A ALTERIDADE E O DECOLONIAL: REFLEXÕES E PROPOSTAS SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Autores

Palavras-chave:

Direitos Humanos e Educação, Ensino Fundamental, Ensino de História, Educação para a Diversidade

Resumo

O presente texto visa refletir sobre o componente curricular de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental tal como posto no horizonte legal em relação a um posicionamento crítico sobre suas concepções acerca da ideia de diversidade. Para tanto, busca um panorama desde o multiculturalismo até as propostas decoloniais como forma de redimensionar as relações (e definições) entre o “Eu” e o “Outro”. Desse modo, alicerça-se na dimensão epistemológica da questão: o reconhecimento da alteridade não apenas como sujeito, mas também enunciador de determinados saberes. Para tanto, centra-se na reflexão sobre a ruptura do dualismo ontológico cartesiano tal como proposta por Enrique Dussel e na indicação de uma interculturalidade crítica posta por Catherine Walsh como a base de uma Pedagogia Decolonial. Por fim, apresenta uma possibilidade prática de ação segundo tais preocupações partindo da obra de Renato Noguera.

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Biografia do Autor

Pedro Felipe Marques Gomes Ferrari, Professor da Educação Básica em Brasília - Brasil

Doutor em História pela Universidade de Brasília

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Publicado

2022-06-10

Como Citar

Ferrari, P. F. M. G. (2022). A ALTERIDADE E O DECOLONIAL: REFLEXÕES E PROPOSTAS SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Cenas Educacionais, 5, e12071. Recuperado de https://www.revistas.uneb.br/index.php/cenaseducacionais/article/view/12071

Edição

Seção

Dossiê Temático - ENSINO/EDUCAÇÃO E/PARA DIREITOS HUMANOS