O papel do parvo no teatro de Gil Vicente

Autores

  • Flávia Maria Schlee Eyler PUC-RJ

DOI:

https://doi.org/10.35499/tl.v9i1.1493

Palavras-chave:

Teatro, Literatura, Discurso, Loucura, Ironia

Resumo

Este artigo aborda a função discursiva do parvo vicentino no teatro da Corte Portuguesa do século XVI. O paradigma medieval de Deus como único autor da criação é questionado diante da abertura do mundo e sua secularização. Neste caso, o conceito de cronotopo permite uma reflexão sobre a possibilidade do teatro de condensar desacordos que partem da razão humana e aparecem como expressão discursiva. O personagem do parvo, com seus gestos e palavras sem nexo, implica em estranhamentos e gargalhadas, mas também exige reflexões. Seu pertencimento à ordem discursiva mundana possibilita a sátira e, sobretudo, a ironia. A loucura encenada ganha corpo e, ao mesmo tempo em que espelha os contornos entre o real e o ilusório, entre a ordem e o caos, também conduz a licenciosidade da comicidade da tradição popular medieval, para uma autoironia como figura de pensamento, tão cara ao homem moderno.

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Biografia do Autor

Flávia Maria Schlee Eyler, PUC-RJ

Possui graduação em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1977), mestrado e especialização em História, pela Universidade Federal Fluminense (1985) e doutorado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000). Atualmente é professora assistente - graduação e pós graduação - da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de História, Antiga, Medieval e também com Teoria da Literatura. Temas de pesquisa: A contrução de saberes a partir de textos da" literatura" greco-romana e medieval. com ênfase na produção da verdade na historiografia antiga e na produção da verdade da representação nas tragédias e comédias antigas.

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Publicado

2015-11-04

Como Citar

EYLER, F. M. S. O papel do parvo no teatro de Gil Vicente. Tabuleiro de Letras, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 18–35, 2015. DOI: 10.35499/tl.v9i1.1493. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/tabuleirodeletras/article/view/1493. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE