Um olhar decolonial para museus de ciências

Proposta de intervenção online

Resumo

No presente trabalho, foram revisados conceitos que circundam a temática do epistemicídio: indigência cultural, inversão epistemológica e saberes diaspóricos. Consecutivamente foi analisada, sob a luz dos principais tópicos da Teoria Crítica da Raça (TCR), a exposição que ocorreu na Casa Oswaldo Cruz, no ano de 2013 e hoje disponível em museu virtual, nomeada "O Corpo na Arte Africana". Além da temática racial, a exposição faz potentes links com assuntos relacionados a ciências da natureza, mais especificamente o ensino de química e biologia, evidenciados por meio de um itinerário formativo que pretende explorar as obras da exposição virtual. Percursos formativos são pensados sempre partindo dos conteúdos a serem desenvolvidos, estabelecendo relação entre as aulas e os objetos de conhecimento. No caso do plano elaborado, pensado a partir das potências de uma visita online e guiada a um museu, os conteúdos específicos possibilitam que o itinerário seja desbravado com os alunos, visando recolocar a pessoa negra, sobretudo a africana, no lugar de detentora de um saber anterior, ancestral e diferente daquele que nos parece ser único: o eurocêntrico. Também objetivasse criar ponte para conteúdos que fazem referência ao corpo negro, símbolo em apagamento na construção da ciência contemporânea. Por meio da TCR as sessões da exposição dão sentido aos deslocamentos e a trajetória de síntese do artigo pretende, sobretudo, ser espaço aberto para outras produções.

Palavras - chave: Museu; Epistemicídio; Etnociência; TCR.