Escrevivências trans* como potência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n59.p329-344

Palavras-chave:

Escrevivências trans, Epistemologias trans, Pedagogia trans

Resumo

Neste texto, discuto uma analítica de gênero a partir do movimento de escrevivências1 trans*. Na primeira parte deste trabalho, discuto como a escrita
trans* é potencializadora do autoconhecimento trans*, legitimando, assim, novas formas de produzir conhecimento sobre tais sujeitos a partir deles mesmos,
estimulando-me a descrevê-las em vez de teorizar sobre suas vidas. Na segunda arte, discuto o surgimento de uma pedagogia trans* que desenvolve o ensino, ampliando a representatividade desse conhecimento, a partir de uma abordagem pedagógica pautada nos princípios de ensinar como trans* (autorrevelação feminista que fortalece/amplia espaços de compartilhamentos das experiências trans*), ensinar sobre trans* (dar visibilidade ao universo trans* no ensino) e ensinar com epistemologias trans* (afirmar que o ensino trans*, além de ser incorporado em práticas outras de produção do conhecimento, é, em si mesmo, epistemológico, ou seja, produtor de conhecimento).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE, L. N. Travestis na escola: assujeitamento e resistência à ordem normativa. 2012. 300 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, 2012.

ARARUNA, M. L. O que é esse livro? In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017a. p. 9-11.

ARARUNA, M. L. Desistir de mim mesma: um diálogo entre transfobia e depressão. In: COLETIVAS, G. T. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017b. p. 26-29.

ARAÚJO, L. K. Processo de expulsão. In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017. p. 54-54.

BAGAGLI, B. P. Orientação sexual na identidade de gênero a partir da crítica da heterossexualidade e cisgeneridade como normas. Letras Escreve, v. 7, n. 1, p. 137-164, 2017.

BENTO, B. A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual. Natal: EDUFRN, 2014.

BENTO, B. Transviad@s: gênero, sexualidades e direitos humanos. Salvador: EDUFBA, 2017.

BRAYBOY, B. M. J. Toward a tribal critical race theory in education. The Urban Review, n. 37, p. 425-446, 2005. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/225812554_Toward_a_Tribal_Critical_Race_Theory_in_Education. Acesso em: 20 jun. 2019.

BUTLER, J. P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017.

CARVALHAL, T. Transgente. In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017a. p. 12-13.

CARVALHAL, T. E agora… o que te faz homem? In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017b. p. 52-53.

CATALANO, C. J. Resisting coherence: trans men’s experiences and the use of grounded theory methods. International Journal of Qualitative Studies in Education, v. 30, n. 3, p. 234-244, 2017. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09518398.2016.1254301?journalCode=tqse20. Acesso em: 20 jun. 2019.

CONCEIÇÃO, N. Interseccicionalidade e psicologia feminista. Salvador: Devires, 2017.

CORREA, M. A. Subjetividades em trânsito: nome social, travestilidades e transexualidades em duas universidades públicas do sul do Brasil. 2017. 379 f. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) – Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 2017.

DELGADO BERNAL, D. Critical race theory, Latino critical theory, and critical raced-gendered epistemologies: recognizing students of color as holders and creators of knowledge. Qualitative Inquiry, n. 8, p. 105-126, 2002. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/107780040200800107. Acesso em: 20 jun. 2019.

DIAS, A. F. Como as escolas educam corpos nas práticas pedagógicas? Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 7, n. 12, p.15-28, 2014. Disponível em: https://doi.org/10.20952/revtee.v0i0.2958. Acesso em: 17 abr. 2020.

DIAS, A. F.; CARVALHO, M. E. P.; OLIVEIRA, D. A. Notas sobre o processo de inclusão/ exclusão de uma professora transexual. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, v. 25, n. 45, p. 145-158, 2016. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/2291. Acesso em: 20 jun. 2019.

DIAS, A. F.; MENEZES, C. A. A. Que inovação pedagógica a pedagogia queer propõe ao currículo escolar? Revista Tempos e Espaços em Educação, São Cristóvão, SE, v. 10, n. 23, p. 37-48, 2017. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/view/7443. Acesso em: 03 jan. 2020.

FARRINGTON, D. Nearly a dozen states sue U.S. government over transgender policies. NPR, 25 maio 2016. Disponível em: http://www.npr.org/sections/thetwo-way/2016/05/25/479484932/11-states-sue-u-s-governmentover-transgender-policies. Acesso em: 09 jan. 2019.

FRANCO, N.; CICLINI, G. A. Professoras trans brasileiras em seu processo de escolarização. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 325-346, maio/ago. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-026X2015000200325&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 jun. 2019.

GREEN, K. M. Trans* movement/trans* moment: an afterword. International Journal of Qualitative Studies in Education, n. 30, p. 320-321, 2017. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/09518398.2016.1274064?journalCode=tqse20. Acesso em: 20 jun. 2019.

HOOKS, B. Feminist theory: from margin to center. Boston, MA: South End Press, 1984.

HOOKS, B. Teaching to transgress: education as the practice of freedom. New York: Routledge, 1994.

JAEKEL, K. S.; NICOLAZZO, Z. Teaching trans*: strategies and tensions of teaching gender in student affairs preparation programs. Journal for the Study of Postsecondary and Tertiary Education, n. 2, p. 165-179, 2017. Disponível em: http://www.jspte.org/Volume2/JSPTEv2p165-179Jaekel3688.pdf. Acesso em: 20 jun. 2019.

JESUS, J. G. de. As guerras de pensamento não ocorrerão nas universidades. In: COLLING, L. Dissidências sexuais e de gênero. Salvador: EDUFBA, 2016. p. 217-232.

JESUS, J. G. de. Um pouco sobre interseccionalidade e invisibilidade trans. In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017. p. 192-194.

JOURIAN, T. J.; SIMMONS, S. L.; DEVANEY, K. C. “We are not expected”: Trans* educators (re)claiming space and voice in higher education and student affairs. TSQ: Transgender Studies Quarterly, n. 2, p. 431-446, 2015. Disponível em: https://read.dukeupress.edu/tsq/article-abstract/2/3/431/79319/We-Are-Not-Expected-Trans-Educators-Re-Claiming. Acesso em: 20 jun. 2019.

LIMA, M. L. C. O uso do nome social como estratégia de inclusão escolar de transexuais e travestis. 2013. 185 f. Tese (Doutorado em Psicologia Social) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), São Paulo, 2013.

LONGARAY, D. A; RIBEIRO, P. R. C. Espaços educativos e produção das subjetividades gays, travestis e transexuais. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 20, n. 62, p. 723-747, jul./set. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782015000300723&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 20 jun. 2019.

MONRO, S. Beyond male and female: poststructuralism and the spectrum of gender. International Journal of Transgenderism, v. 8, n 1, p. 3-22, 2005. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1300/J485v08n01_02?journalCode=wijt20. Acesso em: 20 jun. 2019.

MORAES, A. Soldado. In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017. p. 87-99.

NICOLAZZO, Z. Imagining a Trans* epistemology: what liberation thinks like in postsecondary education. Urban Education, p. 1-26, 2017a. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0042085917697203. Acesso em: 20 jun. 2019.

NICOLAZZO, Z. Trans* in college: Transgender students’ strategies for navigating campus life and the institutional politics of inclusion. Sterling, VA: Stylus, 2017b.

NICOLAZZO, Z; MARINE, S. B. “It will change if people keep talking”: Trans* students in college and university housing. Journal of College and University Housing, v. 42, n. 1, p. 160-177, 2015. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=EJ1093901. Acesso em: 20 jun. 2019.

OLIVEIRA, J. M. Trânsitos de gênero: leituras queer/trans* da potência do rizoma gênero. In: COLLING, L. Dissidências sexuais e de gênero. Salvador: EDUFBA, 2016. p.109-132.

OLIVEIRA, M. R. G. O diabo em forma de gente: (r) existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação. 2017. 190 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, 2013.

OLIVEIRA, M. R. G. Trejeitos e trajetos de gayzinhos afeminados, viadinhos e bichinhas pretas na educação. Revista Periódicos, v. 1, n. 9, p. 161-191, 2018. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/revistaperiodicus/article/view/25762. Acesso em: 20 jun. 2019.

PATTON, L. D. Disrupting postsecondary prose: Toward a critical race theory of higher education. Urban Education, n. 51, p. 315-342, 2016. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/0042085915602542. Acesso em: 20 jun. 2019.

PEARCE, R.; STEINBERG, D. L; MOON, I. Introduction: the emergence of ‘trans’. Sexualities, p. 1–10, 2018. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1363460717740261. Acesso em: 20 jun. 2019.

PLATERO, R.; DRAGER, E. H. Two trans* teachers in Madrid. Transgender Studies Quarterly, v. 2, n. 3, p. 447-463, 2015. Disponível em: https://read.dukeupress.edu/tsq/article-abstract/2/3/447/79336/Two-Trans-Teachers-in-MadridInterrogating-Trans. Acesso em: 20 jun. 2019.

PLATERO, R. L.; LANGARITA, J. A. La docencia encarnada, sexuada y generizada. Dos experiencias incómodas. Pedagogia i Treball Social. Revista de Ciències Socials Aplicades, v. 5, n. 1, p. 57-78, 2016. Disponível em: https://revistes.udg.edu/pedagogia_i_treball_social/article/view/22163/25931. Acesso em: 20 jun. 2019.

PORTER, C. J.; DEAN, L. A. Making meaning: identity development of black undergraduate women. NASPA Journal About Women in Higher Education, n. 8, p. 125-139, 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/282999478_Making_Meaning_Identity_Development_of_Black_Undergraduate_Women. Acesso em: 20 jun. 2019.

RESTREPO, E.; ROJAS, A. Inflexión decolonial: fuentes, conceptos y cuestionamientos. Popayán, Colombia: Editorial Universidad del Cauca, 2010.

RYAN, H. What does trans* mean, and where did it come from? [Web log post]. Slate. 2014. Disponível em: http://www.slate.com/blogs/outward/2014/01/10/trans_what _does_it_mean_and_where_did_it_come_from.html. Acesso em: 04 out. 2018.

SALES, Adriana. Travestis brasileiras e escolas (da vida): cartografias do movimento social organizado aos gêneros nômades. 310 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Assis, SP, 2018.

SANTOS, A. L. Formação das pessoas transexuais na Universidade Federal de Sergipe: enfrentamento e resistência das normas de gênero no espaço acadêmico. 2018. 90 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, 2018.

SEFFNER, F.; REIDEL, M. Transvestite and transsexual teachers: the “high heels pedagogy”. Creative Education, n. 6, p. 2372-2383, 2015. Disponível em: https://www.scirp.org/journal/paperinformation.aspx?paperid=62205. Acesso em: 20 jun. de 2019.

SILVA, D. C. P. Atos de fala transfóbicos no ciberespaço: uma análise pragmática da violência linguística. 2017. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-graduação em Letras, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, 2017.

SIQUEIRA, I. Continuemos resistindo. In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017. p. 173-174.

SPADE, D. Normal life: Administrative violence, critical trans politics, and the limits of the law. Brooklyn, NY: South End Press, 2011.

TOMPKINS, A. Asterisk. TSQ: Transgender Studies Quarterly, n. 1, p. 26-27, 2014. Disponível em: https://read.dukeupress.edu/tsq/article/1/1-2/26/91872/Asterisk. Acesso em: 20 jun. 2019.

VERGUEIRO, V. Despatologizar é descolonizar. In: GRUPO TRANSCRITAS COLETIVAS. Nós Trans: escrivivências de resistência. Belo Horizonte: Litera Trans, 2017. p. 109-112.

WELLS, K. Transgender teachers: the personal, pedagogical, and political. Journal of Homosexuality, n. 12, p. 1-69, 2017. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00918369.2017.1380989. Acesso em: 20 jun. 2019.

Publicado

2020-10-29

Como Citar

DIAS, A. F. Escrevivências trans* como potência. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 29, n. 59, p. 329–344, 2020. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2020.v29.n59.p329-344. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/9932. Acesso em: 18 abr. 2024.