“LÉSBICA FUTURISTA, SAPATONA CONVICTA”: DA ABJEÇÃO AO SER POLÍTICO

Autores

  • Tânia Lara Marcelino Souza UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
  • Aline Najara da Silva Gonçalves UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Resumo

Abordar aspectos relacionados à comunidade LGBT impacta em discorrer sobre a invisibilidade em torno das relações lesboafetivas, bem como acerca da sexualização dos corpos das mulheres lésbicas numa sociedade machista, que busca a todo modo rotular a figura da mulher. Diante do exposto, o presente artigo objetiva discutir a percepção do corpo da mulher lésbica numa perspectiva interseccional, analisando como as opressões, a estereotipação e a erotização das relações lesboafetivas afetam tanto o modo como a sociedade enxerga a sapatão, quanto o seu comportamento diante desta sociedade. A análise se ampara em pesquisas realizadas por Judith Butler (2003), Iasmim Alves Ferreira de Carvalho et al. (2014), Lívia Gonçalves Toledo e Fernando Silva Teixeira Filho (2016). Desse modo, trata-se de uma pesquisa bibliográfica em processo de construção. A escassez de pesquisas sobre o tema sinaliza a necessidade de investigar as vivências das mulheres lésbicas, a fim de romper com o estereótipo que classifica essas mulheres como abjetas, promíscuas e sem legitimidade sexual, auxiliando na construção de uma nova concepção sobre os corpos lésbicos, tornando legítimo seu desejo sexual e livrando-se do estigma de ser promíscuo e maldito, que por muito tempo assolou a mulher que ousasse fugir do padrão heteronormativo.

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Biografia do Autor

Tânia Lara Marcelino Souza, UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Graduanda do Curso de Pedagogia na Universidade do Estado da BAhia - CAmpus XIII.

Aline Najara da Silva Gonçalves, UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

Aline Najara da Silva Gonçalves é docente de História do Brasil e História da Cultura Afro-brasileira e Indígena na Universidade do Estado da Bahia (UNEB - Campus XIII). É doutoranda em História Social no Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), mestra em Estudos de Linguagens (UNEB), especialista em História e Cultura Afro-Brasileira (FAVIC) e Graduada em Licenciatura Plena em História (UNEB). Lecionou em faculdades privadas de Alagoinhas (BA), atuou como Professora Formadora na PARFOR (UNEB), como Coordenadora Pedagógica no Ensino Fundamental II e Médio e Articuladora EAD no Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI), dentre outras atividades. No que diz respeito à trajetória de pesquisa, é membro da Associação Nacional de História (ANPUH), do GT Nacional Emancipações e Pós-abolição e dos Grupos de Pesquisa "Núcleo de Estudos da Política e Historia Social" e "Grupo de Estudos Mundos do Trabalho e o Pós Abolição", vinculados à UFRRJ. No Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Alagoinhas (GEPEA), coordena a Linha de Pesquisa Estudos Étnicorraciais e Religiosidades. É autora do livro Luiza Mahin: Uma rainha africana no Brasil e da Revista Luiza Mahin: A guerreira dos Malês, ambos publicados pelo CEAP (RJ), e tem artigos publicados em revistas acadêmicas e anais de eventos da área de História e Literatura. Fez parte do elenco do documentário Bênção, Mãe Stella e já produziu módulos de ensino didático para cursos de Pós-Graduação do Instituto Pró-Saber, onde também lecionou a disciplina Metodologia Científica. Seus temas de interesse são Política da Escravidão; Emancipação da mão-de-obra escravizada e pós-abolição; Lei 10639/03. 

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Publicado

2020-06-05

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Seção

Artigos