O Tempo através do retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde: espelhos sociais

Autores

Palavras-chave:

Dorian Gray, Oscar Wilde, Sociedade, Tempo

Resumo

Este artigo é resultado final de uma disciplina realizada no mestrado e tem como objetivo discutir como se dá a constituição do tempo na obra O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Uma vez que a passagem temporal se dá de forma inusitada, sendo apresentada pelo gradual envelhecimento do eu representado no quadro de Dorian Gray, enquanto o personagem permanece jovem e belo. Causando, dessa forma, uma mudança nos paradigmas temporais que nos permite dispor de um olhar acerca da consolidação e desenvolvimento da consciência e personalidade do personagem, assim como as críticas sociais que podem ser suscitadas neste contexto literário. Tendo em vista a sociedade conservadora e hipócrita em que o personagem reside, criando um contraste entre suas ações consideradas indevidas e os valores morais propagados socialmente. Uma dualidade entre a aparência e as verdadeiras práticas, culminando em uma reflexão sobre a construção conservadora social que se torna problemática. Essas questões podem ser levantadas a partir do comportamento do personagem protagonista, de forma metafórica, unidas ao tempo que permite a evidência desses questionamentos. Para tanto, concepções acerca do tempo serão apresentados e discutidos, além de conceitos básicos oriundos dos estudos utópicos serão explorados, de maneira a enxergarmos com mais clareza a estrutura social, assim como uma breve menção a Alice no País da Maravilhas, de Lewis Carroll, que amplia esta leitura proposta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isabella Pereira Marucci, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestranda em Estudos de Linguagens pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS. Graduada em Letras, Português/Inglês pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS.

 

Referências

ADORNO, Theodor. Posição do narrador no romance contemporâneo. In: Notas de Literatura I. São Paulo: 34 Letras, 2003. Tradução Jorge de Almeida.

BLOCH, Ernst. O princípio esperança. Rio de Janeiro. Editora Contraponto, 2006.

CARROLL, Lewis. Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do Espelho. Rio de Janeiro. Editora Zahar. 2013.

HEIDEGGER, Martin. El concepto del tiempo. 1924.

LISPECTOR, Clarice. Prefácio. In: WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray.Rio de Janeiro. Editora Ediouro, 1974. Tradução Clarice Lispector.

NUNES, Benedito.O tempo na narrativa. São Paulo. Editora Ática, 1995.

SANTEE, Daniel Derrel. Modern Utopia: a reading of Brave New World, Nineteen Eighty-Four, and Woman on the Edge of Time in the light of More’s Utopia. Florianópolis, 1988. Dissertação (Mestrado em Letras), UFSC. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/75596/79334.pdf?sequence=1>Acessado em 12/10/2017

SARAMAGO, José. O autor como narrador. Cult- Revista Brasileira de Literatura. n.º 17.São Paulo: Lemos Editorial, 1998.

WILDE, Oscar. O retrato de Dorian Gray. São Paulo. Editora Landmark, 2009.

Downloads

Publicado

2018-12-16

Como Citar

MARUCCI, I. P. O Tempo através do retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde: espelhos sociais. Babel: Revista Eletrônica de Línguas e Literaturas Estrangeiras, Alagoinhas, BA, v. 8, n. 2, p. 21–33, 2018. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/babel/article/view/5403. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE