A ETNOGRAFIA COMO MODO DE ENSINAR E APRENDER NA ESCOLA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2019.v28.n56.p136-149

Palavras-chave:

Etnografia, Diversidade, Aprendizagem pela pesquisa, Ensino-aprendizagem, Atenção

Resumo

Ao explorar maneiras em que a Antropologia pode compor com os modos de fazer na escola, o artigo discute potencialidades do fazer etnográfico como práticas docente e discente no Ensino Médio. Para tanto, parte de uma experiência de pesquisa e ensino com jovens estudantes de uma instituição de educação profissional de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Neste projeto, elementos da investigação etnográfica permearam tanto o fazer docente, na proposição das intervenções pedagógicas, quanto o percurso de aprendizagem dos estudantes. A partir da análise dos diários de campo produzidos, discutese os usos da etnografia enquanto ferramenta de planejamento e intervenção em contextos educativos. Em específico, entende-se a pesquisa etnográfica na escola enquanto prática de “educação da atenção” (INGOLD, 2010) – ou de cultivo da “atenção imanente” (STENGERS, 2017) – operada tanto por parte dos estudantes quanto da professora, favorecendo a composição de um “plano comum” de aprendizagem.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Graziele Ramos Schweig, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora adjunta da Faculdade
de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Referências

BABILÔNIA 2000. Direção: Eduardo Coutinho. Rio de Janeiro: VideoFilmes, 2001.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Parte IV – Ciências Humanas e suas Tecnologias. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.

BRASIL. Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília, DF, 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11645.htm. Acesso em: 09 nov. 2019.

DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. São Paulo: Perspectiva, 2003.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs – capitalismo e esquizofrenia. vol. 5. São Paulo: Ed. 34, 1997.

EUGENIO, Fernanda; FIADEIRO, João. Jogo das perguntas: o modo operativo “AND” e o viver juntos sem ideias. Fractal: Revista de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, p. 221-246, ago. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922013000200002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 jul. 2019.

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Tradução de Paula Siqueira. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 13, p. 155-161, 2005.

GOOD Hair. Direção: Jeff Stilson. Atlanta: HBO Films, 2009.

INGOLD, Tim. Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 6-25, jan./abr. 2010.

INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, v. 18, n. 37, p. 25-44, 2012.

INGOLD, Tim. O Dédalo e o labirinto: caminhar, imaginar e educar a atenção. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 21, n. 44, p. 21-36, jul./dez. 2015.

INGOLD, Tim. Chega de etnografia! A educação da atenção como propósito da antropologia. Educação, Porto Alegre, v. 39, n. 3, p. 404-411, set./dez. 2016a.

INGOLD, Tim. On human correspondence. Journal of the Royal Anthropological Institute. v. 23, n. 1, p. 9-27, 2016b.

INGOLD, Tim. Anthropology and/as education. Abingdon: Routledge, 2018.

JASANOFF, S. States of knowledge: the co-production of science and social order. New York: Routledge, 2004.

KASTRUP, Virgínia; PASSOS, Eduardo. Cartografar é traçar um plano comum. Fractal, Rio de Janeiro, v. 25, n. 2, p. 263-280, ago. 2013. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922013000200004&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 13 jul. 2019.

LOVE Is All We Need? Direção: Kim Rocco Shields. Produção: Dana Garner. Burbank: Wingspan Pictures, 2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9I70zUDKvS8. Acesso em: 15 jul. 2019.

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1984.

McDERMOTT, Ray; RALEY, Jason Duque. The ethnography of schooling writ large, 1955-2010. In: LEVINSON, A. U. Bradley; POLOCK, Mica (ed.). A companion to the anthropology of education. Malden: Wiley-Blackwell, 2011. p. 34-49.

OLIVEIRA, João Pacheco de. Pluralizando tradições etnográficas: sobre um certo mal-estar na Antropologia. Cadernos do LEME, Campina Grande, PB, v. 1, n. 1, p. 2-27, jan./jun. 2009.

ROSSI, André; PASSOS, Eduardo. Análise institucional: revisão conceitual e nuances da pesquisa-intervenção no Brasil. Revista EPOS, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 156-181, jun. 2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100009&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 26 jun. 2019.

STENGERS, Isabelle. Reativar o animismo. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. Belo Horizonte: Chão da Feira, 2017. (Caderno de Leituras, nº 62). Disponível em: http://chaodafeira.com/wp-content/uploads/2017/05/caderno-62-reativar-ok.pdf. Acesso em: 24 jun. 2019.

STENGERS, Isabelle. A proposição cosmopolítica. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 69, p. 442-464, abr. 2018.

ZAMBONI, Vanessa. Construção social do espaço, identidades e territórios em processos de remoção: o caso do bairro Restinga – Porto Alegre/RS. 2009, 188 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) – Programa ade Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2009.

Publicado

2019-12-29

Como Citar

SCHWEIG, G. R. A ETNOGRAFIA COMO MODO DE ENSINAR E APRENDER NA ESCOLA. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, [S. l.], v. 28, n. 56, p. 136–149, 2019. DOI: 10.21879/faeeba2358-0194.2019.v28.n56.p136-149. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/7841. Acesso em: 28 mar. 2024.