MOBILIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS EPILINGUÍSTICO E METALINGUÍSTICO: A LINGUAGEM COMO TECNOLOGIA COGNITIVA

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Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar de que forma, em uma produção textual, é possível reconhecer a mobilização do conhecimento epilinguístico e do conhecimento metalinguístico. Nesse sentido, nós partimos da proposta de Culioli e Normand (2005), para quem o primeiro tipo de conhecimento linguístico é mobilizado naturalmente, enquanto o segundo exige um grau maior de consciência, e chegamos à proposta de Dascal (2002). Para esse autor, a língua, em si, é um ambiente que oferece recursos diversos, os quais podem se transformar em ferramentas para se atingir determinados estados cognitivos; assim, a língua seria uma tecnologia cognitiva. Aqui, nós vamos defender que o uso da metalinguagem implica certa consciência e que, portanto, ela pode ser vista uma ferramenta. Para isso, nós analisamos um conjunto de diversos textos em um banco de dados e decidimos por um que exemplificasse de forma adequada o modo como tais teorias se materializam e se encontram. No texto sob análise, o estudante faz uso de recursos de escrita importantes (como vírgulas e travessões), além de mobilizar criativamente a língua na formação de palavras. Com isso, reconhecemos que a mobilização dos conhecimentos epilinguístico e metalinguístico foi feita de forma bastante satisfatória, o que materializa a noção de tecnologia cognitiva presente em Dascal (2002).

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Biografia do Autor

Andressa Louize Souza, UTFPR - Curitiba

Graduanda em Letras.

Roberlei Alves Bertucci, UTFPR - Curitiba

Departamento de Linguagem e Comunicação/Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens/Doutor em Letras (USP)

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Publicado

2020-06-05

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Artigos