OS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA: SUB-REPRESENTAÇÃO OU PRESCRIÇÃO?

Autores

Palavras-chave:

Livro Didático, Movimentos Feministas, Ensino de Geografia

Resumo

O presente artigo promove reflexões a respeito da representação dos movimentos feministas na coleção #contatoGeografia, utilizada em escolas do Alto Sertão baiano, parte do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) do ano de 2018. A análise de conteúdo foi a principal estratégia metodológica através da qual foram feitas leituras e análises da referida coleção buscando como categoria a priori os movimentos sociais, e pela relevância das pautas, o movimento feminista se pôs como uma categoria necessária, selecionada a posteriori. Diante do que foi observado, produziu-se um quadro demonstrativo no qual foram analisados, tabulados e registrados os dados coletados, em seguida foram realizadas as inferências sobre a categoria em questão e sua representação. Observamos que, apesar dos movimentos feministas serem de algum modo representados na obra, são poucas vezes mencionados e de forma superficial. Cientes da influência do livro didático na educação escolar e, consequentemente, na formação humana como um todo, compreende-se que o pouco espaço cedido aos movimentos feministas se aponta como uma denúncia à ainda incipiente política de diversidade e igualdade de gênero no sistema educacional brasileiro.

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Biografia do Autor

Iago Gabriel Araújo Santos, Graduando em Geografia pela Universidade do Estado da Bahia - Brasil

Bolsista de Iniciação Científica pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Ensino de Geografia.

Glauber Barros Alves Costa, Professor no Programa de Pós-graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade da Universidade do Estado da Bahia - Brasil

Doutor em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Ensino de Geografia.

Ana Luiza Salgado Cunha, Professora na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Brasil

Pós-Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade da Universidade do Estado da Bahia. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Ensino de Geografia.

Gabriela Silveira Rocha, Professora no Programa de Pós-graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade da Universidade do Estado da Bahia - Brasil

Doutora em Geografia pela Universidade Federal de Sergipe. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Ensino de Geografia.

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Publicado

2023-01-20

Como Citar

Araújo Santos, I. G., Barros Alves Costa, G. ., Salgado Cunha, A. L. ., & Silveira Rocha, G. (2023). OS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA: SUB-REPRESENTAÇÃO OU PRESCRIÇÃO? . Cenas Educacionais, 6, e14821. Recuperado de https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/14821

Edição

Seção

Dossiê Temático ENSINO DE GEOGRAFIA: O PENSAMENTO GEOGRÁFICO E A VISIBILIDADE DA