A Preparação do Conto e do Contador de Histórias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n68.p34-47

Palavras-chave:

O Conto. O Contador de Histórias. Memória afetiva. Modos de narrar. Preparação.

Resumo

O estudo aqui apresentado defende a ideia de que existe um portador de memórias em cada pessoa, que pode se revelar e se constituir em contador ou contadora de histórias, se dessa forma se descobrir. Tomando a Faculdade de Educação da [UNIVERSIDADE] como lócus da investigação, de inspiração etnográfica, e estudantes de Pedagogia como sujeitos da pesquisa, o estudo desenvolveu-se seguindo uma combinação de procedimentos e dispositivos de produção e coleta de dados e informações, o que compreendeu uma necessária pesquisa bibliográfica e a criação e implementação de uma oficina de contação de histórias para os sujeitos da pesquisa com realização de um grupo focal ao final das atividades. A discussão aqui posta é resultado do percurso de contação e escuta de muitas histórias que nasceu a partir da questão norteadora desse estudo: Que caminhos podem ser percorridos para a formação de sujeitos contadores de histórias? Tal questão foi respondida ou, por vezes, desdobrada em muitas outras. As reflexões que o estudo produziu a partir da interação com os jovens estudantes, autorizam as autoras a reafirmar: o contador de histórias aprende a contar a partir da rememoração das suas histórias fundantes – memória afetiva –, e é contando, muitas e muitas vezes, que ele se forma na arte de contar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luciene Souza Santos, Universidade Estadual de Feira de Santana

Possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1999), Mestrado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2005) e Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2013). Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana e Contadora de Histórias. Está credenciada no Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Letras /PROFLETRAS/UEFS e no Programa de Pós-graduação em Estudos Literários/UEFS. é líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Poéticas Orais/UEFS. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Política Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: Contação de Histórias, Leitura, Literatura Infantil e Juvenil, Formação do Leitor e EaD.

Mary de Andrade Arapiraca, Universidade Federal da Bahia

Graduação em Pedagogia/UFBA, Especialização em Aquisição e Ensino da Língua Materna, Instituto de Letras/UFBA Mestrado e Doutorado em Educação, PRGE/UFBA. Professora Titular da Faculdade de Educação de Educação da Universidade Federal da Bahia, atuando na Graduação nas disciplinas Alfabetização e letramento; Polêmicas contemporâneas e Vamos contar outra vez? - Oficina de contação de história e na Pós-graduação - Mestrado e Doutorado, nas disciplinas: O Texto e as Práticas Pedagógicas, Educação, Sociedade e Práxis Pedagógica, Sobre o Riso no Currículo e Projeto de Tese I e II. É coordenadora geral do Curso de Especialização em Docência na Educação Infantil da UFBA/Faculdade de Educação, em convênio com a Coordenação de Educação Infantil COEDI/SEB/MEC, desde julho de 2011. Vice- coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Linguagem - GELING, do PPGE/FACED/UFBA. Coordena estudos e pesquisa nas áreas de Leitura, Literatura e Alfabetização e Letramento. Conselheira Municipal de Educação, desde 2006. Membro do Conselho Editorial do Caderno de Letras da UFRJ.

Luciana Maria Ávila Carvalho, Rede Particular de Ensino de Salvador

Bacharela em Ciência da Computação com ênfase em Análise de Sistemas pela Universidade Salvador (1997) e especialista em Computação Gráfica pela mesma instituição (1999), em Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade São Bento da Bahia (2007) e em Ludicidade no Desenvolvimento Criativo de Pessoas pelo Instituto de Educação Superior UNYAHNA de Salvador - IESUS em parceria com a Translluddus - Ludicidade e Desenvolvimento Criativo (2015), graduanda em Pedagogia e pós graduanda em Literatura Infantil. Atualmente é professora de Língua Inglesa para Educação Infantil na Rede Particular de Ensino, escritora e contadora de histórias. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Poéticas Orais. Direciona seus esforços de estudo para narração oral e literatura infantil. Tem experiência em Contação de Histórias, Mediação de Leitura e Formação do Leitor, Literatura Infantil, Ensino da Língua Inglesa, EAD, Educação e Novas Tecnologias.

Referências

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosura e bobices. 5. ed. São Paulo: Scipione, 2005.
BENJAMIN, Walter. O narrador. In: ______ (Ed.). Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7. ed. Tradução Sérgio P. Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BUSATTO, Cléo. Contar e encantar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
CARAM, Cecília Andrès. MATOS, Gislayne Avelar de. Caderno de Textos. Convivendo com Arte: Ateliers e eventos de contos. Belo Horizonte: Frente e Verso, s.d.
CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. 13. ed. São Paulo: Global, 2004.
CHEVRIER, Jacques. L'arbre à palavres. Essai sur les contes et récits traditionnels d'Afrique noire. Paris, Hatier, 1985 in MATOS, Gislayne Avelar , SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
COELHO, Betty. Contar historias: uma arte sem idade. São Paulo: Editora Àtica, 1999.
FERNANDES, Frederico Augusto Garcia. A voz e o sentido: poesia oral em sincronia. São Paulo: Ed. UNESP, 2007.
LIMA, Luiz Costa. Introdução: o leitor demanda (d)a literatura. In: ________ (Coord.). A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
CHEVRIER, Jacques. L'arbre à palavres. Essai sur les contes et récits traditionnels d'Afrique noire. Paris, Hatier, 1985 in MATOS, Gislayne Avelar , SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
LISPECTOR, C. A paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998
MATOS, Gislayne Avelar. A palavra do contador de histórias: sua dimensão educativa na contemporaneidade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
______; SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
PROPP, Vladimir. Morfologia do conto maravilhoso. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1984.
ROCHA, Vivian Munhoz. Aprender pela arte a arte de narrar: educação estética e artística na formação de contadores de histórias. 2010. 200 f. Tese (Doutorado em Artes) - Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção, leitura. São Paulo: EDUC, 2007.

Arquivos adicionais

Publicado

2022-10-26

Como Citar

SANTOS, L. S. .; ARAPIRACA, M. de A. .; CARVALHO, L. M. Ávila . A Preparação do Conto e do Contador de Histórias. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 31, n. 68, p. 34–47, 2022. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2022.v31.n68.p34-47. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/14835. Acesso em: 25 abr. 2024.