítica Cultural, Alagoinhas-BA: Fábrica de Letras - UNEB, v. 11, n. 1, p. 135–157, 2023. DOI: 10.30620/gz.v11n1.p135. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/grauzero/article/view/v11n1p135. Acesso em: 27 abr. 2024.