Educação escolar na floresta

Dilemas e perspectivas de professores indígenas no I Seminário de Pesquisas da Escola Indígena na Aldeia Morada Nova/Feijó (Acre)

Autores

Resumo

O presente artigo traz reflexões sobre os dilemas enfrentados por professores e representantes das diferentes etnias que habitam o território do Acre, no tocante ao tipo de educação oferecida nas aldeias e às necessidades que impulsionam esses professores a buscar uma educação formal, a qual os submete aos limites impostos por esse tipo de formação. Utilizamos fragmentos das narrativas apresentadas pelos professores indígenas e demais participantes do “I Seminário de Pesquisas da Escola Indígena” que se realizou no período de 18 a 22 de setembro de 2019, na Aldeia Morada Nova, localizada no município de Feijó/Acre, Brasil. Objetivamos identificar a epistemologia que norteia as práticas pedagógicas desenvolvidas no espaço da aldeia e a lógica que define a escola do Estado, escola formal. Dialogando com as teorias que abordam questões referentes aos sujeitos e às culturas nas quais esses sujeitos estão inseridos, problematizamos os conceitos de identidade, interculturalidade, escola indígena e escola formal. Como aporte teórico, nos baseamos em autores como Larrosa (2018), na reflexão sobre o saber proveniente da experiência; Masschelein e Simons (2014), ao tratar sobre a escola formal e sua função social; Coracini (2007), Hall (2006) e Bauman (2005), em relação às questões referentes à identidade e construção do outro; Benveniste (2005) e Orlandi (1995), que mostram as relações de intersubjetividade presente nos discursos, a partir dos silêncios que os entrelaçam nos diferentes contextos. Algumas conclusões deste trabalho mostram que as falas dos povos indígenas, por meio de alguns de seus representantes professores mostram que conceitos como escola da aldeia, interculturalidade, bilinguismo, subjetividades/identidades em consonância com a formação de uma escola que possibilite a construção de um ser para si e para o mundo são preocupações constantes.

Palavras-chave: Escola; Identidade; Interculturalidade.

 

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Biografia do Autor

Márcia Barroso Loureto, Universidade Federal do Acre (UFAC)

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagem e Identidade na Universidade Federal do Acre/Ufac. Professora na Secretaria Municipal de Educação/SEME/Rio Branco/AC.

Shelton Lima de Souza, Universidade Federal do Acre (UFAC)

Professor de Linguística no Centro de Educação, Letras e Artes/CELA e no Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagem e Identidade na Universidade Federal do Acre/Ufac.

Valda Inês Fontenele Pessoa, Universidade Federal do Acre (UFAC)

Professora da área de Educação/Currículo no Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagem e Identidade na Universidade Federal do Acre/Ufac.

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Publicado

2020-12-16

Como Citar

Barroso Loureto, M., Souza, S. L. de ., & Pessoa, V. I. F. . (2020). Educação escolar na floresta: Dilemas e perspectivas de professores indígenas no I Seminário de Pesquisas da Escola Indígena na Aldeia Morada Nova/Feijó (Acre). Abatirá - Revista De Ciências Humanas E Linguagens, 1(2), 119–142. Recuperado de https://www.revistas.uneb.br/index.php/abatira/article/view/9650