Desconstrução do Cânone: A polifonia de vozes e gêneros literários na obra Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara

Autores

  • Rosana Carvalho da Silva Ghignatti UNEB Campus XXII

Palavras-chave:

América Latina, Cultura indígena, Literatura indígena

Resumo

O presente artigo tem por objetivo apresentar a obra literária, histórica e autobiográfica da escritora Eliane Potiguara (2004) e suas nuances específicas que a definem como literatura de autoria indígena. Será feita uma reflexão sobre o recente processo da prática escritural indígena no Brasil, e a importância desta escrita para a divulgação dos valores da cultura indígena no tocante aos seus mitos, rituais, costumes e múltiplas linguagens artísticas e literárias. Pelo próprio caráter híbrido da obra em análise, iremos destacar os aspectos históricos da colonização portuguesa no Brasil e suas nefastas consequências para as comunidades indígenas; as características memorialísticas que perpassam toda a obra da autora, vista como autobiográfica; a representação da mulher indígena no contexto contemporâneo e a importância dos valores ancestrais que consolidam a cultura indígena como plural e ricamente humana.  Como embasamento teórico para este trabalho destacam-se as pesquisas de Daniel Munduruku (2012); Graça Graúna (2004); Florencia Garramuño (2004); Édouard Glissant (2005); Spivak (2010) e outros que serão citados ao longo do artigo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosana Carvalho da Silva Ghignatti, UNEB Campus XXII

Professora de Literaturas de Língua Portuguesa no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias - DCHT, Campus XXII - UNEB), com pesquisas voltadas para a Literatura portuguesa do século XIX e Literatura brasileira de autoria indígena. É mestra em Literatura e Diversidade Cultural (UEFS) e doutoranda em Literatura e Cultura (UFBA).

Referências

BORGES, Valdeci Rezende. “História e literatura: algumas considerações”. Revista de Teoria da História. Ano 1, Número 3, junho – 2010. Universidade Federal de Goiás. p. 94-109.

BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CHAVES, Flávio Loureiro. História e literatura. 3 ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1999.

GARRAMUÑO, Florência. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Rio de Janeiro: Rocco, 2014

GLISSANT, Édouard. Introdução a uma poética da diversidade. Tradução de Enilce Albergaria Rocha. Juiz de Fora: UFJF, 2005.

GRAÚNA, Graça. “Identidade indígena: uma leitura das diferenças”. In: Metade cara, metade máscara. De Eliane Potiguara. São Paulo: Global, 2004. p. 17-21.

JECUPÉ, Kaká Werá. Todas as vezes que dissemos adeus. São Paulo: TRIOM, 2002.

MATOS, Cláudia Neiva de. “Escritas indígenas: uma experiência poéticopedagógica”. Boitatá (UEL), Londrina/PR, v. 12, p. 29-51, 2011. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/boitata/volume-12-2011/B1203.pdf. Acesso em: 20 de abril de 2018)

MUNDURUKU, Daniel. Meu avô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória. Ilustrações de Rogério Borges. São Paulo: Studio Nobel, 2005.

MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.

POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. São Paulo: Global, 2004.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

SPIVAK, C. G. Pode o subalterno falar? Tradução de Sandra Regina Gular Almeida, Marcos Pereira Feitosa, André Pereira Feitosa. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

Downloads

Publicado

2018-09-13

Como Citar

Ghignatti, R. C. da S. (2018). Desconstrução do Cânone: A polifonia de vozes e gêneros literários na obra Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara. Opará: Etnicidades, Movimentos Sociais E Educação, 6(8). Recuperado de https://revistas.uneb.br/index.php/opara/article/view/4899